domingo, 30 de outubro de 2022

0 Reflexão Bíblica - Jesus bate à porta, mas poucos percebem.


 




Texto: Apocalipse 3.20 (Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.)

 

Introdução – Muitas interpretações têm sido levantadas sobre essa expressão usada pelo Senhor Jesus para a igreja de Laodiceia. Prega-se muito isso ao pecador, outros até espiritualizam dizendo que essa porta simboliza o coração do crente, que Jesus permanece a bater.

  Não vou aqui afirmar que interpretações (ou aplicações) como estas são totalmente implausíveis, contudo, não traduz o verdadeiro sentido do texto bíblico.

   O que Jesus estava dizendo literalmente era que devido ao estado pecaminoso dessa igreja (cegueira, arrogância, excesso de confiança nas riquezas e mornidão espiritual), ele batia à porta (não literalmente), porém ninguém parecia ouvi-lo.

   Mas o que pode acontecer com uma igreja para não ouvir o chamado do Mestre batendo a sua porta?

   É possível que nos dias de hoje isso aconteça? Quais as consequências de deixarmos o Senhor Jesus do lado de fora?

1.       Quando a igreja está envolvida em negócios mundanos – ela simplesmente não consegue ouvir o chamado do Mestre. Sejam quais forem as ocupações seculares da igreja (festas, carnaval, arraia, política etc.); ela não ouve Jesus chamar, o deixando do lado de fora.

 

2.       Quando a igreja segue sua própria rota – Deus tem um caminho para a Igreja de Cristo, porém, quando ela deixa de seguir por esse caminho e opta por outro, seja qual for, fica vulnerável a satanás e se assim persistir, deixa de ouvir a voz suave do meigo Jesus.

 

3.       É perfeitamente possível que várias congregações (grupos de salvos) não estejam ouvindo Jesus bater à sua porta – Sim e digo mais, estamos observando esse fenômeno em larga escala.

 

Muitas igrejas que se dizem cristãs, mas não têm o selo da promessa e nem a companhia de Cristo, pois o deixaram do lado de fora, enquanto praticam abominações dentro da casa de Deus.

 

E por que chegamos a essa conclusão?

 

a.       Quando Jesus está na casa há salvação de almas – O que menos tem havido hoje em dia nas nossas igrejas é exatamente “salvação de almas”. Pessoas entram e saem dos nossos templos, sem que tenham o mínimo desejo de serem salvas; sejam quais forem seus motivos.

b.       Quando Jesus está na casa há arrependimento – O melhor caminho até Jesus é o do “arrependimento”. Mas as pessoas preferem campanhas de sal grosso, de água do mar vermelho; de areia trazida do monte Sinai etc. Só não querem arrepender-se para que sejam apagados os pecados e venham assim os tempos de paz pela presença do Senhor.

c.        Quando Jesus está na casa há milagres – Não estou dizendo que o mais importante do evangelho são os milagres ou as curas, nem mesmo as libertações. Mas, acreditar num evangelho onde nada acontece na esfera sobrenatural é crer num Deus diferente do que está na Bíblia.

Deus operou milagres no Antigo Testamento, operou grandes sinais e prodígios no Novo Testamento, fez maravilhas na época dos pais da igreja ele o fará até a volta do Senhor Jesus (Marcos 16.17-18). Pensar diferente é crer num Deus estranho e adotar um evangelho anátema.

Por isso se na sua igreja (congregação local) não acontece mais nada CUIDADO, pois algo está muito errado com ela. Jesus pode estar batendo à porta, mas ninguém consegue ouvir.

 

 

Conclusão – Poderíamos fazer aqui centenas de considerações, mas acredito que estas já bastam por ora, para que temamos o fato de deixar Jesus do lado de fora das nossas vidas, famílias e congregações. Pois isto representa tudo de pior, pois Jesus mesmo disse: “sem mim nada podeis fazer”... então como uma igreja pode pensar em andar sem Jesus, pregar sem Jesus, prosperar sem Jesus ou ir para o céu sem Ele?

 

Do vosso conservo em Cristo,

       João Augusto de Oliveira

 

 

 

 

 


sábado, 29 de outubro de 2022

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Olá amigos do Blog A Voz da Palavra Profética.

