Introdução
O debate sobre o inferno tem sido reacendido. Por diversas
vezes, pregadores conhecidos e desconhecidos têm procurado dar suas visões
acerca do inferno. Mais recentemente, um famoso preletor para jovens negou que
o inferno seja real e/ou eterno. Alguns de seus livros têm sido traduzidos para
nossa língua, bem como a sua série Nooma. Estou falando do Rob Bell, que
recentemente causou estranheza
no mundo cristão ao afirmar: um Deus amoroso jamais
sentenciaria almas humanas para o sofrimento eterno. Será?
Parece que tem sido moda1 (ou ressurgimento de antigas
heresias) negar a existência e eternidade do inferno. Tudo em nome de anunciar
uma mensagem que transija com o “bem-estar” e, principalmente, com a filosofia
pluralista e a pseudotolerância de nosso século. A fim de transmitir a imagem
de “pastores e pregadores” contemporâneos, tolerantes e “bona fide”, esses tais
reformulam o amor de Deus, ensinando que “um Deus de amor não lançará ninguém
no inferno”. Será contraditório um Deus de Amor condenar homens ao inferno? Se
Deus realmente é amor, então como ele pode mandar alguém para o inferno?
No texto que lemos encontramos a seriedade com que Jesus
alertou sobre esse terrível lugar. Jesus não disse que era um estado espírito,
como querem alguns “pregadores modernos e adocicados”. Na verdade, nesta
exposição temática, veremos o que a Escritura ensina sobre esse lugar terrível
e algumas objeções levantadas por aqueles que negam o caráter eterno da
punição. Rogamos a Deus que nos conceda cuidado, compaixão e, sobretudo,
fidelidade ao pisar nesse terreno.
OPÇÕES OFERECIDAS PARA O DESTINO FINAL – SÃO BÍBLICAS?
Não parece ser uma boa opção alguém passar a eternidade em
sofrimento. É isto que se deduz da palavra “inferno” e das expressões usadas
por Jesus: tormento e sofrimento. No entanto, têm-se oferecido outras opções
sobre o destino eterno dos homens. Quero avaliá-las nesse momento, pois elas
respondem à pergunta: o que acontece conosco quando morremos? A seguir nos
voltaremos para o texto bíblico em exame. São elas:
I. Reencarnação – tem sido a visão mais
popular. Os que ensinam essa concepção nos dizem que temos múltiplas e
sucessivas vidas. No túmulo de Alan Kardec tem o seguinte lema: “Nascer,
morrer, renascer e progredir sempre; está é a lei”. A Escritura não ensina
reencarnação. Antes, ela diz: “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo
depois disso o juízo” (Hb 9. 27).
II. Materialista/Naturalista – este grupo,
embora menor, tem forte expressão. Eles nos dizem que não temos alma, que somos
apenas corpo e que, ao morrer, deixamos de existir. Tomando as Escrituras
como autoritativa, encontramos o Senhor Jesus dizendo: “E não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer
perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.28).
III. Universalistas – alguns
contemporâneos têm adotado essa visão. Entre eles o próprio Rob Bell. É também
a teoria exposta no livro A Cabana (William P. Young, Ed. Sextante, 2008). Eles
ensinam que no final todos que estão no inferno serão salvos e o inferno
esvaziado. Por pensarem que todas as religiões conduzem a Deus, entendem então
que todas as pessoas serão salvas. Porém, não é isso que Jesus Cristo ensinou.
Na verdade, a própria morte de Jesus é sinal de que apenas alguns serão salvos
(Cf. Mt 202.8; Mc 10.45). Também disse Isaias ecoado em Paulo: “Também Isaías
clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a
areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27).
IV. Purgatório – esta é a doutrina
esposada pelo Catolicismo Romano. De fato, a não ser no Livro Apócrifo de 2
Macabeus 12.46, as Escrituras não reconhecem tal doutrina. O que ela ensina?
