Sabemos
que não haverá mais um Dilúvio para submergir toda a terra (Gn 8.21-22; Gn
9.11,15). Isso, porém, não significa que não virá um juízo global no futuro.
Haverá, sim, um outro “dilúvio”, um terrível apocalipse de alcance mundial.
No Novo
Testamento encontramos referências ao tempo de Noé: Mateus 24.37-39, Lucas 3.36
e 17.26-27, Hebreus 11.7, 1 Pedro 3.20, 2 Pedro 2.15 e 3.5-7. Além dessas,
existem menções extra-bíblicas desse acontecimento: “O Dilúvio mundial dos
tempos de Noé encontra paralelos em mais de 40 culturas, que não dispunham da
Bíblia”.[1] A P.M. Perspective (uma revista científica alemã)
escreveu recentemente acerca da possibilidade de um Dilúvio histórico: “De
fato: em um processo judicial baseado em indícios, possivelmente as provas
seriam suficientes [para confirmar o relato bíblico].”[2]
Chama a atenção:
1. O mundo do tempo de Noé não sucumbiu por causa da poluição
ambiental ou pelo aquecimento global, mas devido à maldade da humanidade, que
havia renunciado a Deus. Os tempos finais também serão caracterizados pela
rejeição a Deus por parte da maioria das pessoas.
2. As declarações sobre o fim dos tempos conectam diretamente o tempo
de Noé (Dilúvio) com o tempo de Ló (Sodoma e Gomorra) (Lc 17.26-29; 2 Pe 2.4-9;
comp. Jd 6-7). Não devemos perder de vista essa conexão.
3. Os dois eventos (Dilúvio e juízo de fogo) foram transcritos para a
posteridade explicitamente como exemplos de alerta. Pedro enfatiza esse aspecto
(2 Pe 2.6) e Judas também o faz (Jd 6-7). Isso significa que, nos tempos
finais, teremos uma situação semelhante à daquela época. Os últimos tempos
serão dominados por poderes espirituais como foram os tempos de Noé e Ló: “Pois
assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem” (Mt
24.37).
4. Penso que tanto Noé como Ló não apontavam acusadoramente para sua
geração nem sentiam satisfação ou desejo de vingança, mas comunicaram de forma
convicta e amorosa a mensagem de Deus às pessoas ao seu redor, falando do juízo
que se aproximava:
– Noé, seu
nome significa “pregador da justiça” (2 Pe 2.5) e não
“pregador da vingança”.
– Ló
sentia-se “afligido pelo procedimento libertino daqueles
insubordinados”. Ele atormentava a sua alma justa. Implorava que seus
contemporâneos se voltassem para Deus (2 Pe 2.7-8; Gn 19.14).
Tanto Noé como Ló não apontavam acusadoramente para sua geração nem
sentiam satisfação ou desejo de vingança, mas comunicaram de forma convicta e
amorosa a mensagem de Deus às pessoas ao seu redor, falando do juízo que se
aproximava.
A Igreja
de Jesus não se compraz com a impiedade, mas também não reage com dureza, com
desamor ou ameaças, que têm sua origem em uma religiosidade impiedosa e
legalista. A Igreja sofre, se atormenta, derrama lágrimas. Ela suporta dores e
sente muito quando vê o mal acontecendo, e então suplica e intercede pela
salvação dos perdidos – como fazia Ló (Gn 19.7-14).
5. O fato de o mundo de antes de Noé ser chamado de “o mundo daquele
tempo” (2 Pe 3.5-7) significa que hoje nos encaminhamos para uma segunda terra
e um segundo céu. Hoje nossa terra tem características diferentes das que tinha
antes do Dilúvio.
Existe a
terra de antes do Dilúvio (a primeira), a terra de depois do Dilúvio (a
segunda, atual), e futuramente haverá um novo céu e uma nova terra (os
terceiros). Conforme 2 Coríntios 12.2-4, o apóstolo Paulo foi arrebatado até o
terceiro céu, ao paraíso. Por isso, falamos sempre, de forma automática, de
três esferas celestiais: (1) o céu das nuvens; (2) o Universo, e (3) o céu onde
Deus habita. Mas isso é obrigatoriamente assim? Talvez, ao referir-se ao
terceiro céu, ao paraíso, Paulo estava simplesmente falando do terceiro céu na
seqüência: (1) pré-diluviano, (2) pós-diluviano, e (3) futuro (o novo céu que nos
espera).