 

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   Vosso conservo em Cristo,

     João Augusto de Oliveira

  

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0 Escola Bíblica Dominical - História e Importância.


 

Nos últimos dois séculos, a Escola Dominical, ou Escola Bíblica Dominical como hoje conhecemos [1], tem sido a principal agência de educação cristã das igrejas evangélicas ao redor do mundo. Em muitos lugares, essa instituição está em declínio e é alvo de críticas, mas até agora ninguém apresentou uma alternativa melhor. O conhecimento da história da Escola Bíblica Dominical nos permitirá avaliar melhor a sua importância e contínua relevância para os dias atuais.

História inicial da Escola Bíblica Dominical

Até o final do século 18, as igrejas protestantes europeias e norte-americanas dependiam dos seguintes recursos para a educação cristã de seus fiéis: (a) o lar – a principal fonte de orientação religiosa para as crianças era a atuação dos próprios pais e as devoções domésticas; (b) literatura – além da Bíblia, livros como O Peregrino, de John Bunyan, e catecismos como o de Heidelberg e o Breve Catecismo de Westminster também eram uma importante fonte de instrução religiosa; (c) o culto – a liturgia e em especial as pregações eram valiosos elementos de educação na fé; os puritanos ingleses deram importantes contribuições nessa área, com seus sermões profundamente bíblicos, doutrinários e práticos.

Surge a Escola Bíblica Dominical

No século 18, ocorreu um importante movimento religioso na Inglaterra que ficou conhecido como “Avivamento Evangélico”. Seus principais líderes foram John Wesley, Charles WesleyGeorge Whitefield e John Newton, entre outros. Esse avivamento impactou profundamente as igrejas e a sociedade inglesa, gerando muitos frutos espirituais e sociais: reforma das prisões, luta contra o trabalho infantil, campanha contra o tráfico de escravos, ênfase na educação, missões mundiais.

Nesse contexto, entrou em cena o jornalista Robert Raikes (1735-1811), da cidade de Gloucester, que começou a se preocupar com as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas durante a semana e aos domingos ficavam perambulando ociosas pelas ruas. Em 1780, ele criou uma escola para alfabetizar e evangelizar essas crianças. A escola funcionava das 10 às 17 horas e incluía aulas de leitura e redação, estudo da Bíblia e períodos devocionais. A ideia teve grande aceitação e em 1786 essas escolas já reuniam cerca de 200 mil crianças na Inglaterra. No início os professores eram pagos; depois passaram a ser voluntários.

Em poucos anos, o movimento se difundiu para outros países, inclusive os Estados Unidos. Em 1803 foi criada a União das Escolas Dominicais. As igrejas perceberam o valor desse método e passaram a utilizá-lo para a educação religiosa de seus fiéis. Com o passar do tempo, surgiram grandes associações que promoviam conferências, preparavam materiais didáticos e treinavam professores. O extraordinário movimento missionário do século 19 difundiu as escolas dominicais por todo o mundo. Foram realizadas muitas Convenções Mundiais de Escolas Dominicais, que atraíam milhares de delegados e importantes líderes das nações envolvidas.

A Escola Bíblica Dominical no Brasil

A primeira escola dominical permanente do Brasil foi fundada pelo casal Robert e Sarah Kalley em 19 de agosto de 1855, na cidade de Petrópolis (RJ). No início do século 20 foi criada no Rio de Janeiro a União das Escolas Dominicais do Brasil, uma filial da Associação Mundial de Escolas Dominicais. Mais tarde, passou a se chamar Conselho Nacional de Educação Religiosa. A partir de 1921, essa organização publicou as Lições Internacionais da Escola Dominical, seguindo o programa adotado por uma comissão internacional sediada em Chicago. Uma data muito valorizada pelas igrejas no começo do século 20 era o chamado “Dia do Rumo à Escola Dominical”.

Um grande entusiasta da educação cristã no Brasil foi o Rev. Erasmo de Carvalho Braga (1877-1932), professor do Mackenzie College, do Seminário Presbiteriano e do Colégio Culto à Ciência, em Campinas. Foi também o grande promotor da cooperação evangélica no Brasil, por meio de um entidade denominada Comissão Brasileira de Cooperação. Ele preparou 8 volumes do Livro do Professor, um material de apoio das Lições Internacionais, contendo comentários dos textos bíblicos, ricas ilustrações e valiosas sugestões pedagógicas para crianças, adolescentes e adultos.

