Uma palavra sobre DÍZIMO
Venho através dessa, compartilhar com todo o povo de Deus uma meditação a respeito desse assunto por demais polêmico e às vezes controverso – “Dízimo”!
Primeiramente quero dizer que como assembleiano que sou, creio na atualidade do dízimo; e que portanto não estou aqui para discutir teologicamente a atualidade ou não dessa doutrina. Acredito na atualidade do dízimo pelas seguintes razões:
1ª – Porque encontramos Abraão dizimando antes da lei: E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. Gênesis 14:20
2ª Porque encontramos a ordenança do dízimo na lei: Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. Deuteronômio 14:22;
3ª – Porque encontramos o dízimo depois da lei (Dispensação da Graça): “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. Mateus 23:23”.
Podemos ver então que a ordenança do dízimo não se restringe a “lei mosaica” conforme querem interpretar alguns, pois a Bíblia é bem clara ao situá-lo nos três tempos: Antes, durante e depois da Lei. Na ultima referência encontramos o Senhor Jesus a censurar os fariseus devido ao seu zelo exagerado em observar alguns aspectos da Lei em detrimento de outros, porém em parte alguma o vemos condenar a ordenança do dízimo como algo que ficou restrito a “lei mosaica”.
Bem, dadas essas devidas explicações volto a falar então da minha verdadeira intenção ao escrever sobre esse assunto. Quero dizer que ultimamente tenho reparado que muitas Igrejas têm ensinado os seus membros a dizimar de forma totalmente errada e que este tem sido um dos maiores motivos de decepção do povo quanto ao desfrutar das “Bênçãos de Deus para os fiéis”.
Tem muitos pastores a ensinar os crentes a dizimar pelas seguintes razões: Medo de Deus, medo do devorador, barganha com Deus, para concorrer a cargos no ministério, etc. Acredito que em todos estes casos e nos demais que os leitores tenham em mente e já tenham tomado conhecimento está errado o ensino. Devemos como crentes que acreditam na atualidade do dízimo fazê-lo sim, mas pelas razões corretas:
I) – Como sinal de nossa gratidão a Deus – Devemos dizimar porque somos gratos a Deus pelo que somos e pelo que temos. Reconhecendo assim que dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas.
II) – Como reconhecimento das vitórias que Ele nos deu – Quando Abraão deu os dízimos a Melquisedeque não os deu porque queria conquistar alguma coisa, mas porque havia conquistado a vitória sobre seus adversários e recuperado a vida de seu sobrinho Ló e dos demais.
III) – Em obediência a sua palavra – Jesus no seu sagrado ensino ele diz: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Mateus 5:20”. Se eles davam o dízimo até da hortelã, do endro e do cominho; como demos proceder nós?
IV) – Como ato de adoração a Deus – Tudo que somos e fazemos é de certa forma uma maneira pela qual adoramos a Deus, não sendo o ato de dizimar algo diferente. Então de certa forma quando o crente dizima ele adora a Deus.
Agora quero dizer que me posiciono frontalmente contra alguns procedimentos, como já citei em relação ao dízimo, e não arrefecerei a menos que me provem o contrário pelas Escrituras Sagradas:
1º) - Ensinar a Igreja a dizimar pelos motivos errados – Muitas Igrejas no afã de aumentar a sua renda nos dízimos simplesmente não têm vergonha de ensinar as mais absurdas falácias aos seus membros. Ex: Já ouvi certo Pastor ensinar que o crente que não é dizimista não entra nos céus. SEM COMENTÁRIOS – Tive vontade de dar-lhe uma surra (risos).
2º) – Sou contra as consagrações e privilégios que têm alguns que são dizimistas, em detrimento de outros que não são (independente da razão) - Pois para Deus o que tem valor é o ser humano criado a sua imagem e semelhança e não o DINHEIRO. Jesus enquanto esteve aqui ele valorizou o ser humano, hoje algumas Igrejas estão supervalorizando o “dinheiro que estes podem lhes proporcionar”.
3º) – Sou contra o pensamento de que a Igreja não deve dar nenhuma satisfação - Seja para os seus membros (ou pelo menos ao corpo de obreiros) sobre as suas finanças (Dízimos, ofertas, votos, etc). Esse negócio de que: Devemos apenas dizimar e o homem administra como quer pra mim não cola. A Igreja precisa ser mais transparente, para ser realmente Sal e Luz.
4º) – Esse aqui eu chego a sentir nojo – Posições de Igrejas são medidas pelo tamanho de seu relatório ($). Isso é um absurdo, uma pouca vergonha. Tem Igrejas que cujos membros estão no analfabetismo bíblico, com problemas de fornicação entre outros problemas graves. Alguém vem me dizer que se ela tiver um bom relatório é sinal de que ela uma boa Igreja? Quer dizer que o povo pode ficar a vontade, contanto que tenha um bom saldo no final do mês? É com esse tipo de coisa que morro dizendo: NÃO CONCORDO E JAMAIS CONCORDAREI.
Podem me chamar de rebelde, teimoso, turrão e do que mais você quiser, mas certas coisas não descem goela abaixo nem com um copo de água (risos).
