Texto - "antes
santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados
para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da
esperança que há em vós;
tendo
uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem
confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo" 1 Pedro
3:15,16.
O que é apologética cristã? A palavra "apologia" vem de uma
palavra grega que significa "dar uma defesa". Apologética Cristã,
então, é a ciência de dar uma defesa da fé Cristã. Há muitos céticos que
duvidam da existência de Deus e/ou atacam a crença no Deus da Bíblia. Há muitos
críticos que atacam a inspiração e inerência da Bíblia. Há muitos falsos professores
que promovem doutrinas falsas e negam as verdades básicas da fé Cristã. A
missão da apologética Cristã é combater esses movimentos e promover o Deus
Cristão e a verdade Cristã.
Introdução – Durante esses
quase dois mil anos de cristianismo uma coisa que nunca faltou foram “opositores
à obra de Deus”. Muitos desses vindos de fora da Igreja, mas a grande maioria
nascidos no seio da própria igreja. Desde falsos mestres que intencionalmente
maculam a santidade doutrinária da igreja até crentes sinceros e salvos, porém
mal informados, estes falsos ensinos foram e continuam a ser disseminados;
contaminando a Igreja e promovendo celeumas enormes.
Por causa disso é que
Pedro nos exorta a defender a verdade doutrinária a todo o custo (I Pedro
3.15-16) e Paulo ainda exorta a Timóteo quanto ao cuidado doutrinário na
Igreja: “Tem cuidado de ti mesmo
e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás,
tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”. I Timóteo 4.16.
MOVIMENTOS HERÉTICOS NOS PRIMEIROS SÉCULOS DA IGREJA
Os Judaizantes (Séc. I)
A heresia
Judaizante pode ser resumida pelas seguintes palavras dos Atos dos Apóstolos
15,1: “Alguns homens, descendo da Judéia, puseram-se a ensinar aos irmãos o
seguinte: ‘Se não vos circuncidais segundo o rito de Moisés, não podeis ser
salvos'”.
Muitos dos
primeiros Cristãos eram judeus, e esses trouxeram para a Fé cristã muitas de
suas práticas e observâncias judaicas. Eles reconheciam em Jesus Cristo o
Messias anunciado pelos profetas e o cumprimento do Antigo Testamento, mas uma
vez que a circuncisão era obrigatória no Antigo Testamento para a participação
na Aliança com Deus, muitos pensavam que ela era também necessária para a
participação na Nova Aliança que Cristo veio inaugurar. Portanto eles
acreditavam que era necessário ser circuncidado e guardar os preceitos mosaicos
para se tornar um verdadeiro cristão. Em outras palavras, uma pessoa deveria se
tornar judeu para poder se tornar cristão.
Gnosticismo
(Sécs. I e II)
“A matéria é má!
” – Esse é o lema dos Gnósticos. Essa foi uma ideia que eles “tomaram
emprestado” de alguns filósofos gregos e isso vai contra o ensinamento
Católico, não apenas porque contradiz Gênesis 1,31: “Deus contemplou toda a sua
obra, e viu que tudo era muito bom”, bem como outras partes da Sagrada
Escritura, mas porque nega a própria Encarnação. Se a matéria é má, então Jesus
não poderia ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois em Cristo não existe
nada que seja mau. Assim muitos gnósticos negavam a Encarnação alegando que
Cristo apenas “parecia” como homem, mas essa sua humanidade era apenas
ilusória.
Alguns
Gnósticos, reconhecendo que o Antigo Testamento ensina que Deus criou a
matéria, alegavam que o Deus dos Judeus era uma divindade maligna bem diferente
do Deus de Jesus Cristo, do Novo Testamento. Eles também propunham a crença em
muitos seres divinos, conhecidos como “aeons” que servem de mediadores entre o
homem e um inatingível Deus. O mais baixo de todos esses “aeons” que estava em
contato direto com os homens teria sido Jesus Cristo.
Montanismo
(final do Séc. II)
Montanus iniciou
inocentemente sua carreira pregando um retorno à penitência e ao fervor.