Em julho de 1932, reuniu-se no Rio de Janeiro a 11ª Convenção Mundial de Escolas Dominicais, com mais de 1.300 delegados de 33 países. Foi o maior encontro do protestantismo mundial a realizar-se até então na América do Sul, causando forte impacto nas igrejas evangélicas do Brasil.

Nos anos 30 surgiu a organização Periódicos de Educação Religiosa, que publicava revistas para a escola dominical. Em 1977, essas revistas foram adquiridas pela Igreja Presbiteriana do Brasil e passaram a ser publicadas pela sua Junta de Educação Religiosa. O Rev. Odayr Olivetti ficou responsável pelo Departamento de Literatura e Publicações. Posteriormente, esse órgão passou a ser um departamento da Casa Editora Presbiteriana ou Editora Cultura Cristã, que publica até hoje as lições para a escola dominical.

Filosofia

Em 1924, o Rev. Herbert S. Harris, secretário geral da União das Escolas Dominicais do Brasil, argumentou que o objetivo da Escola Dominical era aperfeiçoar o caráter e a conduta dos alunos. Em seguida, lembrou que o ensino da lição era somente um dos meios a serem utilizados para alcançar esse objetivo.


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Ele sugeriu que esses meios eram sete: (a) o contato pessoal do professor ou dirigente da escola com o aluno; (b) a atmosfera espiritual que devia permear as atividades; (c) a boa amizade do aluno com seus colegas; (d) o ensino das lições bíblicas; (e) o interesse da escola pelo lar e pela vida particular do aluno; (f) programas especiais a serem desenvolvidos fora do horário da escola; (g) aparelhamento adequado para a escola funcionar de modo eficiente.

São muitos os benefícios que a educação cristã veiculada pela Escola Dominical pode trazer à igreja: evangelização, plantação de igrejas, cultura bíblica e teológica, edificação na fé, oportunidades de serviço cristão.

Realidade atual e perspectivas futuras

Existem várias críticas que se fazem à Escola Biblica Dominical e que devem ser objeto de cuidadosa reflexão:

  • Os temas tratados não despertam interesse: ficam restritos ao estudo da Escritura, não se procurando aplicá-la às necessidades de hoje; muitas vezes tais temas são repeticiosos e cansativos.
  • Os professores por vezes não são qualificados: não têm condições de responder os questionamentos mais difíceis dos alunos, principalmente jovens universitários e outras pessoas instruídas e questionadoras.
  • Os métodos didáticos são antiquados, privilegiando-se o formato da preleção pelo professor: há pouco diálogo e envolvimento dos alunos.
  • São utilizados poucos recursos audiovisuais, principalmente aqueles fornecidos pelas novas tecnologias.
  • A igreja tem atividades em excesso; há duplicidade de atividades (por exemplo, os jovens têm a sua classe de Escola Dominical e também as reuniões da mocidade).

O que fazer

  • A Escola Dominical não deve ser extinta, e sim revitalizada e atualizada.
  • Os pastores e os demais líderes da igreja precisam se interessar pelo fortalecimento da educação cristã.
  • É desejável haver uma comissão de pessoas qualificadas (teólogos, educadores, comunicadores) que possam assessorar a direção da Escola Dominical.
  • É importante discutir currículo, objetivos, materiais e métodos com criatividade e ousadia.
  • É fundamental o treinamento e aperfeiçoamento periódico dos professores.
  • Outra ideia é convidar palestrantes externos qualificados para falar à equipe da Escola Dominical.

Perspectivas futuras

A Escola Bíblica Dominical possui uma especificidade que a distingue de outras atividades da igreja, como o culto público ou as sociedades internas. Daí a sua validade permanente. Manter a Escola Bíblica Dominical não significa que não podem ser feitas adaptações. Por exemplo, podem ser criadas classes para casais, para adultos solteiros, para universitários, para a terceira idade.

