segunda-feira, 30 de abril de 2018

0 Outros Testemunhos da Azusa




Eu já desfrutei de várias experiências incomuns com Deus, mas nenhuma superou uma experiência que eu recebi uma semana antes de eu falar em outras línguas. Eu estava orando no altar quando o Espírito de Deus me envolveu, lidando com minha própria carne. Parecia que minha alma estava encaixada num corpo que Deus estava tomando para Ele. Então vieio um descanso que eu não posso descrever. Eu sentia que eu poderia permanecer lá para sempre, descansando no amor e grandeza de Deus. 
 
A Missão da Rua Azusa foi um lugar muito humilde. Não havia nenhuma plataforma elevada para o pregador; nenhum instrumento musical fortaleceu as canções. Os bancos eram pobres e não suficientes para encher o edifício; a pregação era tão simples que quase não poderia ser chamada de pregação, mas Deus estava lá. Algumas pessoas de classe alta afirmaram que elas nunca tinham ouvido numa ópera música tão primorosa como quando o Espírito de Deus pairava em cima da congregação, em que foi conhecida como a canção divina. 
 
Cura para o corpo foi ensinado fervorosamente, mas não foi posto em primeiro lugar. Demônios foram expulsos. Mas a adoração foi a coisa principal. A medida que as obras de Deus foram anunciadas, as pessoas vieram de toda parte do continente, entre elas líderes e ministros. Estes foram cheios com o Espírito durante a sua permanência depois da qual eles levaram para seus campos de trabalho a história que Pentecostes tinha vindo novamente como veio para a igreja no princípio.
-- Ernest S. Williams, Superintendente Geral das Assembleias de Deus dos EUA de 1929 a 1949. Da "Pentecostal Evangel" de 4 de abril de 1966, citado no livro "The True Believers" por Larry E Martin.
Uma das grandes características das reuniões foi o canto de hinos divinos no Espírito. Eu raramente estava fora daquele velho prédio durante quase um ano, senão para ir para casa para dormir, e muitas vezes eu dormi no prédio num quarto adjacente ao do Irmão Seymour. Todos nós parecíamos viver numa atmosfera que estava separada do resto do mundo. Palavras maus e até mesmo pensamento maus eram todos do passado. Nós fomos saturados com o espírito de amor e oração e os dias se passaram rapido demais. 
 
O jornal "The Apostolic Faith" foi publicado logo, contando sobre o maravilhoso derramamento. A primeira tiragem foi de 5.000 cópias e logo foi para 50.000. Pessoas começaram a chegar de toda parte dos Estados Unidos e Canadá e de lugares diferentes do mundo. O lugar estava lotado de manhã até a noite, com muitas recebendo o batismo o tempo todo. Nós tivemos um culto de Santa Céia e lavagem de pés que durou até o amanhecer. Mais de vinte diferentes nacionalidades estavam presentes, e eles estavam todos em perfeito acordo e unidade do Espírito. 
 
Em anos  recentes, eu ouvi pregadores falar levianamente das reuniões da Rua Azusa, dizendo que eles tiveram reuniões tão boas nos seus ministérios. Os velhos só podem sentir compaixão dos tais e podem ter pena deles. Naquelas reuniões você foi batizado não só no Espírito Santo, mas também vivia em tanta atmosfera divina de amor que você nunca pode esquecer disso, e qualquer outras coisa parece tão vazio e nulo. Até mesmo enquanto eu escrevo estas páginas as memórias das reuniões voltam voando, meus olhos começam a fluir com lágrimas e tal desejo e anseio me possuí para poder retornar àquela condição. Eu posso sentir aquele fogo sagrado que ainda queima e tenho a convicção que Deus visitará o Seu povo novamente de uma maneira igual antes do fim da dispensação presente. 
 