Todavia ele alegava que seus ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da
Igreja porque ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Logo, logo ele
começou a ensinar sobre uma eminente volta de Cristo em sua cidade natal na
Frígia. Seu movimento enfatizava sobretudo a continuidade dos dons
extraordinários como falar em línguas e profecias.
Sabelianismo
(Princípio do Séc. III)
Os Sabelianistas
ensinavam que Jesus Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas, mas
simplesmente dois aspectos ou operações de uma única pessoa. De acordo com
eles, as três pessoas da Trindade existem apenas em referência ao
relacionamento de Deus com o homem, mas não como uma realidade objetiva.
Arianismo
(Séc. IV)
Uma das maiores
heresias que a Igreja teve que confrontar foi o Arianismo. Arius ensinava que
Cristo não era Deus e sim uma criatura feita por Deus. Ao disfarçar sua heresia
usando uma terminologia ortodoxa ou semi-ortodoxa, ele foi capaz de semear
grande confusão na Igreja, conquistando o apoio de muitos Bispos e a rejeição
de alguns. O Arianismo foi solenemente condenado no ano 325 pelo Primeiro
Concílio de Nicéia, o qual definiu a divindade de Cristo e no ano 381 pelo
Primeiro Concílio de Constantinopla, o qual definiu a divindade do Espírito
Santo. Esses dois Concílios deram origem ao Credo Niceno que os Católicos
recitam nas Missas Dominicais.
Pelagianismo
(Séc. V)
Pelagius, um
monge gaulês deu início a essa heresia que carrega seu nome. Ele negava que nós
herdamos o pecado de Adão e alegava que nos tornamos pessoalmente pecadores
apenas porque nascemos em solidariedade com uma comunidade pecadora a qual nos
dá maus exemplos. Da mesma forma, ele negava que herdamos a santidade ou
justiça como resultado da morte de Cristo na cruz e dizia que nos tornamos
pessoalmente justos através da instrução e imitação da comunidade cristã,
seguindo o exemplo de Cristo.
Pelagius
declarava que o homem nasce moralmente neutro e pode chegar ao céu por seus
próprios esforços. De acordo com ele, a graça de Deus não é verdadeiramente
necessária, mas apenas facilita uma difícil tarefa.
Nestorianismo
(Séc. V)
Essa heresia
sobre a pessoa de Cristo foi iniciada por Nestorius, bispo de Constantinopla
que negava a Maria o título de Theotokos (literalmente “Mãe de Deus”).
Nestorius alegava que Maria deu origem apenas à pessoa humana de Cristo em seu
útero e chegou a propor como alternativa o título Christotokos (“Mãe de
Cristo”).
Os teólogos
Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que a teoria de Nestorius
dividia Cristo em duas pessoas distintas (uma humana e outra divina, unidos por
uma espécie de “elo perdido”), sendo que apenas uma estava no útero de Maria. A
Igreja reagiu no ano 431 com o Concílio de Éfeso, definindo que Maria realmente
é Mãe de Deus, não no sentido de que ela seja anterior a Deus ou seja a fonte
de Deus, mas no sentido de que a Pessoa que ela carregou em seu útero era de
fato o Deus Encarnado.
Monofisismo
(Séc. V)
O Monofisismo originou-se
como uma reação ao Nestorianismo. Os monofisistas (liderados por um homem
chamado Eutyches) ficaram horrorizados pela implicação Nestoriana de que Cristo
era duas pessoas com duas diferentes naturezas (divina e humana). Então eles
partiram para o outro extremo alegando que Cristo era uma pessoa com uma só
natureza (uma fusão de elementos divinos e humanos). Portanto eles passaram a
ser reconhecidos como Monofisistas devido à sua alegação de que Cristo possuía
apenas uma natureza (Grego: mono= um; physis= natureza).
Os teólogos
Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que o Monofisismo era tão
pernicioso quanto o Nestorianismo porque esse negava tanto a completa
humanidade como a completa divindade de Cristo. Se Cristo não possuía a
natureza humana em sua plenitude então Ele não poderia ser verdadeiramente
homem e se Ele não possuía a natureza divina em plenitude, então Ele também não
era verdadeiramente Deus.
