quarta-feira, 16 de março de 2022

0 Por que Deus permite tanto sofrimento?



Antes que o homem caísse em pecado não havia morte nem sofrimento, não havia a dor nem a ansiedade que enfrentamos em nossos dias. Deus tinha criado tudo de modo perfeito para o homem viver em condições ideais. Por sua própria vontade, o homem escolheu caminhos que o afastaram de Deus. E inexplicável porque Deus nos deu uma tão grande liberdade de escolha. No entanto, constatamos que quem se afasta de Deus acaba na miséria. Essa é a nossa experiência até os dias de hoje. Algumas pessoas tendem a atribuir a culpa a Deus. Mas deveríamos lembrar que o causador da miséria humana não é Deus, e sim o próprio homem. Se desligarmos a luz do carro ao dirigirmos na autoestrada à noite e sofrermos um acidente, não poderemos culpar o construtor do carro. Ele equipou-o com tudo o que é necessário para a iluminação; se desligarmos a luz o problema será todo nosso. “Deus é luz” (1 Jo 1.5). Se nos afastarmos de Deus, e como resultado acabarmos na escuridão, não poderemos culpar o Criador, que nos criou justamente para vivermos na Sua presença. Deus é e continua sendo o Deus de amor porque fez o inconcebível: deu o próprio Filho para nos resgatar da situação criada por nós mesmos. Jesus fala de Si próprio em João 15.13: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.” Existe amor mais grandioso que esse? Nunca se consumou obra maior em favor do homem do que a realizada no Calvário. A cruz é o ápice do amor divino!

Todos nós – crentes ou não – vivemos num mundo caído, um mundo do qual o sofrimento, em todas as suas formas, também faz parte. Não podemos explicar o sofrimento individual. Por que uns estão bem enquanto outros passam por sofrimentos e doenças graves? Às vezes, o crente sofre ainda mais que o descrente, como constata o salmista: “Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos. Para eles não há preocupações, o seu corpo é sadio e nédio. Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens” (Sl 73.3-5).

No entanto, o salmista acaba avaliando corretamente a sua aflição individual, que ele não considera como castigo pelos seus próprios pecados. Ele não briga com Deus, muito pelo contrário, agarra-se ainda mais a Ele: “Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória… Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sl 73.23-24,26).

Deus não tem a culpa final de tudo?

Quando Deus responsabilizou Adão pela queda, este apontou para Eva: “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3.12). Quando Deus se dirigiu à mulher, Eva também passou a culpa adiante: “A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3.13). Manifestamos um comportamento estranho em relação à nossa culpa: sempre apontamos em outra direção, sempre culpamos os outros até acabarmos declarando que Deus é o culpado da nossa culpa. Mas o inconcebível acontece: através de Jesus, Deus tomou sobre Si toda a nossa culpa: “Aquele (Jesus) que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). O juízo de Deus sobre o pecado do mundo foi colocado sobre o Seu Filho. “O qual se entregou a si mesmo por nossos pecados…” (Gl 1.4), para que nós ficássemos livres. Não existe mensagem melhor que o Evangelho!

Fonte: Livro – Perguntas que sempre são feitas / Werner Gitt; tradução Christina Elisabeth Marx – 2 ed. – Porto Alegre: Actual Edições, c2005.


 

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