Se o povo de Deus só se juntássem e se esquecerem de doutrinas e líderes cuja visão é borrada construindo igrejas e recolhendo dízimos, tendo um só objetivo, de ser enchido de toda a plenitude de Deus, eu sei que Deus responderia à oração. As doutrinas e o ensino têm o seu próprio lugar no plano de evangelho mas aquele poder do amor de Deus que domina e atrai têm que voltar primeiro e a nossa presente condição morna é causada pela falta deste amor que "nada pode ofender." 
 
-- Glenn A Cook, citado no livro "The True Believers" por Larry E Martin
Eu não tentarei descrever os testemunhos, sermões, orações e canções agora, somente quero dizer que eles foram acompanhados normalmente com uma unção divina de tal grau que esta movimentou e derreteu corações por todos os lados. O altar de orações geralmente ficou abarrotado, e outros espaços designados para as pessoas que estavam buscando, ambos santos e pecadores. Muitos dos dois tipos que visitaram por curiosidade, e alguns possivelmente para zombar, foram derrubados ao chão pelo poder de Deus e freqüentemente lutaram em agonia e oração até que acharam aquilo para qual eles buscaram - alguns pelo perdão e outros para uma experiência mais profunda com Deus, por qualquer nome que esta poderia ser chamada. Freqüentemente foi chamada de santificação, santidade ou o batismo do Espírito Santo. Bastante proeminente foi o ensino que o batismo no Espírito caia sobre uma vida santificada, sendo compravado pela oração numa outra língua, mesmo se for momentânea, como no dia de Pentecoste. Porém, nem todos que alegremente compareceram às reuniões e receberem proveito assim, concordaram completa ou parcialmente com este ensino. Também, nem todos se identificaram particularmente com o movimento, mesmo que o endossavam de forma geral 
 
O assunto ou a doutrina da cura divina recebeu atenção especial e muitos casos de libertação de várias doenças e enfermidades foram relatadas mais ou menos continuamente. Igualmente era a doutrina da vinda pré-milenial de Cristo, que foi ardentemente promulgada.
-- A W Orwig, da "The Weekly Evangel", 18 de março de 1916, citado no livro "The True Believers" por Larry E Martin
A C Valdez era um menino quando a sua mãe o levou para visitar a Missão da Rua Azusa:
 
Agora eu estava ansioso para ver o que estava acontecendo na Rua Azusa! Na noite seguinte ela me convidou para ir junto com ela. Quando nós chegamos dentro de um quarterão do prédio de branco de dois andares eu sentia uma "sensação me puxando." Eu não poderia ter me virado se eu quizesse.
 
Por dentro,  o lugar se parecia um grande, simples celeiro. A maioria dos assentos - tabuas ásperas em cima de barris de madeira - estavam ocupados. Havia tantas pessoas negras quanto brancas. Eu não pude entender por que caixas postais de metal foram pregadas às paredes. 
 
Enquanto nós chegamos a um lugar aberto num banco traseiro, eu sentia um frio de repente. Como  poderia ser? Então eu comecei a sentir arrepios. Se sentia como se estivesse envolvido  por Deus. Eu estava tremendo. Também a minha mãe e todo mundo tremia. 
 
Na plataforma, um homem negro - a mãe disse que era o Pastor W J Seymour - se sentou atrás de duas caixas de madeira. Estas eram o seu púlpito. De vez em quando ele levantava a sua cabeça e se sentava reto, os seus lábios se mexendo em oração silenciosa. Ele era um homem simples, com uma barba curta e um olho de vidro. Ele não parecia ser um líder para mim, mas quando eu vi o que acontecia, eu soube que ele não teve que ser. 
 
Algo incomum estava acontecendo. Na maioria das igrejas, as crianças estariam correndo ao longo do corredor ou se mexendo e virando nos seus assentos. Aqui as crianças, sentado entre os seus pais - atés bebês no braços das suas mães - estavam quietos. Mas não foram os seus pais que as manteveram assim. Ninguém nem sussurrou. Todos os adultos estavam orando com olhos fechados. 
 
Eu soube que o Espírito de Deus estava alí. De repente, as pessoas se levantaram aos seus pés. Em todos lugares mãos se exticaram aos céus. Os meus braços subiram, e eu não tinha tentado os  levantar. Assim fez as mãos de crianças menores e até mesmo de bebês nos braços das mães negras. 
 