Iconoclastas
(Sécs. VII e VIII)
Essa heresia
surgiu quando um grupo de pessoas conhecidos como iconoclastas (literalmente,
destruidores de ícones) apareceu. Esses alegavam que era pecaminoso fazer
estátuas ou pinturas de Cristo e dos Santos apesar de exemplos bíblicos que
provam que Deus mandou que se fizesse estátuas religiosas (por exemplo, em Ex
25,18-20 e 1Cr 28,18-19), inclusive representações simbólicas de Cristo (Num
21,8-9 e Jo 3,14).
A NECESSIDADE DA
DEFESA DOUTRINÁRIA
Deus não precisa que ninguém o defenda. Essa foi a afirmação de um
irmão para mim outro dia.
Não posso deixar de reconhecer que ele tem toda razão quanto a isso,
pois se admitíssemos a hipótese de que Deus precisa de defesa humana, por certo
não estaríamos falando do Deus Todo Poderoso declarado na Bíblia.
Porém o que não podemos deixar de reconhecer é que esse mesmo Deus
constituiu homens na igreja para pregar e ensinar a sua palavra e uma vez o
fazendo devem estar preparados para também defendê-la contra todas as
deturpações e falsas interpretações.
É impossível pensar em pregar e ensinar a Bíblia se não estamos
preparados e prontos para defender as verdades que ela contém. Na nossa tarefa
de levar a palavra, deparamo-nos com milhares de opositores (ateus, agnósticos,
falsos mestres etc.). Qual deve ser então a nossa reação? Parar de pregar?
Fugir? Compactuar com o erro? De maneira nenhuma e é por isso que ressoam como
trombeta ao nossos ouvidos as palavras de Pedro:
"Antes santificai em
vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder
com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em
vós; tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós,
fiquem confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo" 1
Pedro 3:15,16.
AS HERESIAS SÃO
ATUAIS
Milhares dessas heresias grotescas contra a Palavra de Deus continuam
ressurgindo de tempos em tempos no seio da Igreja e precisamos estar atentos
para não nos deixar contaminar por elas e muito menos ensiná-las ainda que
descuidadamente, pois o Senhor da obra não admite deturpação e acréscimo à sua
Palavra:
“Porque
eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que,
se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que
estão escritas neste livro;
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus
tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão
escritas neste livro” (Ap. 22:18,19).
Ensinos
como os das Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia, Mórmons, Unicismo,
Cessacionismo do Dos espirituais etc. Não condizem com a verdade revelada por
Deus nas Escrituras e devem ser examinados com cuidado.
Alguns
desses ensinos dos grupos citados ferem frontalmente as verdades bíblicas,
afrontam a Deus e ridicularizam a obra salvívica de Jesus no calvário.
Teologias
que deificam o homem e rebaixam a Deus, ensino exacerbado e distorcido da
prosperidade, pregações que não incluem no cardápio a necessidade de uma vida
santa, a volta de Jesus, a salvação pela graça mediante a fé etc. devem ser
vistas com muito cuidado. Porque não dizer que até mesmo em muitos “supostos
louvores” hoje em dia, as heresias estão sendo disseminadas. FIQUE ATENTO!
CONCLUSÃO – Portanto se você é cristão
esteja preparado para defender a sua fé e a pureza doutrinária das Escrituras. Não
se deixe enganar pelos falsos profetas que nos rodeiam, como também dos falsos
mestres que estão em nosso meio, disseminando heresias travestidas de interpretação
sadia.
Por
isso estude a Palavra de Deus incansavelmente, leia o máximo de livros que
puder, ore em busca da iluminação do Espírito Santo sobre aqueles textos que
você não entende para que você não seja enganado por todo vento de doutrina que
sopra em nossos arraiais.
Em Cristo,
João Augusto de Oliveira
BIBLIOGRAFIAS
CONSULTADAS:
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