Em 18 de junho, a
Igreja Paroquial de São João, em Cartum, foi demolida por volta das 11 horas,
sem qualquer aviso prévio, por parte das autoridades locais ou do Ministério do
Planejamento e Habitação. O templo da igreja era demolido, enquanto os cristãos
observavam impotentes. Uma Igreja Católica na mesma região também foi demolida.
A Igreja
Paroquial de São João, uma das primeiras daquela região, existe desde 1987.
Após alguns anos de pesquisa, o governo cedeu terras à população, mas à igreja
nada foi concedido. A Igreja fez vários pedidos nesse sentido, mas não foi
atendida. No entanto, os cristãos, através de seus próprios esforços levantaram
dinheiro e construiram à igreja com chapas de ferro.
Duas meninas
e um garoto foram presos porque tiravam fotos da igreja enquanto os tratores a
demoliam. Mas, foram liberados no mesmo dia.
De acordo
com uma fonte da Portas Abertas, as igrejas foram demolidas porque eram
compostas basicamente de sulistas e já que eles foram expulsos do Sudão, as
igrejas não eram mais necessárias.
“É
evidente que as autoridades não respeitam os direitos dos não-muçulmanos no
Sudão, eles deveriam ter dado uma alternativa à Igreja, caso o terreno fosse
doado a alguém ou usado para alguma outra finalidade”.
“Outra
coisa, a igreja não faz parte do Sudão do Sul. É uma Igreja Episcopal do Sudão,
cujo Bispo é um sudanês (nortista)! Está cada vez mais claro que a política de
um Estado islâmico está sendo implementada. O presidente já havia dito que, se
o Sul do Sudão votasse pela separação, haveria, no norte, apenas uma religião,
o Islã; uma língua, o árabe; e uma cultura, a árabe”, afirmou o Rev. Ezequiel
Kondo, Bispo de Cartum.
"Eu
protesto ardentemente contra a ação injusta tomada pelo governo local de El
Shereq, e peço a devida indenização às igrejas destruídas. Eu também peço ao
governo do Sudão que devolva um pedaço de terra a esta igreja, de modo que, os
cristãos desta região tenham um lugar para se reunir".
Crise
Econômica
No dia 19
de junho, a polícia teve que usar cassetetes e gás lacrimogêneo para dispersar
mais de 200 manifestantes em Omdurman que gritavam slogans anti-governamentais,
como: "Liberdade, liberdade! Queremos mudar este regime".
Em Kosti a
polícia também usou força excessiva contra manifestantes que se dirigiam em
direção à Praça da Liberdade.
Segundo a
agência de notícias, Reuters, forças de segurança sudanesas entraram em
confronto com manifestantes anti-governo, na sexta-feira (22), em Cartum. As
manifestações se espalharam por vários bairros, geralmente pacíficos, quando
centenas de sudaneses saíram às ruas, após as orações de sexta, para protestar
contra o novo plano de austeridade.
Os
protestos começaram depois que o governo anunciou medidas severas que aumentam
significativamente o custo de vida no país.
O governo
do Sudão passa por uma crise econômica causada, principalmente, pela lacuna
deixada em seu orçamento, depois que o Sul se separou do restante do país e
formou o Sudão do Sul. Em janeiro, o Sudão do Sul interrompeu a produção e
exportação de petróleo no lado norte do país (Sudão), causando grandes perdas à
indústria petrolífera do norte que exportavam o petróleo do sul a outras
regiões.
Estas
medidas tomadas pelo presidente Bashir, para conter a crise, inflamaram a
população de baixa renda, e eles sairam às ruas para protestar.
Essa crise
econômica afeta não só as relações diplomáticas entre o norte e o sul do país,
mas tambem a coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos e entre os
diversos grupos étnicos existentes ali.
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Listras da Zebra e conheça a realidade de muitos
cristãos que vivem em países da África.
FontePortas
Abertas
TraduçãoMarcelo
Peixoto
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