Homens grandes, fortes começaram a clamar em voz alta, depois as mulheres. Eu tinha vontade de chorar, também. Eu não sei por que. Eu apenas sentia, "Obrigado, Deus, por me permitir estar aqui com Você." 
 
Enquanto eu olhei para a congregação, um outro arrepio correu pela minha espinha. Era como se ondas do mar estivessem movendo de um lado da congregação para o outro - a visão mais emocionante que eu já tinha visto. 
 
Onda depois de onda do Espírito passou pela sala como a brisa em cima de um campo de milho. Novamente a multidão sentou nos seus assentos. E orações começaram a zumbir pela sala. Então línguas de fogo se apareceram de repente sobre as cabeças de algumas pessoas, e um homem negro com seu rosto brilhando pulou aos seus pés. Da boca dele palavras afluíram num idioma que eu nunca tinha ouvido antes. Eu comecei a tremer mais forte que antes. 
 
Ocasionalmente, enquanto Pastor Seymour orava, a sua cabeça estaria tão baixa que esta desapareceu atrás da caixa de madeira. Quando o silêncio voluiu na sala, uma mulher branca pulou do banco. 
 
"Oh, meu bendito Jesus", ela clamou, "Eu posso ver. Eu posso ver." Ela colocou as suas mãos em cima dos seus olhos. "Oh, Jesus, obrigada. Obrigada por este milagre." 
 
E ela mergulhou-se no corredor  e começou a dançar, as suas palmas abertas levantadas para céu. "Obrigada, Pai. Eu posso ver. Eu posso ver!" 
 
Antes da noite terminar, uma outra pessoa cega poderia ver, o surdo poderia ouvir e o aleijado poderia caminhar. 

-- A C Valdez, citado no livro "The True Believers: Part Two" por Larry E Martin
 
Numa reunião onde o escritor tinha sido pedido falar para sobre o assunto das suas observações em relação a Azusa, num tempo de perguntas, foi perguntado a ele, "Em seu julgamento, qual foi o fenômeno espiritual mais importante do Avivamento de Azusa?" Minha resposta foi, "Sem dúvida, no próprio julgamento do prelator, do ponto de vista espiritual, esta pergunta pode ser respondida numa só palavra, que é, 'lágrimas'"... 
 
O Avivamento de Azusa começou onde todo avivamento deveria começar, em lágrimas de arrependimento. Começou em lágrimas, viveu em lágrimas, e quando as lágrimas terminaram o avivamento de Azusa terminou!
-- A C Valdez, citado no livro "The True Believers: Part Two" por Larry E Martin
Me deixe também dizer, que, estando em contato com a obra desde 1906 na Costa do Pacífico onde esta está representado fortemente, e conhecendo bem a maioria dos seus líderes, eu declaro a você que eu nunca vi nenhuma manifestação fanática de rolar no chão, nem as coisas estranhas que são relatadas, mas eu encontrei algumas das pessoas mais santas e inteligentes que estavam no Movimento de Santidade, e algumas pessoas de muitas igrejas, com uma glória nova nas suas almas, representando este trabalho. 
 
Estes líderes, eu entre eles, não acreditam em qualquer tolice ou fanatismo. Assim, quando pregadores dizem que eles viram as pessoas rolando em cima das outras ou uma pessoa fazendo qualquer coisa indecente, eu estou preparado de acreditar que eles estão mentindo maliciosamente, ou que eles encontraram algum fanático e suas obras, que nem o próprio movimento nem seus líderes endossam. Você não vê qualquer coisa deste tipo endossada por qualquer peça de nossa literatura Pentecostal que está inundando o país. Examina isso. Seja sábio. 
 