O juízo
por meio da água no princípio da história da humanidade é uma imagem do juízo
futuro por meio do fogo no final da história da humanidade (2 Pe 3.5-7).
O exemplo de Noé no começo dos tempos
O mal passa a ser encarado como perfeitamente bom e normal.
“Como
se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os
filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si
mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. Então, disse o Senhor: O
meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias
serão cento e vinte anos. Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também
depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes
deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antigüidade” (Gn
6.1-4).
Aqui, os
filhos de Deus, não são homens, mas anjos (veja Jó 1.6; Sl 29.1; Sl 89.7). Os
homens (v.1) tiveram filhas – portanto, filhas humanas –, e a elas vieram os
“filhos de Deus” (v.2). A diferença entre “filhos de Deus” e “filhas dos
homens” é ressaltada claramente. Se a expressão “filhos de Deus” se referisse a
homens, teria de estar escrito “filhos dos homens”, assim como o texto fala das
“filhas dos homens”. Pessoas são chamadas de filhos dos homens (Sl 62.9). Por
exemplo, Ezequiel e Daniel são chamados de “filho do homem” (Ez 2.1; Dn 8.17).
O Senhor Jesus Cristo foi ambos: Filho de Deus, título que acentua Sua
divindade, e Filho do Homem, que atesta sua vinda como homem através de Maria
(Mt 8.20,29).
Judas
também deixa evidente que a designação “filhos de Deus” não diz respeito a
pessoas, mas a anjos caídos: “e a anjos, os que não guardaram o seu
estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob
trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (Jd 6; comp. 2 Pe
2.4-5; Jó 1.6; 1 Rs 22.19-23).
Em Gênesis
6.4 está escrito: “...naquele tempo havia gigantes (“nephilim”) na
terra ...estes foram valentes, varões de renome, na antigüidade.” A
palavra hebraica “nephilim”, traduzida por “gigantes” tem um significado
bastante interessante: quer dizer gigantes, heróis, celebridades. Isso indica
pessoas que têm influência, e a palavra deriva de uma raiz que significa
“cair”. São os “caídos” que levam outros a cair; dominadores, controlados por
demônios, que caem e levam outros consigo.
Observemos
nosso mundo: grandes personalidades enganadas, celebridades seduzidas, no meio
financeiro, nos negócios, na indústria do entretenimento e na política levam
nossa sociedade à queda. E aos olhos de muitos desses “gigantes” os cristãos
fiéis à Bíblia parecem representar um perigo maior que organizações criminosas.
A época de
Noé era um tempo extraordinariamente marcado por domínio demoníaco. E no tempo
de Noé também havia oposição veemente contra a ação do Espírito Santo. Tudo era
tolerado, tudo era permitido, as mentes eram liberais e abertas para tudo,
menos para o que vinha do Espírito Santo, que era rejeitado.
Coisas que há poucas décadas ainda eram tabu ou rejeitadas por serem
perversas estão onipresentes na cena cotidiana e completamente integradas na
vida da sociedade. Elas já se tornaram tão comuns que aqueles que se manifestam
contrários são condenados e considerados anormais.
“Então,
disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é
carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). A era
anterior ao Dilúvio foi caracterizada por uma marcante ação do Espírito Santo e
menos por ordenanças da Lei. Foi uma era de extraordinária graça, da qual as
pessoas abusaram impiedosamente. Elas resistiam ao Espírito Santo de Jesus, que
já pregava àquele mundo através da pessoa e das palavras de Noé (1 Pe 3.18-20).
E agora, em Gênesis 6.3, Deus está dizendo que, depois de 120 anos, a graça
iria ser suspensa, retirando-se e dando lugar ao juízo.
Um cenário
semelhante se repetirá logo antes do “dilúvio apocalíptico”. O Espírito Santo,
que hoje ainda atua através da graça, conforme 2 Tessalonicenses 2.6-7 será
retirado juntamente com a Igreja de Jesus antes do juízo, para que este se
abata sobre a humanidade. Isso indica que esta era que antecede esse “dilúvio
apocalíptico” se encerrará da mesma forma que a era anterior ao Dilúvio no
passado. Arnold Fruchtenbaum explica: “Os dias de Noé são um tempo comparável
aos dias que antecederão o Arrebatamento”.[3]
A geração
de Noé chegou a um ponto em que o mal e tudo o que era injusto e pecaminoso
dominava o dia-a-dia como estilo de vida normal. Os valores haviam sido
invertidos. O mal foi elevado à posição de bem, de útil, enquanto o bem, que o
Espírito Santo queria produzir, passou a ser declarado como mal e era rejeitado. “Viu
Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia
corrompido o seu caminho na terra” (Gn 6.12; comp. v.5).
