A fim de ganhar aceitação ainda maior
que o primeiro ECT (“Evangelicals and Catholics Together: The Christian Mission
in the Third Millenium”, “Evangélicos e Católicos Juntos: A Missão Cristã no
Terceiro Milênio”, assinado em 29 de março de 1994 nos EUA), dezenove líderes
evangélicos – dentre os quais alguns bastante respeitados e conhecidos – e
quinze líderes católicos [americanos] assinaram há algum tempo o ECT2. E esse
documento dá a entender que os evangélicos e católicos [nos EUA] concordam
quanto ao Evangelho.
O
alcance do documento
Por um lado, o documento tem pouco
significado. Em primeiro lugar, os quinze signatários católicos não
representam nem sua igreja, nem seus 1 bilhão de membros. Há uma gama de
crenças bem ampla. Muitos dos sacerdotes, freiras e proeminentes teólogos
católicos estão mergulhados em todas as heresias da Nova Era, da ciência mental
ao hinduísmo e budismo.
Em segundo lugar, o ensino
oficial da igreja de Roma (que reivindica ser infalível e, portanto, não pode
se arrepender de seus erros), e a prática diária dos católicos (que esperam de
sua igreja a salvação, seja lá como ela a defina e ofereça) continuam
inatingidos pelo ECT2 e tão longe quanto sempre estiveram do Evangelho bíblico.
Em terceiro lugar, o próprio
documento admite que permanecem muitas “questões interrelacionadas, que
requerem exploração mais profunda e urgente”. Elas incluem, entre outras: “o
significado da regeneração batismal [um católico "nasce de novo" no
batismo infantil e não há salvação sem o batismo]; a Eucaristia [Cristo está
sendo perpetuamente imolado nos altares católicos como um sacrifício contínuo
pelo pecado, negando assim a eficácia do Seu sacrifício feito de uma vez por
todas na cruz], e a graça sacramental ["os méritos e graças" que
Cristo obteve na cruz são "conferidos contínua e gradativamente"
através dos sacramentos, ou seja, a salvação é um processo contínuo em lugar de
um fato consumado]; os usos históricos da linguagem da justificação no que diz
respeito à justiça imputada e transformadora [o católico precisa adquirir
justiça suficiente para merecer o céu e está sempre em perigo de perdê-la,
rejeitando, portanto, a verdade de que Deus"justifica
o ímpio" com base nos méritos de Cristo (Rm 4.5)]; um
entendimento diferente sobre mérito, recompensa [para o católico a salvação é
alcançada por obras]; purgatório [além do sacrifício de Cristo na cruz, é
preciso sofrer pessoalmente pelo pecado para poder ser purificado para o céu],
e indulgências [uma pessoa pode sofrer por outros, e o uso de uma medalha ou
escapulário, o rezar "Ave Marias", ou uma missa rezada em honra dos
mortos, podem reduzir o sofrimento no purgatório]; a devoção a Maria e a
assistência dos santos na vida da salvação…” Cada um dos pontos acima citados
nega a própria unidade professada pelo ECT2!
Preparação
para o anticristo
Por outro lado, o documento é um
valoroso subsídio a Satanás em sua preparação do mundo e de uma igreja falsa
para o anticristo. Dá aparência de concordância, quando, na verdade, ela não
existe. O ECT2 cria comprometimento ao fingir que as questões que separam
evangélicos e católicos não são graves, quando, na verdade, elas demarcam os
limites de céu e inferno. Típica das contradições inerentes nesse documento é a
afirmação: “nós nos comprometemos a evangelizar a todos… os evangélicos
precisam pregar o Evangelho aos católicos e os católicos aos evangélicos…
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz’…” Se os evangélicos e católicos estão ambos salvos e unidos no Espírito,
então o que significa “evangelizar”?
Um
acordo com os “judaizantes”?