No outro lado, nós não negamos que é comum vê as pessoas derrubadas debaixo do poder de Deus e caindo no chão, às vezes tremendo debaixo do poder do Espírito, mas elas nunca agem de uma maneira indecente e nunca rolam em cima das outras pessoas, como tem sido relatado. Ordem e refinamento são defendidos por todos os líderes e  obreiros responsáveis, e se qualquer coisa indecente e defeituosa acontece, esta não é a culpa do movimento mas de algum fanático, que não faz parte do movimento, quem o diabo enviou para prejudicá-lo.
-- Harry Morse, na revista "The Christian Evangel", 29 de agosto e 1914, citado no livro "The True Believers: Part Two" por Larry E Martin

quinta-feira, 26 de abril de 2018

0 Reflexão Bíblica – Repensando o nosso Protestantismo




Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso (Efésios 5.11,12 / Nova Versão Internacional)

Não participem das coisas sem valor que os outros fazem, coisas que pertencem à escuridão. Pelo contrário, tragam todas essas coisas para a luz. Pois é vergonhoso até falar sobre o que essas pessoas fazem em segredo (Efésios 5.11,12 / NTLH – Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe (Efésios 5.11,12 / ARC – Almeida Revista e Corrigida).




INTRODUÇÃO – Lembro que há alguns anos atrás nós éramos chamados de protestantes, povo barulhento e povo intolerável para com o pecado. Mas o tempo passou, então passamos a ser chamados de evangélicos, povo com a mente mais aberta e um pouco tolerantes com o pecado alheios. De uns tempos para cá porém, essa nomenclatura vem mudando e agora estamos nos tornando o “povo gospel”, tolerantes ao extremo com o pecado e até partícipes das obras infrutuosas das trevas; as quais antes condenávamos.

Por que será que mudamos tanto? Somos ainda um povo que “protesta” contra o erro, o pecado, o desvio doutrinário? Ou nos tornamos obsoletos e cumplices com toda a forma de rebeldia e desobediência contra Deus?

1.    Não vejo mais a voz de protesto dos pregadores e pastores contra o adultério que grassa a nossa sociedade e tem entrado como uma onda devastadora no seio da Igreja;

2.    Não tenho ouvido vozes a condenar o divórcio que aberta e escancaradamente vem sendo praticado no seio da igreja evangélica brasileira. Pelo contrário, têm até ministros e “grandes ministérios” apoiando essa pouca vergonha e terrível afronta contra Deus;

3.    Silenciaram quanto aos protestos em relação ao relacionamento íntimo de jovens cristãos que vivem como se casados fossem, mantendo relações sexuais abertamente, sem temer a nada nem a ninguém;

4.    O futebol agora tornou-se um “deus” para muitos na Igreja hodierna. Vergonhoso ver pessoas deixando de participar de um ensaio ou de um culto de adoração a Deus para ficar em casa assistindo a um jogo de futebol ou mesmo ir a um estádio torcer e gritar por causa de um time.

Vergonhoso, eu acho, que qualquer membro da Igreja deixe de estar adorando ao Senhor para ir participar de uma diversão mundana (absolutamente carnal) e muitas vezes recheada de palavrões, xingamentos e até brigas violentas. Pior ainda é quando um “MINISTRO” deixa a sua congregação e vai com sua família a um estádio, dando um péssimo exemplo de vida cristã e arrastando milhares ao abismo.
Onde estão as vozes de protesto?

5.    Onde estão os protestantes de nosso país que calaram-se diante da idolatria? País este entregue pelo nosso governo às “imagens de escultura” e a deuses falsos, que não passam de demônios.

O que aconteceu conosco? Estamos com medo das represálias? De perder o emprego e as benesses?

6.    Onde está a voz dos políticos evangélicos que não protestam ante a desmoralização do casamento e da família brasileira? Por que o aborto (a morte de milhares de crianças inocentes) continua sendo praticado sem que se ouça a voz dos nossos políticos?

7.    Não podemos nos calar diante da demoníaca ideologia de gênero que tem destruído as nossas crianças e esfacelado famílias.