Diariamente
observamos que nosso tempo é dominado por forças demoníacas (nos filmes, na
religião, através da Nova Era, do esoterismo, da Teoria da Evolução, pelo
surgimento de novos deuses...), e percebemos que o povo se volta contra a
Palavra de Deus e se opõe à ação do Espírito Santo. O mal passa a ser encarado
como perfeitamente bom e normal. Coisas que há poucas décadas ainda eram tabu
ou rejeitadas por serem perversas estão onipresentes na cena cotidiana e
completamente integradas na vida da sociedade. Elas já se tornaram tão comuns
que aqueles que se manifestam contrários são condenados e considerados anormais.
Ao
analisarmos o tempo de Noé, fica evidente que o pecado se avoluma até a
corrupção total (Gn 6.5,12) e que existe um amadurecimento para juízo, quando a
medida da iniqüidade estará cheia (Gn 15.16; 13.13; 18.20; Jd 7). Esse é o caso
quando a lei de Deus não apenas é quebrada (no sentido de não ser obedecida),
mas rompida completamente (rejeitada radicalmente e declarada nula).
pregações bíblicas e citações bíblicas são rejeitadas como absurdas,
ridicularizadas e sujeitas a zombaria. As leis estão sendo distorcidas a ponto
de se tornar cada vez mais fácil acusar o cristianismo decidido.
Os
exemplos a seguir são sintomáticos dessa tendência:
Na Igreja
Luterana dos EUA decidiu-se no ano passado que o ministério pastoral poderá ser
exercido por pessoas que vivem em relações homossexuais. Essa regulamentação
deverá entrar em vigor em 2010. Uma pastora declarou a respeito: “Creio que
fomos além do que Deus permite”. A ironia foi que uma tempestade derrubou a
cruz da torre da igreja luterana central onde estava sendo tomada essa
decisão.[4]
Na Holanda
existe uma banda chamada “Devil’s Blood” (“Sangue do Diabo”). Em seus shows os
integrantes derramam 20 litros de sangue de porco no palco. Um deles declarou:
“O sangue de animais é, para nós, a possibilidade de levar a morte até o palco
e para nos tornarmos menos humanos. Um caminho para fazer desaparecer nossa
própria identidade e nossa personalidade, para sermos espíritos...”.[5]
Um grupo
esotérico alemão chamado “Obreiros da Luz” é extremamente ocultista e busca o
contato com o além para liberar energias ocultas. Os “obreiros” esperam “uma
luz nova e consciente que adentrará esta existência pela primeira vez”. Essa
luz traria paz e cura para o mundo e conduziria a humanidade “à mudança global,
impulsionando-a no caminho de volta para a Unidade”. Um dissidente que
abandonou essa seita, advertiu seriamente em seu site na internet a respeito do
grupo: os auto-intitulados “obreiros da luz” são médiuns de “pretensos anjos,
entes de luz ou irmãos de luz extra-terrenos”. Eles representam a porta de
entrada ideal para forças ocultas.[6]
Enquanto
isso, pregações bíblicas e citações bíblicas são rejeitadas como absurdas,
ridicularizadas e sujeitas a zombaria. As leis estão sendo distorcidas a ponto
de se tornar cada vez mais fácil acusar o cristianismo decidido. Hoje chegamos
ao ponto de quase precisarmos nos envergonhar ao apenas mencionarmos que Deus
vai julgar os impuros e adúlteros (Hb 13.4). Quando proclamamos essas verdades
atualmente, tornamo-nos ridículos aos olhos do mundo. Isso não cabe mais na
nossa sociedade, pois é “antiquado”. Mas é justamente nisso que reconhecemos o
quanto nosso tempo é igual ao tempo de Noé!
