1 Mentes vacilantes e corações divididos - Crentes em cima do muro

Então se chegou Elias a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, mas se Baal, segui-o.  Porém o povo nada lhe respondeu (1º Reis 18.21).

O texto sagrado é bem claro, quando fala da confrontação de Elias com os maus costumes dos israelitas. Alguns dizem que Elias confrontou os profetas de Baal, porém eu tenho pra mim que a verdadeira confrontação foi aos pecados dos israelitas.

Veja que o desafio aqui é ao povo e não diretamente aos falsos profetas de Baal. Eles foram apenas a via, o canal que Deus usou para trazer o povo a um despertamento espiritual.

Quando leio passagens como essa de Elias no Carmelo confrontando os maus costumes e a idolatria do povo, sou obrigado a fazer um paralelo entre os dias de Elias e os que estamos vivendo.  Esse é praticamente o cerne do problema hodierno “mente vacilante e coração dividido”; admitamos que esse seja um dos maiores problemas, ou um dos grandes desafios dos profetas de Deus dos dias atuais.

Vivemos em um tempo em que boa parte das pessoas cristãs não sabem mas a quem servir. Muitos daqueles que se dizem cristãos estão caminhando como cegos as apalpadelas sem saber a quem devem reverenciar e se submeter.

Muitos dizem que são cristãos publicamente mas negam-no com as suas obras (Tito 1.16). Uma grande parte daqueles que estão nas Igrejas já não sabem a quem servir, se a Deus ou ao seu dinheiro, se a Deus ou a vaidade, se a Deus ou ao mundo, se a Deus ou aos desejos da carne.

Parece que estamos vivendo um clima laodiceano quase geral no contexto “religioso-cristão-evangélico brasileiro”. Alguns talvez me tenham como antiquado ou exagerado mas se pensarem bem, chegarão a conclusão que estou certo.

*Veja o número de pessoas que amam mais o seu dinheiro do que a Deus, ao ponto de viveram quase 100% de suas vidas em função do ter, adquirir e acumular riquezas;

* Observe o número gritante de pessoas que enquanto se dizem cristãs, estão escravizadas pelo vício da pornografia, pela compulsão sexual e pelos desejos carnais ilícitos e porque não dizer que até mesmo pelo adultério;

* Encontramos tantas pessoas que cantam louvores na Igreja, mas quando estão fora do templo cantam músicas mundanas e as ouvem como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Alguém pode argumentar: Que mal tem em ouvir e cantar uma música? Bem, se você me mostrar algo bom na música mundana eu mudo de ideia. Pelo contrário, pesquisas revelam que boa parte das músicas mundanas está inundada de sexo livre, pornografia, apologia ao crime e as drogas, anarquia ao governo e as autoridades, etc. O que há de bom nisso?

Encontraríamos por certo uma lista enorme de fatos que comprovam que muitos estão entre o quente e o frio, estão mornos, e que perigo o de estar morno, pois a Bíblia é enfática quanto à posição de Jesus em relação aos mornos: “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.16).

É hora de os profetas torarem uma posição definida e clamar dos púlpitos de nossas Igrejas ao povo de Deus: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, mas se Baal, segui-o”. Chega de enganar o povo com falsas promessas de prosperidade, de chave e anjo voando no meio da Igreja. É hora de levar o povo de Deus a tomar uma posição entre o quente e o frio, antes que seja tarde demais.

Que Deus em Cristo nos abençoe,

                                                       João Augusto de Oliveira