Os judaizantes da epístola escrita
aos gálatas poderiam ter assinado um documento semelhante. Aliás, o deles teria
uma lista bem menor de questões que “requerem exploração mais profunda e
urgente”: [somente] a relação da Lei com a salvação. Os judaizantes afirmavam que
Cristo morreu pelos nossos pecados, mas acrescentavam que, para ser salva, a
pessoa precisava ser “circuncidada, e observar a lei” (At 15.1,5,24). Em lugar
de assinar um acordo com os judaizantes, como se a heresia deles fosse
simplesmente algo para “exploração mais profunda”, Paulo os amaldiçoou por
pregarem outro evangelho (Gl 1.6-8). Mas o ECT2 faz parecer que os assuntos
sobre os quais divergimos são irrelevantes. O ECT2 é um documento ainda mais
enganoso que seu antecessor!
O
Evangelho salvador
Paulo afirmou que “o Evangelho de
Cristo… é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm
1.16). Ele também o chamou de ”o evangelho… [que] por ele também sois
salvos” (1 Co 15.1-2); e ”o evangelho da vossa salvação” (Ef
1.13). Estes e outros versículos mostram cristalinamente que a salvação
vem somente através do crer no Evangelho. Cristo ordenou a
Seus discípulos: ”Ide por todo o mundo e pregai o evangelho” (Mc 16.15), o
Evangelho que a Bíblia define com precisão.
Salvação
ou religião
A salvação nada tem a ver com a
igreja, seja ela evangélica ou católica. Ela vem através do”evangelho eterno”
(Ap 14.6), ”o evangelho de Deus” (Rm 1.1; 15.15, 2 Co 11.7; 1 Ts 2.2, 8,
9; 1 Tm 1.11; 1 Pe 4.17). A salvação vem por termos estabelecidos por Deus
e pela graça dEle, e nós não podemos negociar esse Evangelho nem com Deus e nem
com quem quer que seja. ”O Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo” (1
Jo 4.14). A Salvação é obra de Deus e de Seu Filho. Ou nós cremos nela ou
a rejeitamos. Nós não “dialogamos” a seu respeito.
Ela também é chamada
de ”evangelho de Jesus Cristo” (Mc 1.1; Rm 1.16; 15.19; 1 Co 9.12, 18; 2
Co 4.4; 9.13; 10.14; Gl 1.7; Fl 1.27; 1 Ts 3.2, 2 Ts 1.8). Ele é o
Salvador, e a salvação é obra dEle, e não nossa, como os anjos
declararam: ”É que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é
Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Paulo especifica que o Evangelho
salva: ”…que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e
que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co
15.3-4). ”Eu sou a porta”, declarou Jesus Cristo: ”se alguém
entrar por mim, será salvo” (Jo 10.9).
O Evangelho nada contém acerca de
batismo, boas obras, membresia ou freqüência à igreja, dar o dízimo, os
sacramentos ou rituais, um tipo específico de alimentação ou vestimenta. Se
adicionarmosqualquer coisa ao Evangelho, nós o perverteremos e, portanto,
estaremos debaixo do anátema de Paulo em Gálatas 1.8-9!
Fé
ou obras
O Evangelho diz, totalmente, respeito
ao que Cristo já fez. Ele nada diz a respeito do que Cristo ainda precisa
fazer, porque a obra de nossa redenção está acabada,
consumada: ”Cristo morreu pelos nossos pecados”. Ele não
continua morrendo, como o catolicismo defende. Jesus declarou
triunfantemente: ”Está consumado” (Jo 19.30)! E o Evangelho
também não diz nada a respeito do que nós devamos fazer, porque nós nada
podemos fazer: ”Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a
sua misericórdia, ele nos salvou” (Tt 3.5); ”Porque pela graça sois
salvos, mediante a fé… é dom de Deus… não [vem] de obras, para que ninguém se
glorie” (Ef 2.8-9).
Em lugar de obras, o Evangelho requer
fé. É o poder de Deus para a salvação daqueles que crêem.”Mas ao
que não trabalha, porém crê naquele que justifica ao ímpio, a
sua fé lhe é atribuída como justiça” (Rm 4.5). ”…para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Certeza
da salvação
Não poderíamos tornar a posição da
igreja católica mais clara do que citando o cardeal O’Connor, de Nova Iorque:
“O ensinamento da igreja é que eu não sei, em momento algum, qual será meu
estado eterno. Eu posso esperar, rezar, fazer o melhor possível – mas eu ainda
não sei. O papa João Paulo II não sabe com certeza se vai para o céu, e nem a
madre Teresa de Calcutá…” (“The New York Times”, 1 de fevereiro de 1990,
Caderno 4). E o católico comum também não sabe, porque a sua igreja lhe ensinou
que ele não pode saber se é salvo. O dogma oficial do catolicismo não
poderia ser modificado, não importa quantos ECTs fossem assinados – mesmo que
pelo próprio papa.