CONCLUSÃO – Se observarmos tudo isso impassivelmente, então duas coisas me vêm à mente: Ou somos covardes e estamos negando o Senhor que nos resgatou; ou somos cumplices e assim comprometemos a santidade da Igreja e maculamos o Reino de Deus.
Do vosso conservo em Cristo,

                      João Augusto de Oliveira

sábado, 21 de abril de 2018

0 William Seymour e o Reavivamento da Rua Azusa





William J. Seymour nasceu em 2 de maio de 1870 em Centerville, Louisiana, filho dos ex-escravos Simon e Phillis Seymour que o criaram como crente Batista. Mais tarde, morando em Cincinnati, entrou em contato com os ensinamentos de santidade através do Movimento Reavivalista de Martin Wells Knapp e do Movimento Reformado da Igreja de Deus, liderado por Daniel S. Warner, também conhecidos como os “Luzeiros santos da escuridão”[1]. Crendo que estavam vivendo o crepúsculo da história humana, estes cristãos acreditavam que o derramamento do Espirito precederia o arrebatamento da igreja. Eles ficaram profundamente impressionados com o jovem Seymour.
Após se mudar para Houston, Seymour passou a frequentar uma igreja local de afro-americanos pastoreada por Lucy F. Farrow, ex-governanta na residência de Charles F. Parham. Parham liderou o Movimento de Fé Apostólica do meio-oeste, o nome original do Movimento Pentecostal, que havia iniciado em sua Escola Bíblica Betel na cidade de Topeka, Kansas, em Janeiro de 1901. Desde 1905 ele havia mudado sua base de operações para a área de Houston, onde conduziu reavivamentos e iniciou outra Escola Bíblica. Farrow providenciou para que Seymour assistisse as aulas. No entanto, por causa da Lei Jim Crow de segregação racial da época, Seymour teve que ouvir as palestras de Parham separado dos outros alunos. Seymour aceitou a visão sua visão sobre o batismo no Espírito Santo – a crença de que Deus a qualquer momento daria linguagens inteligíveis – falar em línguas aos crentes para o evangelismo missionário.
Neeley Terry, uma afro-americana e membro da nova congregação liderada por Hutchinson em Los Angeles, visitou Houston em 1905 e ficou impressionado quando ouviu Seymour pregar. Voltando para casa ela o recomendou para Hutchinson, uma vez que a igreja estava à procura de um pastor. Como resultado, Seymour aceitou o convite para pastorear o pequeno rebanho. Com alguma ajuda financeira de Parham, ele viajou de trem para o oeste e desembarcou em Los Angeles em Fevereiro de 1906.
Reavivamento da Rua Azusa
Seymour imediatamente encontrou resistência quando, apenas dois dias após sua chegada, começou a pregar para sua nova congregação que o falar em línguas é a evidência bíblica do batismo no Espírito Santo. No domingo seguinte, 4 de março, ele voltou para a missão e descobriu que Hutchinson havia trancado a porta. A condenação também veio da Associação da Igreja Holiness do Sul da Califórnia, da qual a igreja local era afiliada. No entanto, nem todos da congregação estavam incomodados com o ensino de Seymour. Destemido, Seymour, ficando na residência de um membro da igreja, Edward S. Lee, aceitou o convite de Lee para ministrar estudos bíblicos e reuniões de oração ali. Depois disso, ele foi para a casa de Richard e Ruth Asberry, na rua Bonnie Brae Norte, 214. Cinco semanas depois, Lee veio a ser o primeiro a falar em línguas. Seymour então compartilhou o testemunho de Lee numa reunião na Bonnie Brae Norte e então muitos outros também começaram a falar em línguas.
A notícia desses eventos se espalhou rapidamente tanto nas comunidades afro-americanas quanto nas comunidades brancas. Durante várias noites, oradores pregavam da varanda para a multidão rua abaixo. Crentes da Missão de Hutchinson, Primeira Igreja do Novo Testamento, e várias congregações de santidade, começaram então a orar pelo batismo Pentecostal.  (Hutchinson mesmo foi batizado no Espírito como foi o próprio Seymour). Finalmente, após a varanda frontal desabar, o grupo alugou o antigo prédio da Igreja Episcopal Metodista Africana (Stevens African Methodist Episcopal – A.M.E), na rua Azusa, 312 no início de abril. Um jornal de Los Angeles se referiu a isso como um “barraco desabado”. Recentemente tendo sido usado como estábulo e estalagem. Madeira de demolição e gesso espalhados pelo local, mais parecendo um celeiro.
As reuniões da Missão da Fé Apostólica rapidamente chamaram a atenção da imprensa, devido à natureza incomum dos cultos. Entre 300 e 350 pessoas podiam entrar na estrutura de madeira pintada de branco que media 12 metros por 18, enquanto muitas outras, às vezes, ficavam do lado de fora. Os cultos eram realizados no primeiro andar, onde os bancos foram dispostos de maneira retangular. Alguns eram simplesmente tábuas pregadas sobre barris vazios. Não havia plataforma elevada e não havia púlpito no início do reavivamento.