É preciso repensar os fins da Escola Bíblica Dominical e como ela se insere no ministério total da igreja. A Escola Bíblica Dominical do futuro talvez deva se preocupar mais com os alunos e suas famílias, bem como com a missão da igreja no mundo. É preciso não perder de vista a questão maior que está em jogo: nosso compromisso com Cristo e seu evangelho.

Colossenses 1.28: “… o qual [Jesus Cristo] nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”.

Efésios 4.12: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos… e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.

2Timóteo 3.16s: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.


[1] O nome histórico sempre foi escola dominical (Sunday School). O acréscimo do adjetivo “bíblica” só ocorreu mais recentemente, em outras denominações (batistas, pentecostais), e então foi adotado por algumas igrejas presbiterianas.


Escola Bíblica Dominical, História e Importância | Alderi S. de Matos (ippinheiros.org.br)


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

0 MISSÕES - “A igreja estava sangrando”



Pastor conta os desafios de permanecer na Síria durante a guerra

Ser um pastor na Síria é um desafio que nem todos os chamados ao ministério estão dispostos a enfrentar. Essa é a realidade do pastor Edward Awabdeh, que serve a população Síria por meio da Alliance Church em Damasco, um dos 160 Centros de Esperança do país.

O líder cristão revela que esse trabalho muitas vezes é assustador e frustrante. No entanto, é possível ver o agir de Deus claramente.  “A igreja estava sangrando, mais de 60% dos nossos membros deixaram o país. Foi muito difícil, pois muitos deles tinham cargos na igreja, então o fardo sobre a liderança cresceu. Mas tivemos paz [de coração] em meio à escuridão”, reflete.  

Em situações de conflitos, a situação é ainda mais difícil. Já que as circunstâncias são mais extremas e ter esperança exige muita fé. “A soberania do Senhor permite crises em nossa vida porque ele tem grandes propósitos. Sim, é difícil, as experiências são dolorosas; mas, ao mesmo tempo, o Senhor tem seu projeto divino, somos de alguma forma instrumentos em suas mãos para concluir esse projeto.” 

Testemunho em palavras e ações

Para o pastor Edward, a igreja na Síria tem cumprido seu papel de representar o Reino de Deus. “Somos os embaixadores de Cristo no país, ficamos com a mensagem da luz quando as embaixadas das nações fecharam suas portas. Ganhamos muito respeito de toda a comunidade. As pessoas foram tocadas pelo que fizemos como igreja.”  

Além de apoiar com mensagens de encorajamento e esperança, o líder cristão e sua esposa Rana administram a clínica médica “Jesus, Luz do Mundo”, que atende 1.500 pacientes por mês, independentemente de suas crenças.

Pastor Edward é grato aos cristãos ao redor do mundo pela assistência, principalmente nos sete anos da campanha Esperança para o Oriente Médio. “Agradecemos às pessoas que nos apoiam e que nos permitem oferecer esses serviços a preços tão baixos. O amparo da igreja global é vital, sabemos que não estamos sozinhos, pertencemos ao corpo de Cristo”, finaliza o pastor Edward.  

Faça a esperança durar

Os cristãos sírios foram socorridos durante a campanha Esperança para o Oriente Médio, mas ainda é necessário andar mais uma milha com eles. Interceda e envie uma mensagem de encorajamento para nossos irmãos e irmãs e faça a esperança durar no território.


FONTE: https://portasabertas.org.br/noticias/cristaos-perseguidos/a-igreja-estava-sangrando

 

sábado, 22 de outubro de 2022

0 A lição da mulher que virou estátua de sal


 


Por J. C. Ryle


Existem poucas advertências nas Escrituras mais solenes do que esta que aparece no início deste artigo. O Senhor Jesus Cristo nos diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló" (Lc 17.32). A mulher de Ló professava ter uma religião. Seu marido era um "homem justo" (Gn 19.15). E, juntamente com ele, ela deixou Sodoma no dia em que a cidade foi destruída. Mas, ao sair de lá, olhou para trás, contrariando, dessa forma, o mandamento expresso de Deus. Assim, a mulher de Ló morreu no mesmo instante e foi transformada em uma estátua de sal. E o Senhor Jesus Cristo a destaca como um sinal de alerta para a Igreja, dizendo: "Lembrai-vos da mulher de Ló" (Lc 17.32).

