segunda-feira, 19 de setembro de 2011

0 À procura de um mundo melhor



Cena típica: mulher de meia idade saindo da padaria carre­gando na mão direita uma carteira e na esquerda um sorvete de palito que acabara de comprar. Ao sair do estabelecimen­to, rapidamente desembrulha o sor­vete e, sem a mínima culpa, joga o papel melado na calçada.

Infelizmente, este ato tão comum revela a pouca ou nenhuma noção de cidadania, já que ser ci­dadão é estar consciente dos próprios direi­tos e deveres. Além do mais, trata-se de ato inadmissível em plena era da infor­mação, em que todo ser humano está cansado de saber as con­sequências inevitáveis deste des­respeito. Acúmulo de sujeira nas vias públicas, entupimento das bo­cas de lobo, enchentes, perdas ma­teriais e emocionais. Há um passo adiante da verdadeira cidadania, que vai além da observância de leis humanas, mas sobretudo no cum­primento das leis divinas, estimu­lado há mais de dois mil anos por Jesus quando nos convida a fazer­mos ao próximo o que gostaríamos que nos fizesse.

Tentando buscar respostas, ain­da no seio familiar, vemos pais ausentes da rotina de seus filhos, mais preocupados com o seu bem estar material do que com a es­trutura moral, muitas vezes fazen­do todas suas vontades, pas­sando a mão na cabeça de filhos indiscipli­nados e incon­sequentes. Na escola então, o cenário não é muito diferente, com o enfraquecimento cada vez maior da instituição de ensino, com o governo, entre outras coisas, re­munerando e preparando mal os professores, proibindo a reprova­ção, retirando as aulas de cidada­nia, civismo e de moral cristã das escolas; e, sem o apoio do governo e dos próprios pais, a direção das escolas fica perdida e engessada, pois não tem como exigir respeito de alunos que se recusam a receber instrução, muito menos cobrar dos professores uma postura, já que quando tentam chamar a atenção do aluno de forma mais enérgica, não têm respaldo da escola, que por sua vez, não tem respaldo dos pais.

Saudades da época em que profes­sora era considerada e tratada como segunda mãe, ninguém ousava ques­tionar uma determinação sequer. Sempre às Segundas-feiras, todos enfileirados e uniformizados, canta­vam o Hino Nacional; pedia-se licença e permissão à professora quando se chegava atrasado ou precisasse sair. Não era chamada de "sora".

Ao lermos os jornais, ouvirmos as notícias mais absurdas e chocantes, nos deparamos com esta triste reali­dade; do desrespeito do ser humano com o próximo e consigo mesmo, do descaso com a natureza, enfim, de toda a violência gerada pelo egoísmo e orgulho. É comum a preocupação dos pais quanto ao futuro de seus filhos... Ao olharem para aquelas carinhas inocentes e assim pensa­rem: "que tipo de mundo deixare­mos para eles?" Mas, francamente, não seria muito mais apropriado pensar "que tipo de filhos deixare­mos para o mundo?"

*desconheço o autor...

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