Cristo afirma: ”Eu lhes
dou [a minhas ovelhas] a vida eterna; jamais perecerão” (Jo
10.28). O catolicismo rejeita essa oferta e, em lugar dela, oferece
prestações contínuas de graça rumo à vida eterna através do sacerdócio e dos
sacramentos da igreja, através do uso de escapulários, da obtenção de indulgências,
de rezar Ave Marias e de rezar aos santos. Tal caminho para o céu torna Cristo
um mentiroso.
O Evangelho é uma espada de dois
gumes. Ele declara: ”Quem crê no Filho tem a vida eterna”. O mesmo
versículo declara que ”o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho
não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). É neste
ponto que chegamos à porção do Evangelho que é mais difícil de ser aceita: que
aqueles que não crêem estão eternamente perdidos – não importa quais boas obras
possam fazer.
O
amor e a justiça de Deus
As razões para esse fato estão
alicerçadas tanto no amor de Deus quanto na Sua justiça. Deus nos ama a ponto
de nos corrigir e de permanecer firme no que diz. Tristemente, muitos pais
confundem amor com sentimentalismo e não levam a sério o que dizem, e assim,
criam filhos desobedientes. “Se você fizer isso de novo, vai apanhar [ou outro
tipo de ameaça]“, diz a mamãe. Aí a criança repete o que fez e nada acontece.
Então, o que a mamãe diz não significa nada. Mas Deus leva a sério o que diz,
ou seja, Suas palavras significam exatamente o que Ele diz.
A justiça de Deus requer que a
infinita penalidade pelo pecado seja paga. E esse pagamento faria com que
estivéssemos eternamente separados de Deus; por isso Ele se tornou homem
através do nascimento virginal, para pagar a penalidade pelo pecado. Ninguém
pode reclamar de Deus. Ele provou o amor dEle, fazendo tudo que estava ao Seu
alcance para a nossa salvação. Ele Próprio pagou a penalidade e por causa disso
pode ser tanto ”justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm
3.26).
Cristo suplicou no Jardim
Getsêmani: ”se possível [ou seja, se houver outra forma da humanidade
ser salva], passe de mim este cálice” (Mt 26.39). Nós sabemos que não
há outra forma, caso contrário Deus não teria requerido de Seu Filho amado que
arcasse com toda a intensidade da ira de Deus contra o pecado. O fato de homens
crucificarem a Jesus só haveria de nos condenar. Mas na cruz, quando o ser
humano estava fazendo o que de pior poderia fazer ao seu Criador, Cristo pagou
a penalidade total por nossos pecados.
“Como escaparemos nós, se
negligenciarmos tão grande salvação” (Hb 2.3)? Não há escape por não haver
outro caminho para sermos salvos! Somente ao aceitarmos esse pagamento feito em
nosso favor é que podemos ser salvos. ”Porque abaixo do céu não existe
nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que
sejamos salvos” (At 4.12); ”que devo fazer para que seja salvo?…
Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (At 16.30-31).
“Crer no Senhor Jesus Cristo”
inclui quem Ele é e o que Ele fez. Jesus disse: ”…vós sois
cá de baixo, eu sou lá de cima… porque, se não credes que EU SOU [Esse é o nome
de Deus, Yaweh], morrereis nos vossos pecados” (Jo 8.23-24). O próprio
Jesus disse que nós precisamos crer que Ele é Deus, pois Ele o é; e ninguém
menos do que Deus poderia nos salvar. Precisamos crer que Aquele que não teve
pecado ”morreu pelos nossos pecados”, e foi sepultado; e que Ele
ressuscitou corporeamente do túmulo. É só por crermos nesse Evangelho que somos
salvos. É assim que afirma a Palavra de Deus.