Devemos examinar as lições que a mulher de Ló pretende nos ensinar. Tenho certeza que sua história está cheia de instruções úteis para a Igreja. Os últimos dias foram colocados diante de nós. A segunda vinda de Jesus se aproxima. O perigo do mundanismo está crescendo a cada ano na Igreja. Que estejamos munidos de defesas e antídotos contra a doença que está ao nosso redor e, de algum modo, fiquemos familiarizados com a história da mulher de Ló.

Comparada às milhares de pessoas semelhantes a ela em sua época, a esposa de Ló era uma mulher favorecida. Tinha um marido piedoso. Por meio do seu casamento com Ló, Abraão, o pai da fé, passou a ser seu tio. A fé, o conhecimento e as orações desses dois homens justos não eram segredos para a mulher de Ló. É impossível que ela tenha habitado em tendas com eles por um longo período, sem saber quem eles eram e a quem serviam.

A religião não era apenas uma ocupação formal para eles. A fé era o princípio que regia a vida deles e a motivação principal de todas as suas ações. A mulher de Ló deve ter visto e conhecido tudo isso. Este não era um privilégio insignificante.

Quando Abraão recebeu as promessas pela primeira vez, a mulher de Ló, provavelmente, estava lá. Quando ele edificou um altar próximo à sua tenda, entre Betel e Ai, é provável que ela estivesse lá. Quando o seu marido foi levado cativo por Quedorlaomer e libertado pela intervenção de Deus, ela estava lá. Quando Melquisedeque, rei de Salém, veio ao encontro de Abraão, trazendo-lhe pão e vinho, ela estava lá. Quando os anjos chegaram a Sodoma e advertiram seu marido a fugir, ela os viu. Quando os anjos os tomaram pela mão e os guiaram para fora da cidade, ela estava entre os que os anjos ajudaram a escapar.

Digo, uma vez mais, esses privilégios não foram insignificantes. Ainda assim, que efeito produziram no coração da esposa de Ló? Praticamente, nenhum! A despeito de todas as suas oportunidades e recursos da graça, a despeito de todas as advertências especiais e mensagens recebidas do céu, ela viveu e morreu ímpia, impenitente, incrédula e sem a graça. Os olhos de seu entendimento nunca foram abertos. Sua consciência nunca foi despertada e vivificada. Sua vontade nunca foi trazida a um estado de obediência a Deus. Suas afeições nunca foram de fato colocadas nas coisas que são do alto.

Antes, ela mantinha aquela aparência de religião por causa do costume e não por causa do que sentia. Isso era um disfarce desgastado para agradar as pessoas com quem convivia, mas não provinha de nenhuma noção do seu real valor. Fazia o que os outros, ao seu redor, faziam na casa de Ló. Ela se amoldou aos costumes de seu marido. Ela não fez nenhuma oposição à religião dele. Ela se entregou passivamente para seguir os passos dele. Mas, em todo esse tempo, aos olhos de Deus, o seu coração estava em pecado. O mundo estava em seu coração e o seu coração estava no mundo. Foi justamente nessa condição que ela viveu e, também, morreu.

Em tudo isso, há muito a ser aprendido. Vejo uma lição nesse texto, que é da maior importância nos dias de hoje. Você vive em um tempo em que existem muitas pessoas semelhantes à mulher de Ló. Venha e ouça a lição que o seu caso quer nos ensinar.

Aprenda, então, que possuir privilégios religiosos não salva a alma de uma pessoa. Você pode ter vantagens espirituais de todos os tipos. Você pode viver em pleno fulgor das riquezas de oportunidades e dos recursos da graça. Você pode desfrutar do que há de melhor em termos de pregações e ensinamentos. Você pode habitar em meio à luz, ao conhecimento, à santidade e às boas companhias. Você pode conviver com tudo isso e permanecer sem conversão, mas, no final, estar perdido para sempre.

Será que estamos escondidos atrás dos privilégios religiosos de alguém ao nosso redor?

Será que a nossa religião é simplesmente uma prática de aparência?

Uma "fé" vivida assim jamais poderá ser defendida.


