segunda-feira, 2 de maio de 2011

0 Christmas Evans – O “John Bunyan” de Gales (1766-1838). Será isso Pentecostalismo ou será Fanatismo e Hereresia?





As vezes me pego a pensar qual a verdadeira razão que leva tantas pessoas a criticar as manifestações pentecostais: Linguas estranhas, pulos, gritos e qualquer outra manifestação corporal.
     Parece que no ver de alguns, o cristianismo tem que ser geladão, paradão, sem vida e sem expressões. Se as pessoas vão a um estãdio de futebol assistir uma partida de Palmeiras X Corinthians; as manifestações sãos as mais variadas: Pulos, gritos, berros, etc.  Se alguém vai assistir a um show ele pode se manifestar, etc.
     Só  não podem os cristãos se manifestar. Ai eu fico imaginando se esses crentes (?) vivessem na época de Christmas Evans o que será que eles fariam??

       João Augusto


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Seus pais deram-lhe o nome de Christmas porque nasceu no dia de Natal, em 1766. O povo deu-lhe o apelido de "Pregador Caolho" porque era cego de um olho. Alguém assim se referiu a ele: "Era o mais alto dos homens, de maior força física e o mais corpulento que jamais vi. Tinha um olho só; se há razão para dizer que era olho, pois mais propriamente pode-se dizer que era uma estrela luzente, brilhando como Vênus". Foi chamado, também, de "O João Bunyan de Gales”. Em todo o lugar onde pregava, havia grande número de conversões. Seu dom de pregar era tão extraordinário, que, com facilidade, podia levar um auditório de 15 a 20 mil pessoas, de temperamento e sentimentos vários, a ouvi-lo com profunda atenção. Nas igrejas, não cabiam as multidões que iam ouvi-lo durante o dia; à noite, sempre pregava ao ar livre, sob o brilho das estrelas.
Durante a sua mocidade, viveu entregue à devassidão e à embriaguez. Numa luta, foi gravemente esfaqueado; outra vez foi tirado das águas como morto e, ainda doutra vez, caiu de uma árvore sobre uma faca. Nas contendas era sempre o campeão, até que, por fim, numa briga, seus companheiros cegaram-lhe um olho. Deus, contudo, fora misericordioso durante esse período, guardando-o com vida para, mais tarde, fazê-lo útil no seu serviço.
Com a idade de 17 anos, foi salvo: aprendeu a ler e, não muito depois, foi chamado a pregar e separado para o ministério. Seus sermões eram secos e sem fruto até que, um dia, em viagem, segurou seu cavalo e entrou na mata onde derramou sua alma em oração a Deus. Depois daquele dia reconheceu a grande responsabilidade de sua obra; regozijava-se sempre no espírito de oração e surpreendeu-se grandemente com os frutos gloriosos que Deus começou a conceder-lhe. Antes destas coisas, possuía dons e corpo de gigante; porém, depois, foi-lhe acrescentado o espírito de gigante. Era corajoso como um leão e humilde como um cordeiro; não vivia para si, mas para Cristo. Além de ter, por natureza, uma mente ativa e uma maneira tocante de falar, tinha um coração que transbordava de amor para com Deus e o próximo. Verdadeiramente era uma luz que ardia e brilhava.
No sul de Gales andava a pé, pregando, às vezes, cinco sermões num só dia. Apesar de não andar bem vestido e de possuir maneiras desastrosas, afluíam grandes multidões para ouvi-lo. Vivificado com o fogo celestial, subia em espírito como se tivesse asas de anjo e quase sempre levava o auditório consigo. Muitas vezes os ouvintes rompiam em choro e outras manifestações, coisas que não podiam evitar. Por isso eram conhecidos por "Saltadores Galeses".
