sábado, 15 de outubro de 2011

0 Recomendações de Paulo a Timóteo



Em nenhuma parte, Paulo sugere que encarar as Escrituras com Palavra de Deus e verdadeiramente ouvi-la promove uma vida fácil. Na verdade, em 2 Timóteo 3.10 -4.5 Paulo deixa perfeitamente claro que o uso correto das Escrituras irá colocar o cristão em um caminho que irá envolver dificuldades e conflitos, pois os caminhos de Deus não são apreciados no mundo do homem. E o cristão que seguir o caminho que as Escrituras definem encontrar-se-á à parte da cultura humana.

    * O custo (2º Tm 3.10-12).

     * O conflito (2º Tm 3.12-15).

     * O valor das Escrituras (2º Tm 3.16-17)

     * A incumbência (2º Tm 4.1-5).

     * O CUSTO – Paulo escreve muito claramente a Timóteo: “Tu, porém, tens seguido minha doutrina, modo de viver, intenção, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência”, O fato é que a compreensão que Paulo tem das Escrituras modelou todo o seu “modo de vida” desde a origem da sua motivação e confiança em Deus até suas expressões visíveis de longanimidade, amor e paciência. 
Timóteo não pode de nenhuma maneira supor que as Escrituras, corretamente interpretadas, podem produzir o egoísmo, as discórdias ou o rígido legalismo que são produzidas pela abordagem equivocada dos falsos mestres à Palavra de Deus.

Paulo continua. Timóteo também sabe que a compreensão que Paulo tem das Escrituras, e seu, comprometimento em viver de acordo com a Palavra de Deus, o levaram a “perseguições e aflições” (3.11). Existe um custo associado à decisão de seguir o caminho que é definido pela Palavra de Deus.

     * O CONFLITO - Paulo afirma que uma maneira bastante áspera que “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (3.12). Quanto mais de perto seguirmos a Jesus, da maneira como este procedimento está definido na Palavra de deus, mais o nosso caminho afastar-se-á do caminho dos “homens maus e enganadores [que] irão de mal a pior”. Isto inevitavelmente nos deixará em conflito com o mundo. Não devemos interpretar “perseguições” como hostilidade de alguns governos que ameaçavam a vida dos cristãos, mas sim como qualquer hostilidade ativa: a ridicularização dos padrões morais de um colega por adolescentes, ou a recusa de um empregador em dar uma promoção a um cristão ativo, ou a ira de uma pessoa não cristã em relação ao novo desejo de seu conjugue de seguir a Cristo.

     Quaisquer que sejam os conflitos envolvidos, como Timóteo nós devemos “permanecer naquilo que aprendemos e de que fomos inteirados” (3.14). O aprendizado e a convicção de Timóteo cresceram da confiança na integridade das pessoas que lhe ensinaram as Escrituras e de conhecer as Escrituras como a fonte salvadora de Deus.

     * O VALOR DAS ESCRITURAS – Tendo ouvido a palavra salvadora, o novo crente, que agora é um “homem de Deus”, precisa plenamente equipado para as boas obras. Neste ponto, as Escrituras assumem este papel desafiador. A palavra de Deus é “proveitosa” (lucrativa, útil, ophelimos). E como encaramos as Escrituras para ouvi-la como palavra capacitadora de Deus?

     Paulo afirma que as Escrituras são proveitosas para “ensinar, para redargüir [condenar], para corrigir [restaurar ao estado correto], para instruir em justiça”.

     Aqui há um padrão. “Ensinar” é uma palavra genérica que podemos assumir como a informação a respeito da realidade de Deus conhece e revelou. Por um lado, esta revelação nos condena, por nos mostrar onde nossos caminhos estão em conflito com os caminhos de Deus. Por outro lado, esta mesma revelação nos corrige, restaurando-nos, ao nos conduzir de volta àquilo que é correto. Restaurados novamente à harmonia com Deus, esta mesma revelação nos instrui em justiça ensinando-nos diariamente como devemos louvar ao Senhor e viver para Ele.

     Assim, quando lermos as Escrituras, deveremos permitir que elas nos falem destas maneiras pouco usuais, respondendo de forma positiva àquilo que ouvirmos e entendermos.

     *A INCUMBÊNCIA – Em vista do afirmado, Paulo incumbe Timóteo de pregar a palavra “a tempo e fora de tempo”. Existe um paralelo fascinante e também uma diferença entre o ministério das Escrituras ao repreender e corrigir, e o ministério de Timóteo. Timóteo deve redargüir (epitimeson), que significa censurar ou reprovar. Mas as Escrituras são capazes de redargüir (elegmos), que significa condenar por causa do pecado. Timóteo deve repreender (elenxon), que significa reprovar. Mas as Escrituras podem corrigir (epanorthosin), que significa devolver à posição correta. A pessoa que ministra a palavra chama a atenção do ouvinte à sua necessidade, mas somente as Escrituras podem realizar a mudança necessária.

     Desta forma, Timóteo é corretamente incumbido por Paulo de pregar a Palavra que transforma vidas. Ele deve ministrar com grande paciência e cuidadosa instrução, a despeito da resistência os ouvintes, ou da sua ansiedade por mestres que irão dizer o que eles desejam ouvir.


     Mas Timóteo não deveria ficar desencorajado, assim como você e eu não devemos nos sentir desencorajados. Reconhecendo que sempre há e sempre haverá um conflito entre os caminhos de Deus os do homem, os cristãos cumprirão sua incumbência dada por Deus da mesma maneira como Timóteo deveria cumprir a incumbência que lhe foi dada pelo Senhor: “Sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério”.

     Vamos viver a Palavra de Deus na sua totalidade.

     João Augusto de Oliveira

     Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, Lawrence O. Richards - CPAD
     

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