"Chegará um dia em que no lugar dos pastores
alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes. “- C.H.
Spurgeon
INTRODUÇÃO – Entretenimento
(Ação ou efeito de entreter; ato de se divertir, de se distrair. Aquilo que serve para distrair ou para ajudar a passar o tempo; divertimento. Conjunto de atividades e espetáculos relacionados com as áreas do teatro,cinema, música, televisão; engano; disfarce). É com
esses termos e muitos outros que o dicionário online descreve a palavra
entretenimento. Palavra muito usada pela igreja hodierna, a fim de justificar
os passatempos que têm ocupado o lugar da oração, da leitura e estudo da Bíblia
Sagrada, do jejum e do evangelismo pessoal. Vivemos em uma sociedade “saturada”
de entretenimento e como profetizou Charles Handon H. Spurgeon há mais de
duzentos anos, a igreja está não somente assimilando tal cultura, mas a está
fomentando e tornando-a parte integrante do seu programa diário.
A seguir exporei uma matéria de autoria do pastor Isaías
Costa Ramos, do seu livro Cansei de ser Crente eu quero ser Cristão (o que eu
super recomendo), nesta você verá que o que está acontecendo com a igreja não é
algo novo e que o prejuízo à ela se assim prosseguir pode ser irreparável.
Em 1955, A.W. Tozer escreveu as seguintes palavras:
Durante séculos a igreja manteve-se firme contra toda a forma
de entretenimento mundano, reconhecendo-o como dispositivo para perder tempo,
um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um plano para se desviar a
atenção de contas quanto à moral. Para manter sua posição, ela sofreu abusos
por parte dos filhos deste mundo. Ultimamente, entretanto, ela se cansou de ser
abusada e simplesmente desistiu da luta. Parece ter firmado a posição de que, se
não pode vencer o deus do entretenimento, o melhor que pode fazer é unir suas
forças às dele e aproveitar o máximo possível de seus poderes. Por isso,
comtemplamos hoje o assombroso espetáculo de milhões de dólares sendo vertidos
em negócios nada santo de promover entretenimento mundano aos chamados “filhos
do céus”. O entretenimento religioso está em muitos lugares, rapidamente
desalojando as coisas de Deus. Muitas igrejas em nossos dias, se tornaram nada
mais que pobres teatros onde “produtores” de quinta categoria mascateiam suas
mercadorias de baixo valor com plena aprovação dos seus líderes evangélicos,
que chegam a citar textos bíblicos para justificar tal delinquência. E é difícil
acharmos alguém que ouse levantar a sua voz contra isso.
De acordo com os
padrões da atualidade, as questões que tanto inflamaram as paixões de Tozer
parecem insignificantes. Por exemplo, as igrejas estavam atraindo pessoas para
seus cultos de Domingo à noite através da apresentação de filmes cristãos. Encontros
de jovens eram realizados tendo com atração a música contemporânea e
palestrantes cuja especialidade era o humor. Jogos e atividades onde se gasta
muita energia passaram a desempenhar um papel chave no trabalho com os jovens
das igrejas. Olhando para trás, parece difícil entendermos a angústia de Tozer.
Raramente alguém hoje fica chocado ou preocupado com quaisquer método que
pareciam radicalmente inovadores nos anos cinquenta. E a maioria deles é vista
hoje com naturalidade.
Entretanto, Tozer
não estava condenando jogos, estilos musicais ou filmes em si mesmos. Ele estava
perplexo a respeito da filosofia que estava por trás do que vinha acontecendo à
Igreja. Ele soou o alarme contra a mortal mudança de comportamento. Contemplou os
evangélicos fazendo uso do entretenimento como uma ferramenta para o
crescimento da igreja, acreditava que isso equivalia a subversão das
prioridades da igreja. Temia que os desvios frívolos e as diversões carnais da
igreja, em última análise, destruíram o apetite das pessoas pela verdadeira
adoração e pregação da Palavra de Deus.
Tozer estava certo quanto a isso. Aliás, a sua representação revela-se
a cada dia mais apropriada. Ele e Spurgeon, que o precedeu, estavam identificando
uma tendência que desabrochou por completo em nossa geração. Aquilo com que a igreja
flertava na época de Spurgeon tornou-se fascinação no período de Tozer. Atualmente,
tornou-se uma obsessão. E o que é mais prejudicial ainda é que as formas de
entretenimento encontradas hoje na igreja são com frequência, completamente seculares,
destituídas de qualquer aspecto cristão.