Apesar de muitos poderem ser considerados líderes, o mais conhecido foi o modesto William J. Seymour. Frank Bartleman, um dos primeiros participantes, recorda que o “Irmão Seymour geralmente sentava atrás de duas caixas de sapato vazias, uma sobre a outra[2]. Ele geralmente mantinha a cabeça elevada durante a reunião, em oração. Não havia orgulho lá… Naquela velha construção, com suas vigas baixas e piso bruto, Deus quebrou homens e mulheres fortes em pedaços, e os juntou novamente, para Sua Glória… O ego religioso rapidamente pregou seu próprio sermão fúnebre.”[3]
O segundo andar serviu como escritório da Missão e residência para várias pessoas, incluindo Seymour e sua esposa Jenny. Também tinha uma grande sala de oração para acomodar o excedente de pessoas do culto do andar inferior. Um observador descreveu o espaço: “Lá em cima é uma grande sala mobiliada com cadeiras e três pranchas de madeira colocadas de fora a fora sobre cadeiras sem encosto. É o cenáculo Pentecostal, onde almas santificadas buscam a plenitude Pentecostal e saem falando novas línguas”.[4]
Ainda assim, o reavivamento avançava lentamente durante os meses de verão, com apenas 150 pessoas recebendo o “Batismo com o Espírito Santo e a evidência bíblica”. Mas isso mudou no outono, quando o reavivamento ganhou ímpeto e pessoas de toda a parte começaram a participar. O missionário Bernt Bernsten viajou desde o norte da China para investigar os acontecimentos após ouvir que a prometida chuva serôdia havia sido derramada.
Histórias do reavivamento rapidamente se espalharam pela América do Norte, Europa e outras partes do mundo por onde os participantes viajaram, testemunharam e publicaram artigos em publicações simpatizantes à santidade. O Periódico “A Fé Apostólica” foi particularmente influente através dos trabalhos editados por Seymour e Clara Lum, publicados entre setembro de 1906 e maio de 1908. Distribuídas gratuitamente, milhares de ministros e leigos receberam cópias, tantos nos EUA como no exterior: 5.000 cópias foram impressas na primeira edição (setembro de 1906), e em 1907 a tiragem chegou a 40.000 exemplares.
A maioria dos que visitaram a Missão receberam o revestimento do Batismo no Espírito Santo e foram capacitados com dom de línguas para pregação do evangelho por toda a parte. Isto lhes permitia ignorar o incômodo do estudo formal da língua. A Fé Apostólica relatou: “Deus está resolvendo o problema missionário, enviando missionários com novas línguas no modelo de fé apostólica, sem bolsa nem alforje, e o Senhor ia adiante deles, preparando o caminho”. Missionários alojados no local, de passagem para outra Missão também participavam e falavam em línguas e, em alguns casos eram identificadas as línguas faladas. Os ouvintes, no entanto, geralmente dependiam do Senhor para identificar as línguas que ouviam.
Afro-americanos, latinos, brancos e outros tantos oravam e cantavam juntos, criando uma dimensão de unidade espiritual e igualdade quase sem precedentes para a época. Isto permitiu a homens, mulheres e crianças participar e celebrar sua unidade em Cristo guiados pelo Espírito. Na verdade, foi tão incomum essa mistura de negros e brancos que Bartleman entusiasmadamente exclamou: “A linha da cor foi apagada pelo sangue”[5]. Ele quis dizer que na obra santificadora do Espírito Santo, o pecado do preconceito racial foi removido pelo sangue purificador de Jesus Cristo.
Enquanto isso, no final do verão de 1906, Chales Parham iniciou outro reavivamento Pentecostal em Zion City, Illinois, entre os seguidores do curandeiro nacionalmente conhecido John Alexander Dowie. Só em outubro Parham foi para a Califórnia, na esperança de consolidar os fiéis de Los Angeles dentro de uma rede mais ampla de crentes da Fé Apostólica e, segundo, para aproveitar o que considerava ser um desenfreado entusiasmo religioso. Como isso aconteceu, a adoração emocional e, particularmente a mistura de brancos e negros ofendeu profundamente a Dowie. Parham colocou a culpa em Seymour.
A maioria dos fiéis da Azusa permaneceu leal a Seymour depois que Parham designou algumas pessoas para estabelecer uma missão rival. Após poucos anos do seu início, a Missão de Fé Apostólica tornou-se predominantemente negra com Seymour ainda como pastor. Anos mais tarde, o preconceito aflorou também lá, quando o próprio Seymour destituiu pessoas brancas dos cargos de liderança, reservando-os para os negros.
