Trabalhar
para o Senhor é minha eterna alegria” – Parte 1
Na 32ª posição no ranking de nações que mais perseguem os cristãos, a Índia é um local perigoso para os seguidores de Cristo, mas, acima de tudo, é um país que precisa conhecer o amor de Deus. Por isso, irmãos como o missionário Andrias Soni, arriscam sua vida diariamente para pregar o evangelho. O testemunho que segue abaixo foi dividido em duas partes; seu final reserva uma verdadeira lição de como viver segundo a vontade e a Palavra de Deus
“Tem vezes que eu fico bastante desanimado, com medo, inclusive, mas o Senhor continua abrindo portas novas”, confessou Andrias Soni, evangelista veterano que mora na Índia central. “É como se o sistema tivesse se voltado contra nós. Às vezes me pergunto se eu estou vivendo em um país comunista em época de pré-guerra fria, com o irmão mais velho, do olho que tudo vê, sempre em cima de nós!”, disse.
Toda sua vida foi marcada por oposições e ameaças, o que têm sido a consequência de seu trabalho de propagar as boas novas de Jesus Cristo. "As ameaças nunca me abalaram tanto como nos últimos anos... Mas o Senhor tem sido bom", diz Soni.
Cristão firme no propósito de evangelismo pessoal, Soni não é uma pessoa de personalidade de destaque; aos 65 anos não está nem perto de se aposentar. Foi assim mesmo, pouco chamativo, que ele compartilhou o evangelho a milhares de pessoas em Jabalpur, Madhya Pradesh, e teve o privilégio de ver muitos cristãos crescerem e amadurecerem comprometidos com a Palavra de Deus.
Antes devoto do hinduismo, aos 31 anos Andrias Soni se tornou um seguidor de Cristo e, desde então, tem se dedicado a compartilhar sua fé com o máximo de pessoas possível. Passou a frequentar regularmente estações ferroviárias, albergues e outros locais públicos, sempre levando uma sacola cheia de folhetos, ansioso para conhecer pessoas, orar por elas e dizer-lhes sobre a esperança de vida que Deus oferece a cada uma delas.
Embora enfrente oposição desde o dia em que começou a testemunhar sobre o amor e a vida de Jesus Cristo, são os incidentes mais recentes que o têm deixado bastante abalado. "Alguns anos atrás, visitei um jovem cristão em um albergue, no intuito de fortalecê-lo em sua fé. Estávamos cercados por alunos pertencentes a grupos extremistas hindus e eu fui brutalmente agredido. Levaram-me para fora do quarto, em um canto escuro e me bateram com tudo o que conseguiram encontrar".
Depois de ter sido ferido, Soni foi levado a uma delegacia vizinha, onde foi submetido a tortura psicológica e humilhação; e forçado a assinar uma declaração que o proibia de entrar no albergue, até mesmo para encontrar seus amigos. A polícia o obrigou a sentar-se em um canto por horas, sem comida, bebida ou ajuda médica, impedido de ter contato com outras pessoas.
"Foi quando Deus colocou misericórdia no coração de um policial. Ele me disse que sabia que eu não estava errado e que os estudantes eram ‘muito barulhentos’ e não deveriam ter como alvo um ‘senhor como eu’. Senti sua abertura para mim e mesmo tremendo de medo, pedi-lhe seu telefone para que eu pudesse pelo menos informar à minha família onde eu estava", narrou Soni.
Sua família relatou tudo a um líder cristão local, que foi até a delegacia saber sobre o estado de Soni. Somente assim os oficiais o liberaram e ele pôde voltar para casa.
O que você faria?
Então, Soni parou de ir aos albergues? Como ele iria encorajar jovens crentes em sua fé e ainda atender às necessidades de pessoas que contavam com sua ajuda? "Bem, eu ainda visito albergues discretamente", confessou ele com um sorriso. "Eu não posso deixar de ir."
"Mas devo dizer-lhe que grupos extremistas são muito organizados. Funciona como uma regra tácita, [ou seja, não é declarado por palavras, mas fica subentendido] os albergues do governo sempre devem reservar seu primeiro quarto a um estudante extremista hindu. Quando você entra em tais estabelecimentos é recebido por uma placa que diz: ‘Proclame sua identidade hindu com orgulho!’ ou com uma fotografia de ‘Bharat Mata’ (imagem hindu da Mãe Índia). Isso é para manter-se atento em quem entra e sai da pousada", explicou.
“Se um dos estudantes não está disponível para o ‘serviço’, os grupos hindus sempre têm um funcionário do albergue para lhes denunciar qualquer problema. O nível de detalhes da organização é impressionante, mesmo em se tratando de pousadas do governo local, lugares tão pequenos perto de todo o trabalho que se tem para vigiar todo o território indiano”.
Há dois anos, Soni foi ameaçado por radicais e, mais uma vez, terrivelmente agredido...