Meus queridos, é hora de lermos mais a Palavra de Deus e fazermos ouvir a nossa voz frente aos desmandos cometidos em nome de Deus e da própria Bíblia. Já dizia o nosso querido Pastor Batista Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
Autor: João Augusto de Oliveira.
Prezado irmão João Augusto.
ResponderExcluirO que me leva a comentar sobre o tema: Dízimo, é a sua indignação no final desta postagem, com relação as distorções eclesiásticas de alguns líderes, quando o assunto é dinheiro.
Realmente Abraão dizimou a Melquisedeque, e isto antes da Lei. Todavia, esse ato parece mais uma demonstração(alusão) de uma Lei institucional que seria aplicada aos descendentes de Abraão.
Podemos entender que a origem do dízimo se fez necessário para que uma das doze tribos dos filhos de Jacó que não teve direito a herança na divisão da terra de Canaã, porque o Senhor Deus se fez herança para com a tribo de Levi,ou seja, essa tribo ficou responsável a adoração(levitas), ao sacerdócio e todo o serviço da Casa do Senhor. Da parte de Deus foi ordenado que as demais tribos dizimassem àquela que não tinha herança da terra, a saber : A Tribo de Levi.
Os fariseus foram exortados por Jesus, não por dar o dízimo até da hortelã, do endro e do cominho; nem por jejuar três vezes por semana, julgando-se mais justos e santos que os publicanos, e sim, por negligenciar os preceitos mais importantes da Lei: A justiça, a misericórdia e a fé.
Quando o Senhor Jesus confirmou a obrigação do dízimo no episódio de Mateus 23. 23, foi porque ainda não tinha cumprido toda a Lei do velho testamento. Contudo, a vigência da Lei e dos profetas só vigorou até João Batista, pois na cruz do calvário Jesus cumpriu toda Lei, inclusive nossa redenção e salvação. Portanto, não necessitamos mais de sacerdotes Levíticos, pois Ele, o Senhor Jesus, se tornou Sumo Sarcedote para sempre.
Quanto a visão do "Dízimo" na nova aliança,o Apóstolo Paulo, escolhido por Cristo para ser o discipulador dos gentios, e por conseguinte nosso orientador neotestamentário, nunca usou a palavra Dízimo, por ter sido revogado por Cristo, a qual somente consta na sombra da Lei.
A princípio, parece que esse imposto compulsório (dízimo) daria mais estabilidade a Igreja de Cristo, pois muitas realmente estão enriquecendo-se financeiramente, contudo empobrecendo-se espiritualmente.
Penso que se voltássemos a essência da Igreja do Novo Testamento e contribuíssemos segundo proposto em nosso coração, não por obrigação(10%), nem pelas ameaças de ser taxados de ladrão e ir para o inferno, mas com alegria e amor pela obra de Cristo, a igreja seria pastoreada com amor, sem ganâncias e sem ameaças. Conforme, recomendação a seguir do Espírito Santo, através do Apóstolo Paulo:
"E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará.
Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria." IICor. 9. 6,7.
Gostaria que o irmão considerasse este comentário, não como crítica a seu tema postado, o qual foi muito bem detalhado, mas como uma pequena colaboração a edificação do Corpo de Cristo.
http://discipulodecristo7.blogspot.com/
Um abraço do Discípulo de Cristo.
Paz Seja Contigo!
Querido J.C. de Araújo Jorge, agradeço a sua honrosa contribuição a esse humilde blog. Conforme disse no princípio de minha reflexão: O meu intuito "no momento" não é discutir a atualidade ou não do dízimo. Até porque conforme detalhei, o dízimo é encontra mesmo antes da lei ser institucionalizada na nação de Israel com Moisés. Já em Abraão o encontramos entregando o dízimo. É verdade que o Sr. Jesus tb. não instruiu os fariseus a dizimar quando os confrontou, porém tb. não o vimos em lugar algum proibir diretamente. Em relaçao a Paulo, reconheço que o mesmo não ensinou abertamente acerca do dízimo, tb. como em nenhum lugar encontramos a proibição a respeito. Então partindo desse pirincipio acho que é um tema que exige uma investigação (exegese) mais detalhada com o fim de sanar todas as dúvidas. Futuramente estaremos discutindo esse tema com mais tempo e analisando algumas lacunas.
ResponderExcluirDe qualquer forma fique a vontade par se expressar. Esse espaço é democrático, e toda contribuiução é bem vinda.
Seu conservo,
João Augusto.
Os pastores lhe agradecem pelo seu dinheiro e os mendigos lhe pedem uma esmola
ResponderExcluirQuanto aos pobres, vós sempre os tereis convosco, mas a mim vós nem sempre tereis.” (João 12.8)
ResponderExcluirO texto de mateus não serve em hipótese alguma para confirmar a ordenança do dízimo, fazer isso e estabelecer uma interpretação extensiva do versículo, retirado-o de seu contexto. No que tange a ser abençoado, por ofertar ou dizimar, observo um logica muito simples, o justo viverá pela fé, logo, tudo que provem da fé é agradável a Deus, digo fé genuina em Cristo Jesus. A resposta de Deus não esta atrelada ao que é ofertado como vemos por exemplo na oferta de Abel, mas a motivação com que é feita. O que agrada a Deus é o cuidado com a sua obra, o investir nas almas e isso nao se limita a percentuais, mas a fé.
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