Ouçamos o que diz o Catecismo Católico: “Os que morrem na graça e na amizade de
Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua
salvação eterna, passam, após a sua morte, por uma purificação, a fim de
obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do céu”(C.C, 1030 –
1032).
v. Aniquilacionismo – é a crença de que os
incrédulos não irão sofrer eternamente no inferno, mas que, após algum tempo,
serão extintos e deixarão de existir. Embora homens de Deus como John Stott
tenham crido nesta doutrina, à luz das Escrituras e da História da Igreja como
registrada nas Confissões, a posição cristã tem sido de que os ímpios sofrerão
eternamente no inferno. Ouça o que diz a Escritura: “E o diabo, que os
enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso
profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”(Ap 20.10;
Cf. 14. 9 -11; 19.20).
O ENSINO BÍBLICO SOBRE O INFERNO
Por três vezes no texto, Jesus adverte aos discípulos:
“melhor é para ti entrares na vida-reino de Deus – aleijado, coxo e cego – do
que ires para o inferno” (v. 43, 45, 47). A cada advertência Jesus também
acrescenta algo sobre o inferno: “para o fogo que nunca se apaga [ARA-
inextinguível] (2x)” seguida de outro qualificativo: “onde o seu bicho não
morre” 2.
Que descrição terrível vindo da doce voz do Senhor!
Precisamos lembrar que os discípulos não se impressionaram
com a descrição. Por quê? Embora fosse uma nova revelação no ministério de
Jesus, a descrição já era conhecida pelos discípulos na leitura dos Profetas:
“e sairão [os eleitos], e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra
mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo nunca se apagará; e serão
um horror a toda a carne” (Is 66. 24). Diante das palavras de Jesus e, agora,
considerando o todo da revelação bíblica, vejamos qual é o ensino bíblico sobre
esse lugar.
Primeiro, o inferno é um lugar real – Jesus diz que as
pessoas “vão para o inferno”. O verbo (eiseltein) usado implica em
“deslocar-se” ou “separar-se”. No nosso texto usa-se com a preposição (eis) e o
substantivo ten geennan. Essa construção gramatical dá a noção espacial . Desse
modo, o que Jesus quer dizer é que alguém é “separado para dentro da Geena”.
Mas, o que era a Geena?
A palavra traduzida por “inferno” (geena) era uma referência
a um lugar chamado de “Vale de Hinom” (Cf. Js 15. 8; 16.18; 2 Rs 23. 10;
2 Cr 33.6). Ficava ao sul de Jerusalém e lá, os antigos judeus apóstatas,
sacrificaram seus filhos ao deus pagão Moloque (Cf. 2 Cr 16.3; 21.6; Jr 7. 31;
19.5,6; 32.35). Foi o Rei Josias quem pôs fim a essa prática e transformou o
lugar num lixão da cidade. Ali eram jogadas as carcaças de animais que eram
queimadas dia e noite. Havia um fogo por baixo do monturo e, por não faltar
carniças, nunca deixava de haver vermes.
Veio a ser, portanto, o designativo do lugar de juízo de
Deus e se passaria a chamar “Vale da Matança” (Cf. Jr 7. 32;
19. 6, 7). Ao dizer, então, que os ímpios “vão para a Geena
[inferno]” têm-se uma ideia acerca do horrível lugar. Decerto que não havia
outra figura para demonstrar quão terrível e miserável é o inferno. Não havia
descrição mais chocante para descrever sofrimento e tormento. Então, afirmamos
à luz das Escrituras, o inferno é um lugar real.
Segundo, é um lugar de consciência – ora, ao dizer que “é
melhor isso do que aquilo”, Jesus Cristo revela que aqueles que vão para o
inferno estão conscientes de suas escolhas. Poderiam ter escolhido “ficar sem
uma mão, um pé ou um olho” e entrar no reino de Deus, mas preferiram perder a
sua vida. Semelhante imagem apresenta no v. 42 – “melhor lhe fora que lhe
pusessem ao pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado no mar” – em que
aquele que fosse motivo de tropeço para um crente mais pequenino estava ciente
do tropeço causado. Também o causador de tropeço estava consciente de sua pedra
no pescoço e do lugar onde estava se lançando. De igual modo, aqueles que vão
para o inferno saberão onde estão e por que estão ali.
