quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

1 Reflexão – Os perigos do evangelho do entretenimento





‎"Chegará um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes. “- C.H. Spurgeon

INTRODUÇÃO – Entretenimento (Ação ou efeito de entreter; ato de se divertir, de se distrair. Aquilo que serve para distrair ou para ajudar a passar o tempo; divertimento. Conjunto de atividades e espetáculos relacionados com as áreas do teatro,cinema, música, televisãoengano; disfarce). É com esses termos e muitos outros que o dicionário online descreve a palavra entretenimento. Palavra muito usada pela igreja hodierna, a fim de justificar os passatempos que têm ocupado o lugar da oração, da leitura e estudo da Bíblia Sagrada, do jejum e do evangelismo pessoal. Vivemos em uma sociedade “saturada” de entretenimento e como profetizou Charles Handon H. Spurgeon há mais de duzentos anos, a igreja está não somente assimilando tal cultura, mas a está fomentando e tornando-a parte integrante do seu programa diário.

A seguir exporei uma matéria de autoria do pastor Isaías Costa Ramos, do seu livro Cansei de ser Crente eu quero ser Cristão (o que eu super recomendo), nesta você verá que o que está acontecendo com a igreja não é algo novo e que o prejuízo à ela se assim prosseguir pode ser irreparável.

Em 1955, A.W. Tozer escreveu as seguintes palavras:

Durante séculos a igreja manteve-se firme contra toda a forma de entretenimento mundano, reconhecendo-o como dispositivo para perder tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um plano para se desviar a atenção de contas quanto à moral. Para manter sua posição, ela sofreu abusos por parte dos filhos deste mundo. Ultimamente, entretanto, ela se cansou de ser abusada e simplesmente desistiu da luta. Parece ter firmado a posição de que, se não pode vencer o deus do entretenimento, o melhor que pode fazer é unir suas forças às dele e aproveitar o máximo possível de seus poderes. Por isso, comtemplamos hoje o assombroso espetáculo de milhões de dólares sendo vertidos em negócios nada santo de promover entretenimento mundano aos chamados “filhos do céus”. O entretenimento religioso está em muitos lugares, rapidamente desalojando as coisas de Deus. Muitas igrejas em nossos dias, se tornaram nada mais que pobres teatros onde “produtores” de quinta categoria mascateiam suas mercadorias de baixo valor com plena aprovação dos seus líderes evangélicos, que chegam a citar textos bíblicos para justificar tal delinquência. E é difícil acharmos alguém que ouse levantar a sua voz contra isso.

     De acordo com os padrões da atualidade, as questões que tanto inflamaram as paixões de Tozer parecem insignificantes. Por exemplo, as igrejas estavam atraindo pessoas para seus cultos de Domingo à noite através da apresentação de filmes cristãos. Encontros de jovens eram realizados tendo com atração a música contemporânea e palestrantes cuja especialidade era o humor. Jogos e atividades onde se gasta muita energia passaram a desempenhar um papel chave no trabalho com os jovens das igrejas. Olhando para trás, parece difícil entendermos a angústia de Tozer. Raramente alguém hoje fica chocado ou preocupado com quaisquer método que pareciam radicalmente inovadores nos anos cinquenta. E a maioria deles é vista hoje com naturalidade.

     Entretanto, Tozer não estava condenando jogos, estilos musicais ou filmes em si mesmos. Ele estava perplexo a respeito da filosofia que estava por trás do que vinha acontecendo à Igreja. Ele soou o alarme contra a mortal mudança de comportamento. Contemplou os evangélicos fazendo uso do entretenimento como uma ferramenta para o crescimento da igreja, acreditava que isso equivalia a subversão das prioridades da igreja. Temia que os desvios frívolos e as diversões carnais da igreja, em última análise, destruíram o apetite das pessoas pela verdadeira adoração e pregação da Palavra de Deus.

Tozer estava certo quanto a isso. Aliás, a sua representação revela-se a cada dia mais apropriada. Ele e Spurgeon, que o precedeu, estavam identificando uma tendência que desabrochou por completo em nossa geração. Aquilo com que a igreja flertava na época de Spurgeon tornou-se fascinação no período de Tozer. Atualmente, tornou-se uma obsessão. E o que é mais prejudicial ainda é que as formas de entretenimento encontradas hoje na igreja são com frequência, completamente seculares, destituídas de qualquer aspecto cristão.