O legado de Seymour
Numa escala mundial, o reavivamento da rua Azusa contribuiu para uma nova diáspora de missionários antecipando que a evangelização mundial seria alcançada pela pregação do evangelho acompanhada de sinais e maravilhas (Atos 5.12). Embora apenas um pequeno número de missionários viajaram da Azusa para ministrar em outras partes, isto impactou muitos outros que iniciaram movimentos Pentecostais surgidos como resultado de ouvirem notícias do derramamento do Espírito em Los Angeles. Para muitos o reavivamento da rua Azusa finalmente inaugurou o grande reavivamento do fim dos tempos.
Muito mais poderia ser dito sobre a influência a longo prazo do reavivamento e do “Bispo” William J. Seymour (um título honorário que recebeu mais tarde, provavelmente de sua congregação). As limitações deste artigo, contudo, impossibilitam uma discussão mais longa. Vamos olhar especificamente o legado de Seymour.
Para começar, devemos notar que ele modelou uma genuína humildade, que muitos aclamaram. Ele desejava promover a unidade entre os seguidores do Espírito Santo na Azusa e encorajava-os a serem sensíveis à direção do Espírito para os serviços ali. Fotografias retratam-no como uma pessoa calorosa, amigavelmente sorridente e de estatura mediana. A luta de Seymour contra a varíola o deixou cego do olho esquerdo.
No entanto, o ministério de Seymour não veio sem um preço. Ele pessoalmente suportou duras críticas de seus oponentes – líderes do movimento de santidade não simpáticos ao pentecostalismo, bem como o desprezo de Parham e mais tarde de Frank Bartleman. Como as denominações pentecostais de brancos registram e contam suas histórias, Seymour foi esquecido, em parte porque ele não contribuiu para fundação do movimento, em parte porque a seu ver foi em Topeka o início de tudo e em parte devido à prioridade dada por ele ao evangelismo acima da preservação do registro histórico. Seymour também partia do princípio que o falar em línguas é a evidência física do Batismo no Espírito Santo. Tudo isso contribuiu para que Seymour se tornasse uma figura quase esquecida na história Pentecostal.
A grandeza de Seymour hoje pode ser encontrada na sua preocupação com revestimento espiritual e união. O foco em Topeka e outros reavivamentos pentecostais está na necessidade dos Cristãos em receber o Batismo no Espírito Santo para ganhar almas para Cristo. A dinâmica inter-racial e intercultural sem precedentes na Azusa, no entanto, acentuam tanto a santidade de caráter e poder para testemunhar em uma demonstração incomum do amor e igualdade no corpo de Cristo. A este respeito, isto poderosamente nos lembra que a plenitude do poder Pentecostal iludirá aqueles que buscam por poder em seus ministérios acima do caráter cristão.
A expansão missionária da igreja primitiva como registrada no livro de Atos, destaca o fato de o derramamento Pentecostal abraçou pessoas que eram consideradas impuras pelos padrões judaicos. O derramamento do Espírito em Samaria (Atos 8) e entre os gentios (Atos 10) ensinou aos primeiros cristãos que a obra redentora de Deus supera as barreiras raciais e culturais. A humanidade caída sempre atribuiu a tais diferenças mais importância que Deus designou e assim acabam tiranizando a obra criadora de Suas mãos. Porque eles já tinham sido “batizados em Cristo” e “revestido de Cristo” Paulo alerta os Cristãos Gálatas, “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3.28)
No dia de pentecostes, judeus vindos de todas as nações ficaram maravilhados ao ouvirem louvores a Deus em seu próprio idioma (Atos 2.5-13). Alguns seriamente perguntaram: “O que isto significa?” Outros zombaram e não deram importância à ocasião. No entanto, Pedro colocando as coisas numa perspectiva divina, referiu-se às palavras de Joel: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos” (Atos 2.17, NVI).
Em setembro de 1906, a primeira edição da Fé Apostólica relatou: “Em pouco tempo, Deus começou a manifestar seu poder e logo o prédio não poderia conter as pessoas. Orgulhosos pregadores bem-vestidos têm vindo para nos ‘investigar’. Em pouco tempo, seus olhares altivos são substituídos por admiração, então a convicção vem e muito frequentemente você vai encontrá-los chafurdando no chão sujo, pedindo a Deus que os perdoe e os faça como crianças.”
O reavivamento da rua Azusa ilustrou a verdade fundamental sobre a aquisição de poder espiritual: o desejo de amar ao próximo e ganhar o mundo para Cristo começa com quebrantamento, arrependimento e humildade.