Terceiro, é um lugar de permanente sofrimento – quando Jesus
diz que “o fogo nunca se apaga e o verme não morre”, aponta para uma realidade
permanente. O que mantém o fogo aceso é a existência de material para
combustão. No inferno não faltará material para combustão. Claro que, ao usar a
referência de “fogo” pode-se muito mais falar do sofrimento sob o juízo divino
do que sob “chamas literais”, de acordo com alguns comentaristas. Diz Anthony
Hoekema: “O objetivo das figuras, porém, é que o tormento e angústia internos,
simbolizados pelo verme, nunca terão fim e os sofrimentos exteriores
simbolizados pelo fogo nunca cessarão. Se as figuras utilizadas nesta passagem
não significam sofrimento sem fim, então elas não significarão coisa alguma”.
Por diversas vezes, Jesus usa figuras semelhantes para falar
do sofrimento eterno. Por exemplo, Jesus disse que é um lugar descrito como uma
“fornalha de fogo” onde “haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.50; ); Jesus
disse que os justos irão para vida eterna, mas os ímpios para “o tormento
eterno” (Mt 25.46). Ora, não faria sentido pensar que os justos estarão junto a
Deus por toda eternidade e, no mesmo texto, Jesus pensar que o tormento é
temporário. O inferno também é chamado de “trevas” (Mt 25.30; 22.13). Em outra
designação é que os que são destinados ao inferno “ira e indignação [...]
tribulação e angústia”(Rm 2. 6-9). De acordo com João, os ímpios serão
“atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos” (Ap 20.10). De
acordo com Apocalipse 19.20, a Besta e o Falso Profeta foram lançados vivos no
“lago de fogo e enxofre”. Porém, depois de Mil Anos eles ainda estavam lá, onde
receberão a companhia do diabo (Cf. Ap 20.10).
Quarto, o inferno é o lugar da Ira de Deus – quando Jesus
diz “fogo que nunca se apaga”, isso nos fala não apenas do sofrimento, mas
também da ira de Deus. Em mais de 600 lugares, a Bíblia fala sobre a ira de
Deus. No caso específico do inferno, o fogo não é purificador, mas o “fogo da
ira de Deus”. Alguns há que costumam colocar os atributos de Deus uns contra os
outros, como se, porventura, algum atributo de Deus prevalecesse sobre os
demais. Porém, a justiça de Deus, bem como seu amor e soberania, exigem a
existência do inferno4 . Porque Deus é justo, ele não pode contemplar os
pecados (Hb 1.13). Porque Deus é amor e amou ao mundo, aqueles que rejeitam
esse grande amor rejeitam tão grande salvação (Hb 2.3). Porque Deus é soberano,
o mal precisa ser derrotado. Deus vencerá no final (Ap 20). O inferno,
portanto, é o efeito da Ira de Deus. Conclui-se daí que o inferno não é
governado por Satanás, mas Deus Reina também no inferno. Como disse William
Hendriksen:5 “o inferno é inferno porque Deus está lá, Deus em toda a sua ira
(Hb 12.29; Ap 6.16). O céu é céu porque Deus está lá, Deus em todo o seu amor.
É desta presença de amor que o ímpio é banido para sempre.”
Quinto, Jesus ensina que é possível livrar-se de ir para o
inferno – ao dizer “melhor é isso do que aquilo”, Jesus apresenta uma maneira
de ser lançado no inferno. Diante do contexto maior (8.34ss), fica claro que os
“seguidores de Jesus Cristo”, porque renunciaram aos seus pecados, negaram-se a
si mesmo, tomaram a sua cruz e, até mesmo, perderam a sua vida “por amor de mim
[Jesus Cristo] e do Evangelho” (Cf. 8.35). Assim, ao fazer a comparação entre o
que é “melhor”, estamos diante do teste do Senhor para saber quem é seu
discípulo ou não. Aqueles que não renunciam seus pecados aqui terão de sofrer
com eles longe da Glória de Deus, em eterno sofrimento. Jesus apresentou o
preço a se evitar.
Outra coisa, por duas vezes Jesus diz “entrares na vida” (v.