O
sangue de Cristo só tem eficácia para pecadores arrependidos
Por que nem mesmo uma madre Teresa
conseguiria chegar aos céus pelas suas próprias boas obras? Porque todos somos
pecadores; e porque, uma vez tendo violado um só dos mandamentos de Deus,
somos ”culpados de todos” (Tg 2.10); e ”ninguém será justificado
diante dele por obras da lei” (Rm 3.20). Guardar a lei perfeitamente daqui
em diante, jamais poderia ser compensação por já havermos violado a mesma lei.
Se Deus outorgasse salvação por
qualquer outro meio que não a fé em Cristo exclusivamente, isso seria um
insulto para Aquele que o Pai insistiu ter que aguentar a ira dEle como
sacrifício pelo pecado. Além do mais, Deus estaria violando seu próprio código
de justiça, e estaria indo contra Sua própria Palavra. Não, nem mesmo o próprio
Deus poderia salvar o “santo” mais notável de todos. O sangue de Cristo só tem
eficácia para pecadores arrependidos.
O
Evangelho comprometido por evangélicos proeminentes
Ao expressar nestas páginas nossa
preocupação por tantas heresias, procuramos nos limitar àquelas que causam
impacto ao Evangelho e à salvação de almas. Foi só porque os apóstolos em
Jerusalém”não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho” que
Paulo os repreendeu (Gl 2.14). É com tristeza que vemos, em nossos dias, o
Evangelho sendo desafiado e comprometido por evangélicos proeminentes! Sim,
líderes evangélicos que pregam o Evangelho também o comprometem. No dia 21 de
janeiro de 1997, Larry King entrevistou Billy Graham em seu programa:
King: O que o senhor acha de
outras [igrejas]… como o mormonismo? O catolicismo? Outras fés dentro do
conceito do cristianismo?
Graham: Eu creio que tenho uma
maravilhosa comunhão com todos eles. Por exemplo…
King: O senhor se sente à
vontade com Salt Lake City [sede mundial do mormonismo]? Sente-se à vontade com
o Vaticano?
Graham: Sinto-me muito à vontade
com o Vaticano. Já estive com o papa várias vezes. Aliás, na noite – no dia em
que ele foi feito papa, eu estava pregando na catedral dele em Cracóvia
(Polônia). Fui convidado por ele… quando ele esteve aqui… em Columbia, Carolina
do Sul (EUA)… ele me convidou para subir ao palco com ele e também falar ao
público. Eu diria uma frase e ele a próxima… mas [não pude] eu estava a mais da
metade do caminho rumo à China…
King: O senhor gosta desse papa?
Graham: Eu gosto muito dele… Ele
e eu concordamos em quase tudo.
King: O senhor… se sente à
vontade com o judaísmo?
Graham: Muito à vontade… Em Nova
Iorque, já me convidaram para participar do Concílio Rabínico… para falar a
eles e ao rabino Tannenbaum, que é um grande amigo… ele me deu muitos
conselhos, e eu dependo dele constantemente, teológica e espiritualmente, e em
todos os sentidos…
King: Se o senhor tivesse 30
segundos durante o intervalo do “Super Bowl” [final do campeonato de futebol
americano], o que o senhor diria àquela multidão?
Graham: Eu diria que… eles
pensassem num outro jogo… o jogo da vida, e que eles se certificassem de estar
do lado de Deus, que Deus os ama e que está interessado neles, e que podem orar
a Deus, e Ele responderá as orações deles.
Billy Graham tem pregado o Evangelho
e almas têm sido salvas, mas nessa ocasião ele ofereceu um evangelho falso, sem
Cristo ou a Cruz – assim como fez quando foi entrevistado por Robert Schuller
no programa “The Hour of Power” (“A Hora do Poder”), meses mais tarde. Paulo
afirmou que a ele foi”confiado o evangelho” (1 Ts 2.4). E o mesmo
aconteceu com cada um de nós. Certifiquemo-nos de que preservamos esse legado,
por amor aos perdidos e em honra ao nosso Senhor que pagou o preço completo
pela redenção do homem!
(Dave Hunt – TBC 1/98)
Extraído do site da Chamada em
06/06/2013
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