Reflexão Bíblica
Profecias ou profetadas?
Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito algum a este povo, diz o SENHOR. Jeremias 23:32.
(1) – Ro’eh. Substantivo que é traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade especial e espiritual de prever o futuro. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram - da perspectiva do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.
(2) – Nãbi. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nãbi’im é sua forma plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito Santo” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nãbi era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus. A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta era também conhecido como “homem de Deus” (2 Reis 4.21), “servo de Deus” (Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (Is 61.1-3), atalaia (Ez 3.17) e mensageiro do Senhor (Ag 1.13).
Quando chegamos ao NT. Vemos o Senhor Jesus falar de forma bem clara que a Lei e os profetas duraram até João Batista, fazendo assim a transição da Lei para a dispensação da graça. Sendo assim, encontramos em João Batista o último profeta da dispensação da Lei.
Como crente pentecostal que sou (e respeito aos que pensam de forma diferente) creio que as profecias não cessaram com o último profeta da dispensação da Lei nem ficaram restritas aos tempos apostólicos. Senão, vejamos:
. Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 1 Coríntios 14:37;
. Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. Atos 15:32;
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Efésios 4:11.
Creio perfeitamente que na era neotestamentária conforme ensinou o apóstolo Paulo aos Coríntios (cap. 12 e 14) o Espírito Santo continua usando homens e mulheres como profetas (na dispensação da graça, não da Lei) através do “Dom Espiritual de Profecia” (E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. 1 Coríntios 12:10). Tenho muito respeito por aqueles que advogam em favor da cessação dos dons espirituais nos tempos apostólicos, mas infelizmente tenho que discordar deles, pois a Bíblia em parte alguma fala que estes dons, ou capacitações sobrenaturais sejam algo restrito ao período apostólico. Pelo contrário, o que Pedro disse bem claro aos judeus no dia de Pentecostes, que questionavam o milagre na descida do Espírito Santo foi: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. Atos 2:39”.
Mas uma coisa que tem me chamado a atenção no meio evangélico “pentecostal” (do qual faço parte) são as “profetadas” proferidas por alguns que sem temor de Deus teimam em falar em Nome do Senhor, sendo que não foram enviados por Ele para falar. É cada coisa absurda que ouvimos a cada dia. Relatos de pessoas que tiveram até sua vidas matrimoniais destruídas porque deram ouvidos as palavras de pessoas inescrupulosas que dizem falar em nome de Deus.
É necessário e urgente que o povo de Deus aprenda a discernir pelo exame da palavra quando um profeta está ou não falando em nome Do Senhor. Pois muitos levados pelo fanatismo e falta de conhecimento bíblico, não julgam as profecias e ficam a mercê de pessoas sem temor de Deus. Nestes poucos anos (quase vinte de fé) que sirvo a Deus já ouvi cada coisa de arrepiar o cabelo da cabeça. Isso sem falar que existem aqueles que deixam suas congregações para ficar correndo de um lado para outro atrás desses “profetas”.
Mas a pergunta é : Como saber se um profeta está realmente falando em nome de Deus ou não? É possível saber? Lógico que é, senão o apóstolo Paulo nãos nos diria par examinar “tudo e reter o que é bom”. Seguem algumas instruções para discernir as profecias e desmascarar alguns desses falsos profetas.
1. A profecia deve estar de acordo com a revelação bíblica – Toda vez que você ouvir uma profecia compare-a com Bíblia e veja se está de acordo com o diz o texto sagrado. Nenhuma profecia contemporânea pode acrescentar ou contrariar o que está revelado na Bíblia, pois o Espírito Santo jamais se contradiz.
2. Teste do cumprimento – Em segundo lugar devemos analisar o cumprimento desta profecia (sendo esta de caráter preditivo). Se a profecia se cumprir temos um indício de que pode ser de Deus.
3. O teste da conformidade com a doutrina dos apóstolos – Deve também a profecia estar de acordo com a doutrina dos apóstolos, caso contrário deve ser rejeitada.
Nunca se deixe enganar por pessoas que dizem “Assim diz o SENHOR”. Julgue a profecia pela Bíblia, a profecia por excelência, e seja abençoado em nome de Jesus.
Autor: João Augusto de Oliveira
0 comentários:
Postar um comentário