E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Marcos 16: 15
Todos sabem que uma das ordenanças do Nosso Senhor Jesus à sua Igreja foi a de “pregar o evangelho” a toda a criatura. Também sabemos que de uns anos para cá tem havido um movimento de pregação muito grande, principalmente usando-se os meios de comunicação de massa. Eu diria que isso por um lado é positivo, enquanto que por outro, negativo.
Positivo porque o “evangelho” está de certa forma sendo anunciado; negativo porque a “qualidade” de grande parte desse evangelho tem sido comprometida. Dia desses, eu estava ouvindo um desses tele evangelistas e fiquei a me perguntar: Esse é mesmo o Evangelho de Cristo? Daí me veio à mente essa postagem, que acredito ser atual a todos aqueles que labutam no ministério da palavra – seja pregada, cantada ou escrita. É de grande importância que façamos a pergunta: O Evangelho que prego é mesmo o de Cristo?
Analisando o Evangelho de Jesus, encontramos algumas características que raramente as encontramos em alguns “evangelhos” que vêm sendo pregados por ai. Quais sãos essas características?
1. O Evangelho de Cristo fala de arrependimento (Marcos 1.15) – Tenho ouvido nestes últimos dias muito sobre o evangelho da prosperidade, mas pouquíssimo sobre arrependimento. É interessante observar que sem arrependimento não se tem salvação, não se tem vida eterna. Uma das principais características de um pregador que anuncia o “verdadeiro evangelho de Cristo” é esta – ele procura levar o homem a reconhecer o seu pecado e a arrepender-se dele.
2. O Evangelho de Cristo fala de salvação (Tito 2.11) – Jesus morreu para nos salvar. Salvar dos nossos pecados, da ira divina e da morte eterna. Como podemos então anunciar um evangelho que não induz o homem a salvação? Um evangelho que não fala do calvário, da morte expiatória de Cristo? Será esse o mesmo evangelho que Jesus mandou pregar e que Paulo e os apóstolos anunciaram?
3. Ensina-nos a ser útil ao próximo (Lucas 10.29-37) – É comum ouvir-se hoje em dia, pregadores ensinando as pessoas a determinar e decretar as suas vitórias, enquanto acumulam testemunhos de conquistas materiais. É errado ser bem sucedido financeiramente? Não, desde que os bens sejam adquiridos de forma honesta e aprenda-se que Deus não nos dá bênçãos financeiras apenas para que gastemos em nossos deleites, mas sim para que ajudemos aqueles que passam por necessidades.
Será que Deus se agrada de que alguns tenham em abundância enquanto que outros passem fome? Será que Deus fica feliz em ver uns membros de Igreja com as suas contas gordas nos bancos, carrões de ultima geração, mansões e belos empregos enquanto que outros mal têm o que comer dentro da mesma Igreja?
4. O Evangelho de Cristo fala sobre o novo nascimento (João 3.3) – Como posso dizer que sou pregador do evangelho, se não falo às pessoas que elas precisam nascer de novo? Como posso ser aprovado como pregador, se enquanto eu prego, as pessoas continuam levando a mesma vida de antes? O verdadeiro evangelho é aquele que faz o pecador deixar a vida de pecado, arrepender-se e passar a viver uma vida completamente nova. Uma vida tão diferente, que é tipificada como “nascer de novo”. Caso contrário, essa pessoa jamais experimentou o evangelho de Jesus, e eu jamais fui um autêntico pregador do Evangelho de Cristo.
5. É o evangelho da santificação (1 Tessalonicenses 5.23) – Confesso com certa tristeza que falar sobre santidade ou santificação, no meio do povo de Deus hoje, tornou-se algo ultrapassado e obsoleto. Mas nenhuma doutrina (característica) traz mais destaque a um evangelho verdadeiro do que essa. Todos sabemos que ser santo é “ser separado do pecado” e dos males desse mundo para servir somente a Deus. Não estamos dizendo aqui, que Deus procura pessoas perfeitas. Ele procura sim, pessoas que não obstante as suas falhas e imperfeições humanas, procuram levar uma vida voltada à pureza e santidade em todos os sentidos na sua vida.
A santidade é tão importante que o autor da carta aos Hebreus chega a dizer que, sem ela ninguém poderá ver a Deus (Hb 12.14). Como podemos então negligenciar tão grande ensino e mesmo assim nos intitular “pregadores do evangelho de Cristo”?
6. O evangelho de Cristo fala sobre a sua segunda vinda (Mateus 24.44) – Por fim, a pregação do evangelho com o auxílio do Espírito Santo tem por objetivo, preparar o homem para o dia glorioso da volta de Jesus para nos arrebatar.
Os Srs. Desculpem-me, mas, evangelho que não fala de arrependimento, salvação (através do calvário), ajuda ao próximo, novo nascimento, santificação e a volta de Jesus; pra mim não é evangelho, e eu não perco meu tempo ouvindo. Tenho pra mim que, muito daquilo que hoje em dia é intitulado de “evangelho”, enquadra-se naquilo que o apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”. Gálatas 1.6-8.
João Augusto de Oliveira
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