Conta-se que, em certo lugar, havia três pregadores para falar, sendo Evans o último. Era um dia de muito calor; os primeiros dois sermões foram muito longos, de forma que todos os ouvintes ficaram indiferentes e quase exaustos. Porém, depois de Evans haver pregado cerca de quinze minutos, sobre a misericórdia de Deus, tal qual se vê na parábola do "Filho Pródigo", centenas dos que estavam sentados na relva, repentinamente, ficaram em pé. Alguns choravam e outros oravam sob grande angústia, Foi impossível continuar o sermão: o povo continuou a chorar e orar durante o dia inteiro e a noite, até amanhecer!!!
Na ilha de Anglesey, porém, Evans teve de enfrentar certa doutrina chefiada por um orador eloqüente e instruído. Na luta contra o erro dessa seita, começou a esfriar espiritualmente. Depois de alguns anos, não mais possuía o espírito de oração nem o fogo da vida cristã. Ele mesmo descreveu como buscou e recebeu de novo a unção de Deus, que fez sua alma abrasar-se ainda mais do que antes:
" Não podia continuar com o meu coração frio para com Cristo, sua expiação e a obra do Espírito. Não suportava o coração frio no púlpito, na oração particular e no estudo, especialmente quando me lembrava de que durante quinze anos o meu coração se abrasava como se eu andasse com Jesus no caminho de Emaús. Chegou o dia, por fim, que nunca mais esquecerei. Na estrada de Dolgelly, senti-me obrigado a orar, apesar de ter o coração endurecido e o espírito carnal. Depois de começar a suplicar, senti como que pesados grilhões me caíssem e como que montanhas de gelo se derretessem dentro de mim. Com esta manifestação, aumentou em mim a certeza de haver recebido a promessa do Espírito Santo. Parecia-me que meu espírito inteiro fora solto de uma prisão prolongada, ou como se estivesse saindo do túmulo num inverno muitíssimo frio. Correram-me abundandetemente as lágrimas e fui constrangido a clamar e pedir a Deus o gozo da sua salvação, e que Ele visitasse, de novo, as igrejas de Anglesey que estavam sob meus cuidados. Tudo entreguei nas mãos de Cristo... No primeiro culto depois, senti-me como que removido da região estéril e frígida de gelo espiritual, para as terras agradáveis das promessas de Deus. Comecei, então, de novo os primeiros combates em oração, sentindo um forte anelo pela conversão de pecadores, tal como tinha sentido em Leyn. Apoderei-me da promessa de Deus. O resultado foi, que vi, ao voltar para casa, o Espírito operar nos irmãos de Anglesey, dando-lhes o espírito de oração com importunação " .
Passou então o grande avivamento do pregador ao povo em todos os lugares da ilha de Anglesey e em toda Gales. A convicção de pecado, como grandes enchentes passava sobre os auditórios. O poder do Espírito Santo operava até o povo chorar e dançar de alegria. Uma pessoa disse: " O lugar tornou-se em um verdadeiro ' Boquim ' de choro " ( Juízes 2: 1-5 ). Outro ainda disse que o povo do auditório ficou como os habitantes duma cidade abalada por um terremoto, correndo para fora, prostrando-se em terra e clamando a Deus.
Como vigia fiel, não podia pensar em dormir enquanto a cidade se incendiava. Humilhava-se perante Deus, agonizando pela salvação de pecadores, e de boa vontade gastou suas forças físicas e mentais, pregando o último sermão, sob o poder de Deus, como de costume. Ao terminar disse: "Este é meu último sermão " . Os irmãos entenderam que se referira ao último sermão naquele lugar. Caiu doente, porém, na mesma noite. Na hora da sua morte, três dias depois, dirigiu-se ao pastor, seu hospedeiro, com estas palavras: "O meu gozo e consolação é que, depois de me ocupar na obra do santuário durante cinqüenta e três anos, nunca me faltou sangue na bacia. Prega Cristo ao povo". Então, depois de cantar um hino, disse: "Adeus! Adeus!" e faleceu.
A morte de Christimas Evans foi um dos eventos mais solenes em toda a história do País de Gales. Houve choro e pranto em toda a nação!

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