43, 45) e uma vez diz “entrares o reino de Deus”. Ficamos sabendo pelo interlocutor
João que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo (Jo 3.7). Por
“novo nascimento” o cristianismo ensina ser “a alegria sincera em Deus, por
Cristo (1) , e o forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as
boas obras (2). (Is 57:15; Rm 5:1,2; Rm 14:17. (2) Rm 6:10,11; Gl 2:19,20)”
(Catecismo de Heidelberg, p. 90).
O próprio Jesus reconheceu que o inferno não foi preparado
primeiramente para o homem, mas para o “Diabo e seus Anjos” (Mt 25.41). E para
livrar o homem de ir para o inferno, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu
o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna”(Jo 3.16). Porém, porque o homem permanece indiferente a Jesus
Cristo, ou seja, não crê no Filho, então “não verá a vida, mas a ira de Deus
sobre ele permanece” (Jo 3.36).
E, ENTÃO?
Existem temas nas Escrituras que são dolorosos. Falar sobre
o inferno é um desses temas. Porém, a doutrina sobre o inferno é parte da
Teologia Bíblica, e como prova disso, o Senhor Jesus e seus apóstolos a
ensinaram repetidamente. Como disse o Bispo John Ryle, “não há
misericórdia alguma em ocultar dos homens o assunto a respeito do inferno. Por
mais temível e tremendo que seja o inferno, ele deve ser uma realidade fortemente
inculcada sobre todos, como uma das grandiosas verdades do cristianismo. O
apóstolo João, no livro de Apocalipse, com frequência o descreveu. Os servos de
Deus, hoje, não devem sentir-se envergonhados de confessar a sua crença nesse
assunto. Se não houvesse ilimitada misericórdia em Cristo, para todos aqueles
que nele creem, bem poderíamos nos esquivar desse temível tópico” (1994, p.
119).
Não pensem que é fácil falar sobre os milhões que passarão a
eternidade no lago de fogo. Alguns amigos até acham minha posição meio dantesca
e, por isso, medieval. No entanto, minha tarefa como ministro do Evangelho é
falar a verdade, seguir os passos do Mestre, mesmo que, ao expor essa doutrina,
alguns se sintam incomodados com ela. Muitos estão a passos largos no caminho
do inferno, caminhando sobre um grande abismo que não se abre para engolir
alguns dos tais, tal como engoliu vivo a Datã, Coré e Abirão (Nm 16. 30-33) por
causa das muitas misericórdias de Deus, desse mesmo Deus que eles provocam a
sua ira.
Muitos ainda amam os seus pecados e, de forma enganosa,
acreditam que podem desfrutar da eternidade com Deus sem seus pecados serem
perdoados. Qual não será a surpresa de muitos ao perceberem que estão debaixo
da Ira de Deus, simplesmente porque relutam em amar a Deus. Não é amor aos
amigos e inimigos se não se anunciar o perigo que estão correndo. Talvez seja
preciso que alguns precisem sentir o fogo do abismo queimando sob seus pés.
Dirijo-me àqueles que ainda não despertaram para conversão e
para o perigo que estão correndo.
O inferno é para todos que não estão em Cristo. Hão de
suportar o peso da ira de Deus. Foi João quem disse que Deus mesmo pelejará
contra os que não se converteram ou que pensam que são convertidos. O Senhor
Disse: “Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei
na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas
vestes, e manchei toda a minha vestidura” (Is 63.3). Outra vez João, o
Discípulo do Amor, viu a cena terrível: “E da sua boca saía uma aguda espada,
para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é
o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso”(Ap 19.15).
Não há nada entre eles e o inferno a não ser a misericórdia
de Deus. Mas lembrem-se: Ele está irado e quem pode lhe impedir de agir contra
os seus pecados? Alguns supõem equivocadamente que está tudo bem com eles
porque têm saúde, prosperidade, alegria, vão à igreja e desfrutam das bênçãos
comuns de Deus. Mas isso não é garantia de que serão livres do inferno. A única
garantia encontra-se no Cordeiro de Deus, que sofreu a Ira de Deus pelos
homens. Se isso não é amor de Deus, em entregar o seu Filho por pecadores, não
sabemos, então, o que é amor.