O exemplo de Noé no meio dos tempos
Aproximadamente
2.500 anos depois do Dilúvio veio o Salvador, a arca da salvação eterna. Aquele
em cujo Espírito Noé agira (1 Pe 3.18-20) veio em carne e sangue. Mesmo estando
o amor de Deus presente no mundo através da Pessoa de Jesus – a graça, o
perdão, a misericórdia e justiça plenas –, o próprio Jesus já teve de anunciar
o juízo do fim dos tempos. Ele usou o tempo de Noé e de Ló como exemplos do
tempo antes de Sua volta: “Assim como foi nos dias de Noé, será também
nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento,
até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O
mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e
edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre
e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar”
(Lc 17.26-30).
Algumas
coisas chamam nossa atenção nessas palavras de Jesus:
1. A conexão estreita entre a história de Noé e a história de Ló.
Portanto, os tempos finais são muito semelhantes tanto ao tempo de Noé como ao
tempo de Ló.
2. A despreocupação das pessoas daquela época com as coisas
espirituais. “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã;
soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade...” (Ez 16.49). A
vida social girava unicamente em torno das coisas da vida terrena. O centro era
o bem-estar e o conforto de cada um. Em palavras de hoje, diríamos que as
preocupações são o clima, a alimentação, vitaminas, saúde, dicas para viver
bem, conselhos sobre finanças, etc. A preocupação daquela época eram as coisas
seculares, não as celestiais; as temporais, não as eternas; as mundanas, não as
espirituais.
A saúde tem se tornado uma poderosa religião contemporânea.
A saúde,
por exemplo, tem se tornado uma poderosa religião contemporânea. “O anseio por
saúde tem adquirido cada vez mais os traços de uma religião. Essa é a opinião
do médico e teólogo Manfred Lütz (de Colônia, na Alemanha). (...) Muitos
‘correm pelas florestas e comem grãos para acabar morrendo saudáveis’, afirmou
Lutz durante uma palestra. Onde havia catedrais, erguem-se agora academias de
ginástica. A religião da saúde seria a mais poderosa de todos os tempos e
apresentaria marcas de totalitarismo. Lütz disse: ‘Enquanto se pode fazer
qualquer brincadeira acerca de Jesus, não se pode fazê-lo quando o assunto é
saúde’. Além disso, ela seria mais cara do que todas as outras religiões. (...)
A mania da vida saudável já teria alcançado grande parte das igrejas, disse o
autor de diversos best-sellers (...) ‘Enquanto no passado se jejuava para se
privar do alimento, hoje se jejua para se chegar bem tarde, e bem saudável, ao
céu’. A saúde seria um grande bem para os cristãos, mas ‘não o bem supremo’,
segundo Lütz. Ao invés de viver prevenindo doenças, os cristãos deveriam gozar
cada novo dia como um presente divino”.[7]
Como são
modernas as palavras de Jesus! Abri o jornal e selecionei alguns títulos da
programação da TV. Essa lista demonstra o quanto são atuais as palavras de
Jesus acerca dos tempos finais. Hoje estamos vivendo exatamente dentro daquilo
que foi dito acerca dos tempos de Noé e de Ló. E ainda existe quem tenha a
coragem de dizer que a Bíblia está ultrapassada! Fiquei impressionado com a
quantidade de programas sobre preparo de receitas, alimentação saudável e
saúde. A passagem bíblica que diz que as pessoas da época de Noé e Ló “compravam,
vendiam, plantavam e edificavam” tem seu pleno cumprimento nos nossos
dias – o que comprovei lendo os títulos dos programas oferecidos na área de
finanças e comércio. Outra característica dos tempos passados que se repete
hoje é a de que “casavam e davam-se em casamento”. Programas de
namoro, casamentos, descasamentos, novos relacionamentos – a vida privada ocupa
o centro das atenções. Mas isso não é tudo. A declaração de Jesus “casavam
e davam-se em casamento, até ao dia em que...”, dá o que pensar!
Buscar um parceiro pela internet ou através de agências de casamento virou
moda. “Por razões que não cabem aqui, parece que hoje ninguém mais conhece
alguém na rotina da vida diária. Por isso, florescem as agências de namoro, de
preferência protegidas pela anonimidade da internet”.[8]
A maior
parte do que acabamos de listar não é pecado. Mas quando Deus é excluído e
quando a salvação em Jesus é rejeitada, quando o homem é movido apenas pelo que
é temporal, então tudo isso passa a ser um sinal dos tempos finais.
“Deixe-nos
em paz” foi a reação do povo daquela época, e é o que se ouve também hoje.
