segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

2 Enterrando o Talento



Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste,
receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu (Mateus 25.24-27).

Não é segredo, nem mistério revelado, que a clássica passagem dos talentos tipifica o ajuste contas do Senhor (Deus) com os seus servos (os salvos). É o que ensinam alguns teólogos e escatologistas.
Não é o meu intuito refutar essa teoria, mas desejo compartilhar uma palavra que veio ao meu coração acerca exatamente do último personagem a se apresentar ao seu senhor, ou seja, aquele que recebera um talento.

Bem, conforme falado, estes cinco, dois e um talento (dinheiro) simbolizam os dons naturais (vocações) de Deus aos salvos. Verdade é que uns receberam condições de administrar muito (na obra de Deus) enquanto que outros a de administrar pouco. Mas a verdade é que todos receberam “dons de Deus” para serem usados na edificação do seu Reino na Terra.

Geralmente ouvimos pregações sobre o personagem que recebera um talento e o enterrara, escondendo do seu senhor. E nestas pregações, esse personagem é mutilado, atacado e vituperado; sem, contudo dar uma oportunidade a esse cidadão de explicar.
Não, eu não quero distorcer o texto bíblico, nem dar margem à heresias. Mas você já pensou que esse crente que recebeu um talento e muitas vezes não o colocou em prática, pode não ser simplesmente por negligência?

 Podem ter havido outras razões para ele “enterrar” o talento. Conheço irmãos talentosos que estão “inativos” na obra, não por preguiça e inércia, mas por outras razões. Vamos conhecer algumas delas?
1)Falta de estudo ou formação acadêmica – Não sou contra o estudo ou a formação acadêmica. Isso é por demais importante na vida do crente, mas isso não é tudo. Quantas pessoas chamadas e talentosas estão paradas nas igrejas simplesmente porque não são formadas, ou tem pouco estudo?

E a chamada de Deus como fica? Quer dizer que se Deus chamar alguém ao ministério, ao louvor, a ser dirigente de círculo de oração, etc. e essa pessoa não tiver um bom estudo então ela está dispensada?
2)Pensar diferente da liderança – Pessoas estão sofrendo (e não são poucas) por pensarem diferente de sua liderança. Sou contra a insubordinação (desde que a liderança esteja na direção de Deus), mas o pensar diferente em alguns casos, pode trazer a luz a solução de vários problemas na Igreja. Isso sem falar que a liderança que aprende a respeitar àqueles que pensam diferente, estão na verdade revelando respeito à diversidade de opiniões.

Agora o que tem de irmãos (ãs) que estão rejeitados nas igrejas porque não concordam com alguns “absurdos” de seus líderes e  por causa disso têm os  seus talentos enterrados, não está no gibi – ou será que estou errado?
3)Por não serem dizimistas – Como crente assembleiano, repito, não sou contra o ensino do dízimo e das ofertas alçadas, pelo menos não totalmente contra, mas não vêm ao caso no momento.

Tenho visto pessoas totalmente desprezadas do ministério e de outras centenas de atividades nas igrejas pelo fato de não darem seus dízimos. Isso sim eu acho absurdo.
Primeiro, que alguém me prove na Bíblia, principalmente no contexto neo-testamentário  onde consta a exigência de que o candidato ao ministério seja ‘DIZIMISTA”. Se alguém puder me provar isto, me retrato aqui e agora. Nas exigências ao candidato ao ministério (episcopado) encontramos dezenas de exigências, menos essa. Se você tem dúvidas leia( 1 Tm 3.1-16) e tire suas conclusões.

Como exigir algo que a própria Bíblia não exige? Não será isso jugo humano? E o que tem de pessoas vocacionadas e talentosas ao ministério, porém, estão desprezadas em razão de não serem dizimistas? Isso é um absurdo.

Portanto meu irmão antes de sair por ai massacrando o homem do talento enterrado, procure saber primeiro por que ele enterrou o talento...
Que a graça de Deus seja com todos,

                                                     João Augusto de Oliveira



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