Confira aqui, a segunda parte do testemunho
e saiba o que aconteceu com o missionário Andrias Soni.
FontePortas
Abertas Internacional
TraduçãoAna
Luíza Vastag
“Trabalhar
para o Senhor é minha eterna alegria” – Parte 2
O irmão Andrias Soni
realiza um trabalho missionário na Índia há anos, o que, por diversas vezes,
foi motivo de repressões e ameaças por parte de extremistas hindus. Essa é a
segunda parte de um testemunho revelador da realidade em que vivem aqueles que
decidem servir ao Senhor em países onde há perseguição aos cristãos. Para ler o
início dessa história, clique aqui
Há dois anos, o missionário Andrias Soni estava em uma estação de trem na Índia distribuindo panfletos e conversando sobre o evangelho de Jesus Cristo com as pessoas que passavam, quando membros do Dharam Sena (Exército Religioso) dirigiram-se até ele e o agrediram. Os militares o acusaram de conversão forçada, confiscaram seus materiais e sua Bíblia pessoal (usando-os como evidência e “ferramentas de conversão”) e arrastaram-no novamente para a delegacia.
"Eu já havia sido maltratado e ferido antes, mas dessa vez foi tão grave que eu pensei que eles iriam me matar ou, ao menos, me deixar incapacitado", disse Soni.
Somente depois que a liderança cristã local interveio e contratou um advogado é que Soni foi libertado da prisão – não antes que fosse registrado um boletim de ocorrência contra ele.
O caso se estendeu por cerca de dois anos até que Soni foi inocentado honrosamente por falta de provas. Porém, o trauma enfrentado por ele e sua família é sentido até hoje.
"Foram momentos difíceis, mas Deus se mostrou fiel a nós. Agradeço o apoio e incentivo recebido pela Portas Abertas durante todo esse tempo", lembra Soni e acrescenta ainda: “Sou um missionário aposentado; uma agência missionária me paga um honorário simbólico, só para me incentivar. Minha esposa, Suhas Soni, foi demitida pelo diretor da escola onde trabalhava porque ela se recusou a abrir mão do cristianismo. Ela não tem pensão e, agora, não tem qualquer outro meio de ganhar dinheiro para o seu sustento”.
"Foi nesse momento que a Portas Abertas me ajudou a finalizar a construção da minha casa. Eu tinha um lar inacabado e nunca conseguia os recursos para a sua conclusão. Foi por causa da ajuda oportuna da Portas Abertas que coloquei agora parte da minha casa para alugar e, com o dinheiro que recebo, sustento minha família", declarou.
A violência continua
"Há uma semana, ao ver-me no mercado, o líder do Dharam Sena (mesmo grupo que me agrediu anos atrás) me viu e me cumprimentou. Mesmo com medo, cumprimentei-o de volta. Dentro de alguns minutos um homem que eu nunca tinha visto veio até mim e me pediu para fazer dele um cristão; chegou até a me solicitar uma Bíblia, se eu tivesse uma. Eu sabia que era uma armadilha criada pelo mesmo líder”, relatou.
Soni contou ainda: "Eu sempre ando com folhetos e com minha Bíblia pessoal dentro da bolsa, e eu sabia que tão logo eu fizesse qualquer movimento de pegá-los, uma multidão viria e me acusaria de tentar converter este homem ao cristianismo, à força. Tentei evitar o moço o máximo que pude. Fiz uma rápida oração ao Senhor e assim que a atenção do homem foi desviada, subi na minha Scooter e fugi. Foi por um triz. Grupos extremistas sempre tentam acusar falsamente pastores e evangelistas usando-se de qualquer meio".
“ Deus tem sido bom para mim. Quando militantes da oposição fecham uma porta, Deus, inesperadamente, abre uma nova", disse ele.
"Eu sou um evangelista simples, sem habilidades especiais e um crente convicto no evangelismo pessoal. Há mais de um ano, tenho sido procurado por vários funcionários do alto escalão do governo que me chamam em seus escritórios, sedentos por ouvir sobre Jesus Cristo. Estou feliz em dizer que, agora, muitos são seguidores do Senhor”.
"Algumas pessoas que me conheceram na época em que eram estudantes e viviam ainda nos albergues, hoje se tornaram importantes figuras públicas. Eles me pedem regularmente para visitar seus amigos e contar-lhes o meu testemunho e tem havido respostas surpreendentes às boas novas do evangelho. Uma pessoa a quem tive o privilégio de levar ao Senhor, agora conta com mais de 50 discípulos, a maioria deles de alta casta hindu. O trabalho do Senhor continua, e esta é a minha alegria para sempre”.
Leia aqui primeira parte do testemunho de
Soni e, após conhecer sua história, acesse o catálogo de projetos da Portas Abertas.
Através da sua contribuição, muitos cristãos que vivem na mesma situação que
Soni, poderão ser alcançados e abençoados.
FontePortas
Abertas Internacional
TraduçãoAna
Luíza Vastag
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