Um artigo escrito no The Wall Street Journal descreve a proposta de conhecida igreja no sentido de “reanimar a assistência aos cultos dominicais noturnos”. A Igreja “exibiu uma luta livre entre seus empregados. Tendo em vista a preparação para o evento, dez funcionários foram instruídos por Tugboat Taylor, um ex-lutador profissional, em puxar os cabelos, chutar os queixos dos outros e arremessar seus corpos ao chão sem lhes causar dano”. Isto não trouxe dano físico algum aos funcionários da igreja, mas qual o efeito de tal exibição sobre a mensagem anunciada por aquela igreja? O evangelho não se torna deturpado e pessimamente caricaturado por esse tipo de palhaçada? Você poderia imaginar o que Spurgeon ou Tozer teriam pensado a respeito disso? (...) O episódio aconteceu em um culto de Domingo à noite em uma das cinco maiores igrejas evangélicas dos Estados Unidos. Outros exemplos poderiam ser citados das mais destacadas igrejas, supostamente pertencentes aos principais grupos da ortodoxia evangélica.

     Alguns afirmarão que, se os princípios bíblicos forem apresentados, o instrumento para fazê-lo não é importante. Isso não pode perdurar, ou seja, se o entretenimento é a chave para conquistar pessoas, por que não sairmos completamente do prumo? Por que não temos um verdadeiro carnaval? Poderíamos contar um acrobata tatuado, andando sobre um fio bem alto, fazendo malabarismos com as mãos e recitando versículos, enquanto um cão treinado se equilibraria na sua cabeça. Isso certamente atrairia uma multidão. E o conteúdo da mensagem ainda seria bíblico. É um cenário bizarro, mas ilustra bem como o veículo pode baratear e corromper a mensagem.

     Infelizmente, isso não é tão diferente do que está de fato sendo realizado em algumas igrejas. Parece não haver limites com relação ao que alguns líderes na igreja moderna farão, ou no intuito de atrair pessoas que não se interessam por adoração e a pregação da Palavra de Deus. Muitos já se renderam a ideia de que a igreja precisa conquistar os homens através do oferecer uma forma alternativa de entretenimento.

     Até que ponto a igreja irá em sua competição com Hollywood? Uma grande igreja no sudoeste dos Estados Unidos acaba de instalar um sistema de efeitos especiais, que custou meio milhão de dólares, capaz de produzir fumaça, fogo, faíscas e luzes de lazer no auditório. A igreja enviou alguns de seus membros para estudar, ao vivo, os efeitos especiais de Bally’s Casino, em Las Vegas. O pastor terminou um de seus cultos sendo elevado ao “céu” por meio de fios invisíveis que o tiraram da vista do auditório, enquanto o coral e a orquestra adicionavam um toque musical à fumaça, ao fogo e ao jogo de luzes. 

Para aquele pastor, tudo não passou de um típico Show dominical: “Ele lota a sua igreja através desses artifícios especiais, tais como derrubar espetáculo de fogos de 4 de julho na cidade e um culto de Natal com um elefante, um canguru e uma zebra alugados. O Show de Natal apresenta 100 palhaços com presentes para as crianças da igreja”.

     Bobagens desse gênero teria sido o conteúdo dos piores pesadelos de Spurgeon. Até mesmo Tozer não poderia ter previsto o extremo ao qual os evangélicos chegariam a render homenagens ao grande deus entretenimento.

Conclusão – Faça você mesmo suas próprias considerações e veja se o que está acontecendo de norte a sul e de leste a oeste não desafia a simplicidade da mensagem de CRISTO e o evangelho vivido por ele e seus discípulos. Particularmente, não consigo encontrar uma conexão entre o chamado de Jesus à “tomar a sua cruz e seguir após ele”, com a ênfase dada ao entretenimento e a diversão propalada nos dias atuais

Feliz 2019 a todos,
                                       João Augusto de Oliveira

1 comentários:

  1. excelente. muito bem colocado.
    algumas Igrejas estão parecendo verdadeiros circos.

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