Texto Base: "Apanhai-nos as raposas, as
raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas
vinhas estão em
flor." (Cantares 2:15)
INTRODUÇÃO - Raposa - animal mamífero,
carnívoro da família dos Canídeos, com 4 gêneros e muitas espécies. São animais
oportunistas e se alimentam principalmente de aves, roedores, peixes, insetos, ovos,
etc. Sua caça era um esporte tradicional na Inglaterra, tendo sido proibida em
2005.
Os animais que ocorrem na América do Sul e são
chamados de ¨raposas¨, na
realidade são ¨falsas raposas¨, pois
pertencem ao gênero Canis, diferentemente das verdadeiras raposas e é
também o símbolo da esperteza (Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/raposa/
)
Todos sabemos que as raposas
(literais) não se alimentam de uvas para que elas estejam ameaçando as vinhas.
O autor sacro diz-nos que elas fazem mal, ou seja, danificam as vinhas.
Encontramos neste belíssimo
texto poético quatro elementos interessantes, que vale a pena refletir a
respeito:
1º (as vinhas), 2º (as raposas), 3º (as raposinhas) e (alguém responsável
pelas vinhas = apanhai-nos).
1.
VINHAS – é
do conhecimento de todos que vinha aqui traz o simbolismo de rebanho,
congregação, Igreja (Ekklesia/GREGO).
Quando o escritor sacro falou
que as vinhas estavam em flor queria dar-nos a ideia da beleza e da vivacidade
que a Igreja do Senhor alcança de tempos em tempos. Certo é que passamos
períodos de escassez espiritual e material, mas não podemos deixar de
reconhecer que, vez por outra, a benção de Deus nos alcança de maneira
poderosa. É justamente nestes momentos que devemos ficar atentos e ser
extremamente cuidadosos para que forças externas (raposas e raposinhas) não
causem sérios danos a obra de Deus.
Jesus estabeleceu a sua Igreja
como coluna e firmeza da verdade (I Tm 3.15) a fim de proclamar esta mesma
verdade ao mundo e ser luz e sal, evitando assim a putrefação que o pecado
produz sobre a vida humana entregue a ele. Estabeleceu-a para que “...as portas
do inferno não prevaleçam contra ela” (Mateus 16.18). Mas isso não quer dizer,
contudo que o inferno não tentará derrubar a Igreja e danificá-la, mas sim que
ele não conseguirá o seu intento, pois o Espírito de Deus o repreenderá.
2.
RAPOSAS – Símbolo
daquilo que destrói a vinha de Deus = PECADO.
Uma das coisas mais terríveis que
observo nos dias hodiernos são pessoas brincando com o pecado, como se ele não
fosse assim tão nocivo e danoso quanto parece. Pior que muitos que brincam são
pastores, obreiros, responsáveis por cuidar da vinha do Senhor. Mas que ao
invés de vigiá-la a fim de evitar a entrada das “raposas”, simplesmente ignoram
o perigo e porque não dizer que até as vezes conduzem essas raposas até a
entrada da vinha e permitem que entrem e causem estragos.
Essas raposas são as concessões
ao pecado na casa de Deus, o adultério desenfreado, os divórcios totalmente
contra a Palavra de Deus, a corrupção, a fornicação que se espalhou como uma
praga no meio da nossa juventude, etc. Tudo o que causa dano a obra de Deus é
raposa destruidora.
3.
RAPOSINHAS –
pequenos pecados que parecem passar totalmente despercebidos – nós costumamos
condenar veementemente as “grandes raposas”, mas esquecemos de olhar que as
vezes as pequenas causam tanto dano, senão pior do que as grandes.
O Senhor Jesus já nos seus dias
de ministério terreno dizia em tom severo aos fariseus: Ai de vós, doutores da Lei e fariseus,
hipócritas! Porque fechais o reino dos céus diante dos homens. Porquanto vós
mesmos não entrais, nem tampouco deixais entrar os que estão a caminho! (Mateus. 23.13 / KJV)
Fechamos aos homens as portas do Reino dos Céus quando não
tratamos o pecado com o rigor que ele merece e simplesmente assistimos o
rebanho de Deus (A VINHA) fazer o que quer e não admoestamos ou exortamos a que
se arrependam.
Essas raposinhas estão em todo lugar passando-se por coisas
lícitas e inocentes aos olhos dos incautos. Sabe aquele negócio de “nada a ver”
e “um pouquinho não faz mal” ou então “Deus só quer o coração”? Alguns são mais
descarados e usam como desculpa o jargão: “mas todo mundo faz a mesma coisa”. Só
porque todo mundo faz a mesma coisa isso não quer dizer que ela esteja correta.
Com essas desculpas esfarrapadas alguns pensam que podem
enganar a Deus e viver em mentiras, roupas sensuais, xingamentos, palavrões,
expondo seus corpos em vitrine (esquecendo que é TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO),
espalhando mexericos etc. Isso tudo são raposinhas que muitas vezes ninguém
percebe que ela está ali, causando danos a vinha de Deus e estragando seus
frutos.
4.
AQUELE QUE CUIDA DA VINHA – O apóstolo Paulo corroborando o profeta Jeremias disse que
Deus mesmo foi quem deu à Igreja pastores segundo o seu coração, que as
apascentem com sabedoria, a fim de um dia apresenta-la como virgem “imaculada”
a um marido, a saber, a Cristo (Jeremias 3.15; Efésios 4.11; I Pedro 5.2-12; II
Coríntios 11.2).
Tenho um extremo respeito aos
pastores que Deus escolheu para guiar o seu rebanho e falo isso com temor e
tremor, mas tenho que falar.
Muitos de nossos pastores precisam
abrir os olhos enquanto é tempo, pois estão adquirindo a “síndrome de Arão” e
permitindo que o rebanho faça o que quer da casa de Deus, não os repreendem por
medo da pressão e da perda do cargo (ou benefícios). E por causa disto as
raposas e as raposinhas estão destruindo as vinhas do Senhor.
Acredite meu caríssimo Pastor,
se você permitir que o pecado e o mundanismo destrua a pureza da Igreja que
está aos seus cuidados, Deus vai cobrar um preço muito alto de você. É melhor
se indispor com o povo e com colegas de ministério do que com Deus. Ouça o que
diz Samuel: Se um homem
pecar contra outro, Deus o julgará; mas se um homem pecar contra o Senhor, quem
intercederá por ele? (I Samuel 2.25a).
CONCLUSÃO – Deus entregou nas mãos de cada Pastor uma
noiva pura, adornada e bem cuidada e espera no dia da sua volta recebê-la de
igual maneira; acrescida daqueles que ele conseguiu agregar ao rebanho. O que
ele dirá se Naquele dia encontrar das suas mãos apenas metade do rebanho que
ele te confiou e essa metade suja, desgastada pela impureza, cheia de feridas e
com as roupas manchadas?
Pense nisso,
João Augusto de
Oliveira