FONTE: A lição da mulher que virou estátua de sal - Instituto Cristão de Pesquisas (icp.com.br)

terça-feira, 4 de outubro de 2022

0 Quem Foi o Profeta Ezequiel?



O profeta Ezequiel foi um dos homens levantados por Deus para profetizar na época do exílio do povo judeu na Babilônia. O nome Ezequiel significa “Deus fortalece” ou “Deus torna forte”, do hebraico Yeheze’l.

Quem foi Ezequiel na Bíblia?

Ezequiel era filho de Buzi e pertencia à família sacerdotal, ou seja, ele era um sacerdote (Ezequiel 1:3). Na verdade nada se sabe sobre quem foi Ezequiel além das informações que são encontradas no livro que leva seu nome no Antigo Testamento.

Ezequiel foi levado cativo para o exílio na Babilônia em 597 a.C., logo após o rei Nabucodonosor ter tomado Jerusalém. Na ocasião foram deportados o rei de Judá, Joaquim, toda a família real, os artesãos habilidosos e os cidadãos mais proeminentes (2 Reis 24:14).

O profeta Ezequiel era casado, porém sua esposa acabou falecendo repentinamente durante o cativeiro. Isso aconteceu pouco antes da cidade de Jerusalém ser destruída pela ofensiva do Império Babilônico em 586 a.C. Não é feita qualquer menção na Bíblia sobre possíveis filhos de Ezequiel.

A morte súbita de sua esposa foi anunciada por Deus, e o profeta foi proibido expressamente pelo Senhor de se lamentar pelo triste acontecimento. Ele não pôde realizar qualquer rito relacionado ao luto (Ezequiel 25:15,16). Essa proibição serviu como um sinal do que os habitantes da cidade de Jerusalém fariam em breve (Ezequiel 24:19-27).

O ministério do profeta Ezequiel

Após ter sido levado cativo, o profeta Ezequiel se estabeleceu junto ao rio Quebar, na vila de Tel-Abibe, perto de Nipur, na Babilônia (Ezequiel 1:1; 3:15). Após cinco anos vivendo no Exílio, ele recebeu sua chamada profética. O profeta vivia em sua própria casa, onde os anciãos vinham consultá-lo (Ezequiel 3:24; 8:1; 14:1; 20:1; cf. Jeremias 29:1-7).

É bem possível que o profeta Ezequiel começou seu ministério profético com a idade de 30 anos. Caso isso esteja correto, então ele tinha entre 25 e 26 anos quando foi deportado para a Babilônia.

Em seu livro, o profeta se mostra bastante familiarizado com os preceitos da religião judaica e com o Templo de Salomão. Mas não há qualquer evidência de que ele tenha desempenhado alguma função sacerdotal em Jerusalém antes de ser levado a Babilônia.

Na verdade, geralmente os sacerdotes começavam a exercer suas funções no Templo com a idade de 30 anos. Conforme já foi dito, o profeta Ezequiel foi exilado antes de alcançar essa idade.

Portanto, quando Ezequiel completou 30 anos ele estava vivendo a mais de mil quilômetros de distância de sua terra natal. Mas no ano em que ele deveria começar seus serviços como sacerdote, Deus o chamou soberanamente para se tornar um dos grandes profetas do Antigo Testamento. Durante o período em que ele profetizou, o Templo estava em ruínas.

A chamada do profeta Ezequiel

A chamada do profeta Ezequiel para exercer o ministério profético é uma das mais espetaculares registradas nas Escrituras. Esse chamamento é descrito em detalhes nos capítulos 1, 2 e 3 de seu livro. Nessa ocasião o profeta teve uma visão da glória divina.

Os quatros seres viventes, querubins, vistos pelo profeta Ezequiel na ocasião de sua convocação, também lembram o chamamento de Isaías, onde ele viu os serafins que ministravam diante de Deus (Isaías 6:2). Além disso, existe uma semelhança muito grande com a visão do trono de Deus que o apóstolo João teve (Apocalipse 4:16).

Quando o profeta Ezequiel caiu com o rosto na terra diante da visão tão gloriosa que teve, ele escutou as conhecidas palavras: “Filho do homem, põe-te em pé e falarei contigo” (Ezequiel 2:1). Nesse momento ele foi capacitado pelo Espírito a tornar-se um canal da revelação divina e proclamar a Palavra de Deus ao povo.

