segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

0 Reflexão Bíblica - APOLOGÉTICA uma necessidade ou um problema para a Igreja?




Texto - "antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós; tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo" 1 Pedro 3:15,16.

O que é apologética cristã? A palavra "apologia" vem de uma palavra grega que significa "dar uma defesa". Apologética Cristã, então, é a ciência de dar uma defesa da fé Cristã. Há muitos céticos que duvidam da existência de Deus e/ou atacam a crença no Deus da Bíblia. Há muitos críticos que atacam a inspiração e inerência da Bíblia. Há muitos falsos professores que promovem doutrinas falsas e negam as verdades básicas da fé Cristã. A missão da apologética Cristã é combater esses movimentos e promover o Deus Cristão e a verdade Cristã.

Introdução – Durante esses quase dois mil anos de cristianismo uma coisa que nunca faltou foram “opositores à obra de Deus”. Muitos desses vindos de fora da Igreja, mas a grande maioria nascidos no seio da própria igreja. Desde falsos mestres que intencionalmente maculam a santidade doutrinária da igreja até crentes sinceros e salvos, porém mal informados, estes falsos ensinos foram e continuam a ser disseminados; contaminando a Igreja e promovendo celeumas enormes.

     Por causa disso é que Pedro nos exorta a defender a verdade doutrinária a todo o custo (I Pedro 3.15-16) e Paulo ainda exorta a Timóteo quanto ao cuidado doutrinário na Igreja: “Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”. I Timóteo 4.16.

MOVIMENTOS HERÉTICOS NOS PRIMEIROS SÉCULOS DA IGREJA

Os Judaizantes (Séc. I)
A heresia Judaizante pode ser resumida pelas seguintes palavras dos Atos dos Apóstolos 15,1: “Alguns homens, descendo da Judéia, puseram-se a ensinar aos irmãos o seguinte: ‘Se não vos circuncidais segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos'”.
Muitos dos primeiros Cristãos eram judeus, e esses trouxeram para a Fé cristã muitas de suas práticas e observâncias judaicas. Eles reconheciam em Jesus Cristo o Messias anunciado pelos profetas e o cumprimento do Antigo Testamento, mas uma vez que a circuncisão era obrigatória no Antigo Testamento para a participação na Aliança com Deus, muitos pensavam que ela era também necessária para a participação na Nova Aliança que Cristo veio inaugurar. Portanto eles acreditavam que era necessário ser circuncidado e guardar os preceitos mosaicos para se tornar um verdadeiro cristão. Em outras palavras, uma pessoa deveria se tornar judeu para poder se tornar cristão.

Gnosticismo (Sécs. I e II)
“A matéria é má! ” – Esse é o lema dos Gnósticos. Essa foi uma ideia que eles “tomaram emprestado” de alguns filósofos gregos e isso vai contra o ensinamento Católico, não apenas porque contradiz Gênesis 1,31: “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”, bem como outras partes da Sagrada Escritura, mas porque nega a própria Encarnação. Se a matéria é má, então Jesus não poderia ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois em Cristo não existe nada que seja mau. Assim muitos gnósticos negavam a Encarnação alegando que Cristo apenas “parecia” como homem, mas essa sua humanidade era apenas ilusória.

Alguns Gnósticos, reconhecendo que o Antigo Testamento ensina que Deus criou a matéria, alegavam que o Deus dos Judeus era uma divindade maligna bem diferente do Deus de Jesus Cristo, do Novo Testamento. Eles também propunham a crença em muitos seres divinos, conhecidos como “aeons” que servem de mediadores entre o homem e um inatingível Deus. O mais baixo de todos esses “aeons” que estava em contato direto com os homens teria sido Jesus Cristo.

Montanismo (final do Séc. II)
Montanus iniciou inocentemente sua carreira pregando um retorno à penitência e ao fervor. Todavia ele alegava que seus ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja porque ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Logo, logo ele começou a ensinar sobre uma eminente volta de Cristo em sua cidade natal na Frígia. Seu movimento enfatizava sobretudo a continuidade dos dons extraordinários como falar em línguas e profecias.

Sabelianismo (Princípio do Séc. III)
Os Sabelianistas ensinavam que Jesus Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas, mas simplesmente dois aspectos ou operações de uma única pessoa. De acordo com eles, as três pessoas da Trindade existem apenas em referência ao relacionamento de Deus com o homem, mas não como uma realidade objetiva.

Arianismo (Séc. IV)
Uma das maiores heresias que a Igreja teve que confrontar foi o Arianismo. Arius ensinava que Cristo não era Deus e sim uma criatura feita por Deus. Ao disfarçar sua heresia usando uma terminologia ortodoxa ou semi-ortodoxa, ele foi capaz de semear grande confusão na Igreja, conquistando o apoio de muitos Bispos e a rejeição de alguns. O Arianismo foi solenemente condenado no ano 325 pelo Primeiro Concílio de Nicéia, o qual definiu a divindade de Cristo e no ano 381 pelo Primeiro Concílio de Constantinopla, o qual definiu a divindade do Espírito Santo. Esses dois Concílios deram origem ao Credo Niceno que os Católicos recitam nas Missas Dominicais.

Pelagianismo (Séc. V)
Pelagius, um monge gaulês deu início a essa heresia que carrega seu nome. Ele negava que nós herdamos o pecado de Adão e alegava que nos tornamos pessoalmente pecadores apenas porque nascemos em solidariedade com uma comunidade pecadora a qual nos dá maus exemplos. Da mesma forma, ele negava que herdamos a santidade ou justiça como resultado da morte de Cristo na cruz e dizia que nos tornamos pessoalmente justos através da instrução e imitação da comunidade cristã, seguindo o exemplo de Cristo.
Pelagius declarava que o homem nasce moralmente neutro e pode chegar ao céu por seus próprios esforços. De acordo com ele, a graça de Deus não é verdadeiramente necessária, mas apenas facilita uma difícil tarefa.

