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ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO
TRIMESTRE DE 2013
ELIAS E
ELISEU - Um ministério de poder para toda a Igreja
COMENTARISTA:
JOSÉ GONÇALVES
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos as implicações do desafio
proposto por Elias aos profetas de Baal e de Asera. Veremos que não há outro
Deus além do Deus de Israel, e não há verdadeiros profetas senão os profetas do
Senhor. Tal verdade protesta contra o sincretismo religioso, ou seja, mistura
de crenças que estava imperando nos corações dos israelitas nos dias de Elias.
Tal sincretismo se estendeu ao longo dos séculos, chegando até os nossos dias,
o que significa dizer que Deus levantará novos “Elias” para serem usados por
Ele a fim de demonstrar que só o Senhor é Deus.
I – CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
No desafio enfrentado por Elias, ele precisou enfrentar os
representantes de pelo menos duas divindades daquela época, a saber: Baal e
Aserá, as quais descreveremos agora.
1.1 Baal. O
vocabulário hebraico significa “senhor”, “possuidor” ou “marido”. Quando os
israelitas entraram em Canaã, notaram que cada trecho da terra tinha sua
própria divindade. Dessa forma, constatamos o relato de vários Baais, cuja
forma plural foi traduzido por Baalins (I Rs 18.18). Na maioria das vezes, o
sobrenome da divindade variava de acordo com a localidade. Um exemplo disso é
Baal-Peor, divindade de uma área correspondente a uma montanha na região ao
norte do Mar Morto e defronte de Jericó (Nm 25.3). Vejamos algumas outras
variações para o termo Baal:
1.1.1 Baal-Berite. Essa
expressão significa “senhor das alianças”. Aparece somente em Jz 8.33. Quando
do falecimento de Gideão, os filhos de Israel tornaram a se corromper e se
envolveram com esta divindade. El Berite era um deus cananeu que tinha o seu
santuário em Siquém (Jz 9.46).
1.1.2 Baal-Gade. Diz
respeito à fronteira norte mais afastada da conquista israelita, no sopé do
Monte Hermon. Essa localidade é descrita quando das conquistas na época de
Josué (Js 11.17).
1.1.3 Baal-Hazor. Trata-se
de um monte de 1000 m de altura, a 15 Km a noroeste de Betel. Essa localidade é
descrita em II Sm 13.23.
1.1.4 Baal-Meom. Também
conhecida como Bete-Baal-Meom (Js 13.17), Bete-Meom (Jr 48.23) e Beom (Nm
32.3). Era uma das diversas aldeias edificadas pelos rubenitas no território de
Seom, o amorreu (Nm 32.38).
1.1.5 Baal-Zebube ou Belzebu. No Antigo
Testamento, Baal-Zebube era o “senhor das moscas”, o deus de Ecrom, ao qual
Acazias desejou consultar, mas foi impedido pela interferência justamente de
Elias (II Rs 1.1-6,16). Alguns entendem que a expressão Baal-Zebube é uma forma
irreverente dada pelos judeus ao título Baal-Zebul cananeu, “senhor dos lugares
altos”. Mas ainda no Novo Testamento, os fariseus acusaram Jesus
de expulsar os demônios por Belzebu, “maioral dos demônios” (Mt
12.24-29; Mt 10.25).
1.1.6 Baal-Zefom. Essa
expressão significa “senhor do norte”. Nome de um lugar no leste do delta
egípcio, perto do qual os israelitas se acamparam durante seu êxodo (Êx 14.2,9;
Nm 33.7).
1.2 Asera, Astarte ou Astarote. São três
termos correlatos que tratam da deusa mãe com aspectos de deusa da fertilidade,
do amor e da guerra, conhecida dos israelitas por meio dos cananeus (I Rs
11.5). Os israelitas adotaram a adoração a Astarote juntamente com a adoração a
Baal logo após chegarem à terra prometida (Jz 2.13). Era uma adoração comum no
tempo de Samuel (I Sm 7.3,4; 12.10), tendo recebido sanção real por parte de
Salomão (I Rs 11.5). Outra expressão correspondente a Asera é “poste-ídolo”. O
Antigo Testamento se refere algumas vezes ao poste-ídolo como uma deusa (II Rs 23.4
– Almeida Revista e Atualizada), interessante que a NVI (Nova Versão
Internacional) traduz essa mesma expressão por “Aserá”, o poste-ídolo também é
usado acerca de uma imagem feita para essa deusa (I Rs 15.13 – Almeida Revista
e Atualizada).
II – CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
A Bíblia diz que os profetas de Baal eram 450, e os profetas de Aserá
eram 400 (I Rs 18.19), ou seja, eles eram maioria. Apesar dessa maioria
numérica, estes oitocentos e cinquenta profetas ficaram confundidos e
envergonhados, pois somente o Deus de Elias respondeu com fogo e dissipou toda
dúvida do coração do povo (I Rs 18.38,39). Ao longo de toda a Bíblia
constatamos a triste realidade de que os falsos profetas são maioria:
• No Egito, os magos e encantadores de Faraó eram a maioria. Somente
Moisés era o verdadeiro profeta (Ex 7.8-13). Apesar da maioria egípcia, Moisés
prevaleceu, pois o Senhor estava com ele;
• Nos dias de Josafá e Acabe, havia quatrocentos profetas alugados por
Acabe para profetizarem somente o bem para ele, mas apenas Micaías era o
verdadeiro profeta (I Rs 22.1-28). O servo do Senhor fora humilhado e
rejeitado, mas as palavras que saíram da sua boca se cumpriram integralmente;
• Nos dias do rei Zedequias, o profeta Jeremias se levantou contra a
esmagadora maioria dos profetas, dos sacerdotes e de todo o povo (Jr 27-28);
• Jesus nos preveniu quanto ao advento dos falsos profetas, e que eles
seriam muitos (Mt 24.11);
• O apóstolo Paulo combateu durante todo o seu ministério os falsos
ensinos, que se levantavam constantemente contra a ortodoxia bíblica (I Tm
4.1,2; 6.3-5; II Tm 3.1-9).
A forma mais eficaz de confrontar os falsos profetas é ensinando
incansavelmente a sã doutrina. Fazer o que o apóstolo Paulo recomendou a
Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas;
porque fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (I
Tm 4.16; II Tm 1.13; 2.15). O apóstolo dos gentios tinha um zelo doutrinário
incansável, a fim de preservar a saúde espiritual do rebanho do Senhor. Por
isso, ele dizia a Timóteo: “que pregues a palavra, instes a tempo e fora
de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (II
Tm 4.2; cf. 4.3-5). Quando se ensina a sã doutrina, a boca dos falsos profetas
fica tapada (Tt 1.10-14).
III – DEUS REQUER EXCLUSIVIDADE
Por ser Deus o único Senhor do universo (Is 44.8) e único Redentor do
homem (Is 43.11,25), Ele exige exclusividade no que diz respeito à adoração e
ao reconhecimento humano quanto a isso: “Eu sou o Senhor; este é o
meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às
imagens de escultura” (Is 42.8).
Os falsos profetas de Baal conseguiram dividir o coração dos filhos de
Israel. Eis a razão porque Elias se indignou tanto contra os israelitas: “Então,
Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois
pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe
não respondeu nada” (I Rs 18.21).
3.1 Coxeareis. O termo
coxear, vem do hebraico pasah, e significa
“ficar coxo, manco, passar por cima, vacilar”. Essa mesma palavra é utilizada
para o neto de Saul, Mefibosete, que ficou manco (II Sm 4.4). Aplicado à
situação no Monte Carmelo, coxear aponta para a vacilação ou oscilação no
coração do povo em relação ao Senhor e à Baal.
3.2 O silêncio do povo. Diante da
pergunta do profeta, o povo demonstra incrível indiferença e oferece o silêncio
como resposta, o que evidencia claramente que, de fato, os israelitas estavam
em dúvida quanto à exclusividade de Deus como o Senhor. Mas Deus fez questão de
dissipar toda e qualquer dúvida, derramando fogo do céu e consumindo todo o
holocausto (I Rs 18.38,39). Com tal demonstração, ficou claro que só o Senhor é
Deus. Ainda há outros exemplos bíblicos de momentos em que o coração dos
israelitas coxeou, oscilou, vacilou entre Deus e outra divindade:
• Quando da peregrinação no deserto, os filhos de Israel construíram um
bezerro de ouro e o adoraram, mas Deus logo demonstrou que somente Ele era o
Senhor a ser temido e adorado por seu povo. Naquele dia, quase três mil homens
morreram (Ex 32.1-29);
• Nos seus dias, Josué relembra ao povo toda a grandeza e obras
magníficas do Senhor e protesta contra a idolatria reinante entre eles. Ele
convoca os israelitas a se desfazerem de todos os demais deuses e, à semelhança
dele e de sua casa, servirem exclusivamente a Deus (Js.24.1-25).
