Egito: Confronto entre católicos e muçulmanos mata 23
Pelo menos 23 pessoas morreram, 17 delas civis e outras quatro militares, e dezenas ficaram feridas em conflitos entre cristãos coptas e militares no Cairo. A informação é das fontes de segurança do Egito. De acordo com a Agência France-Presse (AFP), o número de feridos é 174. As fontes explicaram que os soldados mortos foram atingidos por tiros, e que ainda não se sabe a causa da morte dos civis.
Houve um enfrentamento entre muçulmanos e coptas (os cristãos do Egito), que protestavam contra o incêndio em uma igreja no Cairo, segundo um comunicado do Ministério da Saúde. Um jornalista da AFP, que viu os corpos das vítimas em um hospital Cairo, disse que um dos corpos tinha o rosto totalmente desfigurado.
O caos reinava no hospital, onde as famílias gritavam expressando sua cólera. "Um veículo do exército atropelou cinco manifestantes", declarou o padre Daud, um sacerdote. Em alguns dos cadáveres havia marcas de tiro.
A origem dos disparos não está clara, já que testemunhas coptas acusaram os "baltaguiya" (pistoleiros) de atirar nos manifestantes, versão contestada pela imprensa estatal, que garante que os religiosos abriram fogo contra os militares.
Dezenas de feridos foram levados para diversos centros médicos, principalmente para o Hospital Copta. Civis armados com pedaços de madeira e facas foram à praça Tahrir e ao edifício que abriga a emissora de rádio e televisão do governo, onde começaram os confrontos entre o exército e cristãos coptas, que protestavam devido ao incêndio de uma igreja em Edfu, no sul do país.
Veículos do Exército foram ao local para tentar conter os conflitos, os mais graves no Egito desde a revolução que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro. O efeito do gás lacrimogêneo usado pelas forças de segurança pode ser sentido em grande parte do centro da capital egípcia, onde foram ouvidas sirenes de ambulâncias transportando feridos.
Na praça Abdelmonem Riyad, próxima ao local dos confrontos, grupos de cristãos gritaram expressões de ordem como "com o espírito e o sangue nos sacrificamos pela cruz", e outros de muçulmanos cantaram lemas como "Alá é grande", em um ambiente de grande tensão, informou a agência estatal de notícias Mena.
(Com agências EFE e France-Presse)
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