“Deixem-me em paz com esse assunto de apocalipse”, “Vocês são muito
catastrofistas!”, “Vocês só querem atrapalhar a minha vida”, “Vocês são
fanáticos religiosos”, “Vocês são tão negativos, os desmancha-prazeres da
sociedade”. Mas por que a taxa de suicídios e as tragédias aumentam tanto? Por
que as clínicas psiquiátricas estão lotadas? Por que nunca houve tanta
necessidade de remédios controlados como nos últimos anos? Por que a
insatisfação, o medo e a insegurança pairam sobre nossa sociedade como uma
névoa escura, uma vez que tudo seria tão bom sem Jesus?
3. Nas épocas de Noé e Ló vemos que não era a multidão que estava com
a razão. A maioria de então estava errada, e a minoria (Noé e Ló) é que estava
certa. No final, Deus terá razão, Sua Palavra será decisiva – não a opinião da
maioria, que diz: “Mas todo mundo faz isso! Isso deve ser correto, já que todos
o fazem! É o que a mídia diz...”.
Você sabe
qual foi a última afirmação do Senhor Jesus antes de começar a falar do tempo
de Noé? “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não
passarão. Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos
céus; nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também
será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.35-37).
A Palavra
de Deus é garantida e irrevogável. Mesmo que ninguém saiba o dia ou a hora,
temos um ponto de referência na semelhança entre a nossa época e o tempo de
Noé.
O exemplo de Noé para os tempos finais
Encontramo-nos diante do último dilúvio de juízos apocalípticos. O fogo
do juízo divino virá. Ajudamos a construir a “arca” da Igreja? Alertamos para o
que está por vir?
Nosso
tempo está diante de um novo dilúvio, não de água mas o dilúvio do Apocalipse,
dos juízos dos selos, das trombetas e dos flagelos. Então os céus e a terra
serão novamente abalados (comp. Ap 16.20-21). E após esses juízos
catastróficos, haverá um novo céu e uma nova terra, nos quais habita justiça (2
Pe 3.13; Ap 21).
O tempo de
Noé e Ló mostra-nos que o Arrebatamento está próximo. Noé é chamado por Pedro
de “pregador da justiça”, enquanto Ló é chamado apenas de “justo” (2 Pe 5.7).
Essa diferença tem algum significado à luz da profecia?
Noé, o
pregador da justiça, teve de passar pelo juízo, mas foi protegido em meio a
ele. Essa é uma ilustração de Israel. Foi Israel quem proclamou a justiça em
Jesus a nós (Rm 9.4-5).
Ló é
chamado de “o justo”. Ele foi poupado do juízo, salvo antes da destruição.
Representa figuradamente a Igreja. Tornamo-nos justos pela proclamação da
justiça por Israel (simbolizado por Noé). Como Ló, porém, a Igreja vive no meio
de um mundo cheio de injustiça, mas ela crê e será salva antes do juízo (2 Pe
2.7-9). Assim como Deus salvou o justo Ló, também pode livrar da provação todos
os que O temem.
Ló foi
salvo sendo tirado do lugar da tentação e da provação ao ser literalmente
arrancado de Sodoma (Gn 19.16-17,22). Da mesma forma, a Igreja será salva do
lugar da tentação, salva deste mundo, ao ser arrebatada antes do dilúvio
apocalíptico. Pois, se apenas os injustos serão preservados para o dia do
juízo, então obrigatoriamente os justos serão livrados de passar por esse dia
(1 Ts 5.1-10).
Encontramo-nos
diante do último dilúvio de juízos apocalípticos. O fogo do juízo divino virá.
Somos como Noé, pregadores da justiça? Somos tementes a Deus como ele? Somos
obedientes como ele era? Fazemos tudo o que podemos para transmitir à nossa
geração a justiça que tem valor diante de Deus? Ajudamos a construir a “arca”
da Igreja? Alertamos para o que está por vir?
Notas:
- Das 1. Buch Mose (O Livro de Gênesis), Arnold
Fruchtenbaum, CMD, p. 209
- P.M.Perspektive, 4/2009, p. 25.
- O Livro de Gênesis, p. 141.
- Idea-Spektrum, 36/2009.
- Topic, 10/2009.
- Topic, 9/2009.
- Topic, 9/2009, p.6.
- Prisma, 42/2009, p.5.
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Norbert Lieth É Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional. Suas mensagens têm
como tema central a Palavra Profética. Logo após sua conversão, estudou em
nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la. Por alguns anos
trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou a
divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985. Nesse
ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na
Europa. É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.
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