Nestorianismo (Séc. V)
Essa heresia sobre a pessoa de Cristo foi iniciada por Nestorius, bispo de Constantinopla que negava a Maria o título de Theotokos (literalmente “Mãe de Deus”). Nestorius alegava que Maria deu origem apenas à pessoa humana de Cristo em seu útero e chegou a propor como alternativa o título Christotokos (“Mãe de Cristo”).

Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que a teoria de Nestorius dividia Cristo em duas pessoas distintas (uma humana e outra divina, unidos por uma espécie de “elo perdido”), sendo que apenas uma estava no útero de Maria. A Igreja reagiu no ano 431 com o Concílio de Éfeso, definindo que Maria realmente é Mãe de Deus, não no sentido de que ela seja anterior a Deus ou seja a fonte de Deus, mas no sentido de que a Pessoa que ela carregou em seu útero era de fato o Deus Encarnado.

Monofisismo (Séc. V)
O Monofisismo originou-se como uma reação ao Nestorianismo. Os monofisistas (liderados por um homem chamado Eutyches) ficaram horrorizados pela implicação Nestoriana de que Cristo era duas pessoas com duas diferentes naturezas (divina e humana). Então eles partiram para o outro extremo alegando que Cristo era uma pessoa com uma só natureza (uma fusão de elementos divinos e humanos). Portanto eles passaram a ser reconhecidos como Monofisistas devido à sua alegação de que Cristo possuía apenas uma natureza (Grego: mono= um; physis= natureza).

Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que o Monofisismo era tão pernicioso quanto o Nestorianismo porque esse negava tanto a completa humanidade como a completa divindade de Cristo. Se Cristo não possuía a natureza humana em sua plenitude então Ele não poderia ser verdadeiramente homem e se Ele não possuía a natureza divina em plenitude, então Ele também não era verdadeiramente Deus.

Iconoclastas (Sécs. VII e VIII)
Essa heresia surgiu quando um grupo de pessoas conhecidos como iconoclastas (literalmente, destruidores de ícones) apareceu. Esses alegavam que era pecaminoso fazer estátuas ou pinturas de Cristo e dos Santos apesar de exemplos bíblicos que provam que Deus mandou que se fizesse estátuas religiosas (por exemplo, em Ex 25,18-20 e 1Cr 28,18-19), inclusive representações simbólicas de Cristo (Num 21,8-9 e Jo 3,14).

A NECESSIDADE DA DEFESA DOUTRINÁRIA

Deus não precisa que ninguém o defenda. Essa foi a afirmação de um irmão para mim outro dia.

Não posso deixar de reconhecer que ele tem toda razão quanto a isso, pois se admitíssemos a hipótese de que Deus precisa de defesa humana, por certo não estaríamos falando do Deus Todo Poderoso declarado na Bíblia.

Porém o que não podemos deixar de reconhecer é que esse mesmo Deus constituiu homens na igreja para pregar e ensinar a sua palavra e uma vez o fazendo devem estar preparados para também defendê-la contra todas as deturpações e falsas interpretações.

É impossível pensar em pregar e ensinar a Bíblia se não estamos preparados e prontos para defender as verdades que ela contém. Na nossa tarefa de levar a palavra, deparamo-nos com milhares de opositores (ateus, agnósticos, falsos mestres etc.). Qual deve ser então a nossa reação? Parar de pregar? Fugir? Compactuar com o erro? De maneira nenhuma e é por isso que ressoam como trombeta ao nossos ouvidos as palavras de Pedro: 

"Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós; tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo" 1 Pedro 3:15,16.

AS HERESIAS SÃO ATUAIS

Milhares dessas heresias grotescas contra a Palavra de Deus continuam ressurgindo de tempos em tempos no seio da Igreja e precisamos estar atentos para não nos deixar contaminar por elas e muito menos ensiná-las ainda que descuidadamente, pois o Senhor da obra não admite deturpação e acréscimo à sua Palavra:

 “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;

E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” (Ap. 22:18,19).

Ensinos como os das Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia, Mórmons, Unicismo, Cessacionismo do Dos espirituais etc. Não condizem com a verdade revelada por Deus nas Escrituras e devem ser examinados com cuidado.

Alguns desses ensinos dos grupos citados ferem frontalmente as verdades bíblicas, afrontam a Deus e ridicularizam a obra salvívica de Jesus no calvário.

Teologias que deificam o homem e rebaixam a Deus, ensino exacerbado e distorcido da prosperidade, pregações que não incluem no cardápio a necessidade de uma vida santa, a volta de Jesus, a salvação pela graça mediante a fé etc. devem ser vistas com muito cuidado. Porque não dizer que até mesmo em muitos “supostos louvores” hoje em dia, as heresias estão sendo disseminadas. FIQUE ATENTO!

CONCLUSÃO – Portanto se você é cristão esteja preparado para defender a sua fé e a pureza doutrinária das Escrituras. Não se deixe enganar pelos falsos profetas que nos rodeiam, como também dos falsos mestres que estão em nosso meio, disseminando heresias travestidas de interpretação sadia.
Por isso estude a Palavra de Deus incansavelmente, leia o máximo de livros que puder, ore em busca da iluminação do Espírito Santo sobre aqueles textos que você não entende para que você não seja enganado por todo vento de doutrina que sopra em nossos arraiais.

    Em Cristo,

                    João Augusto de Oliveira

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS:











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