E estou a par de que essa mensagem não é popular. Sei também
que alguns encontrarão pessoas que procurarão lhes dissuadir da realidade do
inferno. Mas, “por que a cruz e todo sofrimento [de Jesus ], a não ser que haja
o inferno? A morte de Cristo perde o seu significado eterno a não ser que haja
uma separação de Deus da qual as pessoas precisam ser salvas” 6. Não
pense, também, que o inferno é apenas uma ameaça, e não uma realidade. Se assim
o fosse, Deus seria mentiroso. Deus não usa mentiras para atrair aos homens.
Como disse, essa não é uma mensagem popular. Mas ela é
verdadeira porque a Bíblia é verdadeira, porque Jesus Cristo é verdadeiro e não
pode mentir. Seja Deus verdadeiro e os homens mentirosos (Rm 3.3). Meus amigos,
a visão que temos de nossos pecados não é um mínimo daquilo que Deus vê em nós.
Certa vez, o pregador Jonathan Edwards, amparado numa visão estritamente
bíblica, nos deu um quadro dos pecados dos homens:
Vossas iniquidades vos fazem pesados como chumbo, pendentes
para baixo, pressionados em direção ao inferno pelo próprio peso, e se Deus
permitisse que caíssem vocês afundariam imediatamente, desceriam com a maior
rapidez, e mergulhariam nesse abismo sem fundo. Vossa saúde, vossos cuidados e
prudência, vossos melhores planos, toda a vossa retidão, de nada valeriam para
sustentar-vos e conservar-vos fora do inferno. Seria como tentar segurar uma
avalancha de pedras com uma teia de aranha. Se não fosse a misericórdia de
Deus, a terra não suportaria vocês por um só momento, pois são uma carga para
ela. A natureza geme por causa de vocês. A criação foi obrigada a se sujeitar à
escravidão, involuntariamente, por causa da vossa corrupção. Não é com prazer
que o sol brilha sobre vocês, para que sua luz vos alumie para pecarem e
servirem a satanás. A terra não produz de bom grado os seus frutos para
satisfazer vossa luxuria. Nem está disposta a servir de palco à exibição de
vossas iniqüidades. Não é voluntariamente que o ar alimenta vossos corpos,
mantendo viva a chama dos vossos corpos, enquanto vocês gastam a vida servindo
os inimigos de Deus. As coisas criadas por Deus são boas e foram feitas para o
homem, por meio delas, servisse ao Senhor. Não é com prazer que prestam serviço
a outros propósitos, e gemem quando são ultrajadas ao servirem objetivos tão
contrários à sua finalidade e natureza. E a própria terra vomitaria vocês se
não fosse a mão soberana dAquele a quem vocês tanto tem ofendido. Eis aí as
nuvens negras da ira de Deus pairando agora sobre vossas cabeças carregadas por
uma tempestade ameaçadora, cheia de trovões. Não fosse a mão restringidora do
Senhor, elas arrebentariam imediatamente sobre vocês. A misericórdia soberana
de Deus, por enquanto, refreia esse vento impetuoso, do contrário ele
sobreviria com fúria, vossa destruição ocorreria repentinamente, e vocês seriam
como palha dispersada pelo vento"
Portanto, Deus está exortando-lhes, em nome de Cristo, por
essa palavra rogando-lhes que se reconciliem com Deus (2Co 5.11-20). Não há
muitas opções. É estar em Cristo ou longe dele. É céu ou inferno. Não brinque
de cristão, não brinque de crente, não brinque de religiosos ou mesmo ateu. O
Senhor Jesus é o seu Deus e Salvador? De fato, você já o recebeu e, portanto,
pode ser contado entre os Eleitos do Senhor? O machado já está posto à raiz e
“toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo” (Mt 7.19),
disse o Senhor Jesus. Onde estão os frutos? O Senhor ainda disse: “Se alguém
não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e
lançam no fogo, e ardem” (Jo 15. 6). Se isso não for uma realidade em sua vida,
então a Ira de Deus permanece sobre você e você será lançado no inferno, no
lugar que foi criado para o diabo e seus anjos. Rejeitando a presença de Deus,
você estará em companhia do diabo e seus anjos. Fuja para os braços
misericordiosos do Senhor Jesus enquanto é tempo!
http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=232
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