• Nos dias de Samuel, o coração do povo também estava dividido entre
Deus e os baalins e astarotes. O Senhor permitiu que a calamidade visitasse os
israelitas e só lhes enviou a vitória sobre os filisteus depois que eles se
despojaram de todo resquício de idolatria, e serviram somente ao Senhor (I Sm
2.1-7.4).
• Nos dias anteriores ao cativeiro da Assíria, Deus protestou contra o
seu povo categoricamente: “O seu coração está dividido...” (Os
10.2).
O resultado foi que a ira de Deus se acendeu contra o seu povo e lhe
enviou o cativeiro. Deus requer a sua exclusividade, demonstrando o seu poder,
seja abençoando ou permitindo a maldição;
• Com a nação de Judá não foi diferente. Somente com o envio do
cativeiro babilônico foi que o povo se deixou curar de seu sincretismo, de sua
idolatria e entendeu que a adoração deve ser tributada única e exclusivamente a
Deus, pois só Ele é o Senhor (II Cr 36.11-16; Ed 9-10).
IV - A SINGULARIDADE DE CRISTO
Já vimos que nas páginas do Antigo Testamento, o Senhor se coloca
totalmente contrário ao sincretismo religioso, pois requer exclusividade no que
diz respeito à adoração e serviço. Como Ele não muda, tal exclusivismo e
repúdio ao sincretismo permanecem em o Novo Testamento. Somente Jesus é o
Senhor e toda e qualquer religião que não creia nEle conforme às Escrituras
devem ser rejeitadas, pois, Ele é:
• Singular na concepção (Is 7.14; Lc 1.26-38);
• Singular nos milagres. Sua vida foi marcada pela
realização de milagres até então jamais vistos (Mt 14.25; Jo 6.11; 9.7; Mc 2.3;
Lc 7.11-
15);
• Singular na morte. Todos os eventos que rodearam a
sua morte na cruz são maravilhosos, desde a escuridão até as suas atitudes
durante o martírio revelam isso. Sem contar que somente a Sua morte trouxe
redenção a toda humanidade (Jo 3.16; Rm 5.15-21; Cl 2.14). Pelos méritos de sua
morte, Ele é o único que pode salvar (At 4.12) e o único mediador entre Deus e
o homem (Jo 14.6; I Tm 2.5);
• Singular na ressurreição e ascensão. Ela havia sido
predita no Antigo Testamento (Sl 2; 16) e concretizou-se no Novo Testamento (Mt
28). Diferente das demais ressurreições narradas na Bíblia até então, Jesus
ressuscitou para nunca mais morrer, pois subiu aos céus e assentou-se à destra
do Pai e está vivo para sempre;
• Singular na santidade. Ele é santo em si mesmo. Até mesmo
quando assumiu a condição humana, Cristo não pecou em momento algum (Hb 4.15).
Isso foi reconhecido pelo povo, por Pilatos (Lc 23.4), por um soldado romano
(Lc 23.47) e até mesmo por um dos ladrões na cruz (Lc 23.41).
CONCLUSÃO
O nosso Deus requer exclusividade e ainda demonstra porque somente Ele
deve ser adorado e reconhecido como verdadeiro Deus. Não há espaços para a
aceitação do sincretismo nas páginas da Bíblia, nem no Antigo e muito menos no
Novo Testamento. O nosso Deus é singular e com Ele não há outro: “Olhai
para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e
não há outro” (Is 45.22).
Escrito por Superintendência
das EBD's da Assembleia de Deus em Recife/PE
REFERÊNCIAS
• BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRA CHAVE. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• DOUGLAS, J.D. O Novo Dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
• GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética. VIDA
ACADÊMICA.
Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/
Acesso em 21 jan.2013
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