Título original: William Seymour and the Azusa Street Revival
Tradução: Gabriel Wilges

[1] Eles ficaram conhecidos assim em razão dos horários das reuniões que se davam ao entardecer ou à noite.
[2] Talvez um gazofilácio improvisado para recolher dízimos e ofertas.
[3] Bartleman, p. 58
[4] STANLEY H. Frodsham, With Signs Following. Springfield: Gospel Publishing House, 1941, p. 34
[5] Bartleman, xviii

FONTE: teologiacarismatica.com.br/william-seymour-e-o-reavivamento-da-rua-azusa/ 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

0 Porque Tarda o Pleno Avivamento?





Você sabe o que é avivamento a luz da Bíblia? 
Qual a importância da oração para um avivamento?
 Deus quer derramar mais uma vez um poderoso avivamento mundial? 
Porque então esse avivamento não vem?

Obtenha nesse livro sensacional respostas a estas e outras centenas de perguntas. Nele, o autor Leonard Ravenhill leva-nos a refletir sobre o nosso verdeiro ´papel num avivamento.

Super recomendo a todos aqueles que ainda têm esperança de que Deus "Derrame sobre nós o Espírito lá do Alto" (Isaías 32.15)

"Nenhum homem é maior do que sua vida de oração. O pastor que não está orando está brincando, as pessoas que não estão orando estão desviando. O púlpito pode ser uma vitrine para mostrar os talentos de uma pessoa; já o quarto de oração não permite nenhum exibicionismo." Leonard Ravenhill

"Cristão que não sofre aflições neste mundo, está vivendo o evangelho errado!"
Leonard Ravenhill
Estamos cansados de pregadores que se apresentam de roupas elegantes, linguagem suave e torrentes de palavras, mas sem unção. São homens que entendem mais de competição do que consagração, mais de promoção do que oração. Substituem o crescimento do Reino por propaganda, e se preocupam mais com a felicidade dos membros da igreja do que com a santidade deles.
Leonard Ravenhill




 

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