O profeta Ezequiel frequentemente é chamado por Deus pela expressão “filho do homem”. Nesse contexto essa expressão significa basicamente “ser humano”, e enfatiza a insignificância humana diante do poder e da majestade de Deus.


A mensagem do profeta Ezequiel

O grande propósito da mensagem profética do profeta Ezequiel era incentivar os judeus exilados a permanecerem fiéis a Deus, confiando que Ele iria cumprir a sua promessa de restauração. Deus haveria de conduzir a nação novamente à sua terra de origem. Ele traria novamente os tempos de glória para o Templo e para Jerusalém. Isso aconteceria após o fim do julgamento divino sobre os judeus. Esse julgamento era evidenciado pelas provações e destruições advindas pela ocasião do cativeiro.

O profeta Ezequiel anunciou o julgamento sobre Jerusalém (Ezequiel 1-24). Ele também anunciou o julgamento divino sobre as nações estrangeiras (Ezequiel 25-32). Também profetizou, após a destruição da cidade, a restauração e a misericórdia para o futuro. As profecias de Ezequiel sobre a restauração da casa de Davi são cumpridas plenamente apenas em Cristo (Ezequiel 37:24).

O simbolismo de Ezequiel

A mensagem do profeta Ezequiel é a que contém mais elementos simbólicos entre todas as outras mensagens dos profetas escritores. Também é possível perceber que a mensagem proclamada por ele era claramente representada por suas próprias experiências pessoais. Isso significa que Deus fez com que o profeta fosse um tipo de “sinal vivo” para o povo judeu.

Assim, o profeta precisou enfrentar grandes provações e suportar terríveis sofrimentos, a fim de que sua vida servisse de sinal para incitar a nação a buscar o arrependimento. Além de muita simbologia, o profeta Ezequiel também usou parábolas e provérbios (Ezequiel 12:21,22; 15-19).

Algumas pessoas, equivocadamente, utilizam algumas passagens do livro de Ezequiel para sugerir que o profeta sofria de algum transtorno mental (ex.: Ezequiel 3:23; 4:8). Claro que quem defende essa ideia falha em compreender a forma com que Deus direcionou a vida desse homem.

No início do ministério do profeta Ezequiel sua mensagem não foi muito bem recebida (Ezequiel 3:5). Porém, com o passar do tempo, o profeta foi sendo identificado numa posição mais honrosa (Ezequiel 8:1; 14:1; 20:1).

De qualquer forma, durante seu comissionamento como profeta o Senhor o avisou de que a casa de Israel não lhe daria ouvido, isso porque os judeus não queriam ouvir o próprio Deus. Por isso Deus disse que fortaleceria o profeta contra o povo, numa frase que talvez contenha um jogo de palavras que faz referência ao significado de seu nome (Ezequiel 3:7,8).

O fim do ministério do profeta Ezequiel

A Bíblia não relata nada sobre a morte do profeta Ezequiel. Tudo o que sabemos é que seu ministério durou pelo menos 23 anos (Ezequiel 29:17). Considerando então que ele começou a profetizar em 592 a.C., quando tinha 30 anos, ele viveu, no mínimo, cerca de cinquenta anos.

O profeta Ezequiel não é mencionado em outros livros do Antigo Testamento. Ele também não é citado diretamente no Novo Testamento. No entanto, muito de suas visões claramente serve de base para o simbolismo presente no livro do Apocalipse.

Os contemporâneos do profeta Ezequiel

O profeta Ezequiel foi contemporâneo de outros dois profetas escritores: o profeta Jeremias e o profeta Daniel. Os três viveram durante a época do cativeiro. O único período histórico que contou com tantos profetas escritores como aquele, foi por volta da segunda metade do século 8 a.C., quando viveram os profetas Isaías, Oseias, Amós e Miqueias.

Embora Ezequiel, Jeremias e Daniel fossem contemporâneos, eles não estavam próximos uns dos outros. Jeremias profetizava em Judá. Daniel servia na corte do rei Nabucodonosor. Já o profeta Ezequiel pregava entre os judeus cativos na Babilônia.

Autor: Daniel Conegero

FONTE: https://estiloadoracao.com/author/danielconegero/


 

 

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