sábado, 20 de agosto de 2011

0 Vidas Marcantes - Agnes Ozman (1870 – 1937)



Em tempo de comemorações do Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, não podemos deixar de salientar as circunstâncias em que se deu o fato mais marcante do avivamento pentecostal.

Lembrando que no final do século XIX houve várias manifestações do poder de Deus em vidas de homens e mulheres que almejavam uma igreja avivada na santidade, no evangelismo e em missões. Homens como Charles Finney, Dwight L. Moody, John Wesley e outros tiveram suas posições sobre esse tema do avivamento, mas não era tudo que Deus tinha para realizar por sua igreja.

As experiências alcançadas por muitos dos que buscavam o poder de Deus ficavam longe da realidade das promessas que foram feitas por Jesus, conforme registra o Novo Testamento. Os que foram mais ousados chegaram e pediram o batismo no Espírito Santo, e o resultado foi alcançado com a primeira manifestação desse batismo na chegada do século XX. Esse acontecimento tornou-se a linha divisória entre os conceitos humanos e a potente mão de Deus manifestada no Bethel College em Topeka-Kansas.

No final do ano de 1900, os alunos começaram a estudar sobre o batismo com o Espírito Santo. Eles decidiram ficar até mais tarde neste dia, para receber o batismo com o Espírito Santo e fogo (termo específico usado por eles), indicando claramente que oravam por uma experiência de acordo com o que havia sido ensinado por Charles Fox Parham. Encontravam-se entre eles Agnes Ozman e duas outras mulheres.

O nome de Agnes Ozman tornou-se muito familiar aos primeiros pentecostais (ela mais tarde manteve sua filiação com as Assembleias de Deus). Nascida em Albany, Wisconsin, em 15 de setembro de 1870, mudou-se no ano seguinte para o Nebraska e experimentou uma vida dura na colônia da fronteira. Assim cresceu, até atingir sua maturidade. A família tinha fortes inclinações religiosas, e Agnes e seus cinco irmãos frequentavam a Igreja Metodista Episcopal. Ainda jovem Agnes inscreveu-se em um grupo de estudo bíblico patrocinado pela YMCA (Associação Cristã de Moços). O grupo de discussões a convenceu de sua necessidade de ser batizada por imersão, o que ela veio a fazer na Igreja Cristã local. Também, aceitou o ensino pré-milenial e obteve a experiência de uma cura milagrosa de pneumonia.

Durante o inverno de 1892, até 1893, Ozman assistiu a uma Escola Bíblica em St. Paul, Minnesota. Quando o seu diretor, T.C. Horton, fechou aquele estabelecimento para começar um trabalho evangelístico de tempo integral em 1894, Agnes Ozman mudou-se para Nova Iorque, a fim de continuar seu treinamento no Instituto Bíblico presidido pelo pastor A.B. Simpson. Lá, ela ficou intrigada com a forte experiência e ênfase no Espírito Santo e descobriu um trabalho muito atrativo para recuperar missões. Após ter deixado a escola, frequentou uma reunião de acampamento no Velho Pomar da Praia, no Estado de Maine, de onde viajou para Nebraska, via Chicago, onde visitou o “lar de cura divina” do Pr. Alexandre Dowie. Ozman posteriormente dedicou-se a missões na cidade de Kansas, onde ouviu sobre os planos do Pr. Parham para abrir uma escola em Topeka, e decidiu inscrever-se.

Com trinta anos de idade, ela reconheceu que não tinha vocação para colona, nem para um lar. Ozman falhara ao perambular de um lado para outro, buscando algo muito vago como realidade espiritual. Apesar de estar inclinada ao ensino ou ministério, gostaria de receber tão depressa fosse possível uma nova experiência, que mudaria seus rumos.

Em 1912, Ozman disse que na Escola de Parham, na passagem do ano de 1900, ela e mais outras pessoas ficaram orando juntas, quando falou três palavras em outras línguas. A isto ela declarou: “Foi uma experiência sobrenatural e estava guardado em meu coração como algo sagrado; o Senhor tinha nos enriquecido a cada um de nós e nada foi falado a respeito ultimamente”.

Ozman relatou que, semelhantemente, outros estudantes dedicaram um bom tempo à oração. Durante o culto da noite de 1º de janeiro de 1901, tendo um desejo de ser batizada com o Espírito Santo e fogo, perguntou a Parham se ele imporia as mãos sobre ela e os outros, assim como foi nos dias dos apóstolos, a fim de que recebessem a experiência. Ela disse: “Falei em línguas conforme Atos 2.1 e 19.6, de modo semelhante, quando o apóstolo Paulo impôs as suas mãos sobre os discípulos de Éfeso, e o relato bíblico acontecido no Cenáculo em Jerusalém, quando foram vistas línguas como de fogo”.

O Pr. Parham e seus 40 primeiros alunos foram unânimes em concordar que a evidência do batismo com o Espírito Santo era o falar em línguas. Confirmava o resultado dos estudos a que chegaram. Segundo o relato de Parham, e também confirmado por Ozman, o qual afirmava que ela falou chinês por três dias, período em que não podia falar seu próprio idioma e nem escrever.

O tempo provou e não demorou muito que a centelha caída em Topeka foi para Los Angeles e lá se tornou o maior centro irradiador difundindo a mensagem pentecostal, abrangendo o país e outras nações e só, para exemplo, a obra de missões recebeu uma dinâmica e velocidade tão expressiva que em dez anos chegou ao Brasil, em seis anos na Índia e África do Sul, em 14 anos no Japão, Noruega, Suécia, Finlândia e outros países da Europa, lembrando também que não dependeu de organizações humanas. Cumpria-se mais uma vez o que o evangelista Marcos escreveu em seu evangelho 16.20: “Então os discípulos partiram, e pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor, confirmando a sua palavra por meio de sinais, que acompanhavam”.

FONTE: Breve História do Movimento Pentecostal – CPAD 2003



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