Um artigo escrito no The Wall Street Journal descreve a
proposta de conhecida igreja no sentido de “reanimar a assistência aos cultos
dominicais noturnos”. A Igreja “exibiu uma luta livre entre seus empregados. Tendo
em vista a preparação para o evento, dez funcionários foram instruídos por
Tugboat Taylor, um ex-lutador profissional, em puxar os cabelos, chutar os
queixos dos outros e arremessar seus corpos ao chão sem lhes causar dano”. Isto
não trouxe dano físico algum aos funcionários da igreja, mas qual o efeito de
tal exibição sobre a mensagem anunciada por aquela igreja? O evangelho não se
torna deturpado e pessimamente caricaturado por esse tipo de palhaçada? Você
poderia imaginar o que Spurgeon ou Tozer teriam pensado a respeito disso? (...)
O episódio aconteceu em um culto de Domingo à noite em uma das cinco maiores
igrejas evangélicas dos Estados Unidos. Outros exemplos poderiam ser citados
das mais destacadas igrejas, supostamente pertencentes aos principais grupos da
ortodoxia evangélica.
Alguns afirmarão
que, se os princípios bíblicos forem apresentados, o instrumento para fazê-lo
não é importante. Isso não pode perdurar, ou seja, se o entretenimento é a
chave para conquistar pessoas, por que não sairmos completamente do prumo? Por que
não temos um verdadeiro carnaval? Poderíamos contar um acrobata tatuado,
andando sobre um fio bem alto, fazendo malabarismos com as mãos e recitando
versículos, enquanto um cão treinado se equilibraria na sua cabeça. Isso certamente
atrairia uma multidão. E o conteúdo da mensagem ainda seria bíblico. É um cenário
bizarro, mas ilustra bem como o veículo pode baratear e corromper a mensagem.
Infelizmente, isso
não é tão diferente do que está de fato sendo realizado em algumas igrejas. Parece
não haver limites com relação ao que alguns líderes na igreja moderna farão, ou
no intuito de atrair pessoas que não se interessam por adoração e a pregação da
Palavra de Deus. Muitos já se renderam a ideia de que a igreja precisa
conquistar os homens através do oferecer uma forma alternativa de
entretenimento.
Até que ponto a
igreja irá em sua competição com Hollywood? Uma grande igreja no sudoeste dos
Estados Unidos acaba de instalar um sistema de efeitos especiais, que custou
meio milhão de dólares, capaz de produzir fumaça, fogo, faíscas e luzes de
lazer no auditório. A igreja enviou alguns de seus membros para estudar, ao
vivo, os efeitos especiais de Bally’s Casino, em Las Vegas. O pastor terminou
um de seus cultos sendo elevado ao “céu” por meio de fios invisíveis que o
tiraram da vista do auditório, enquanto o coral e a orquestra adicionavam um
toque musical à fumaça, ao fogo e ao jogo de luzes.
Para aquele pastor, tudo
não passou de um típico Show dominical: “Ele lota a sua igreja através desses
artifícios especiais, tais como derrubar espetáculo de fogos de 4 de julho na
cidade e um culto de Natal com um elefante, um canguru e uma zebra alugados. O Show
de Natal apresenta 100 palhaços com presentes para as crianças da igreja”.
Bobagens desse
gênero teria sido o conteúdo dos piores pesadelos de Spurgeon. Até mesmo Tozer
não poderia ter previsto o extremo ao qual os evangélicos chegariam a render homenagens
ao grande deus entretenimento.
Conclusão – Faça você mesmo suas próprias considerações e veja se o que está
acontecendo de norte a sul e de leste a oeste não desafia a simplicidade da
mensagem de CRISTO e o evangelho vivido por ele e seus discípulos. Particularmente,
não consigo encontrar uma conexão entre o chamado de Jesus à “tomar a sua cruz
e seguir após ele”, com a ênfase dada ao entretenimento e a diversão propalada
nos dias atuais
Feliz 2019 a todos,
João Augusto de Oliveira
excelente. muito bem colocado.
ResponderExcluiralgumas Igrejas estão parecendo verdadeiros circos.