segunda-feira, 30 de julho de 2018

1 Jesus é Deus ou apenas um deus?





JOÃO 1.1 – Jesus é Deus ou apenas um deus?
1- A TNM das Testemunhas de Jeová (TJs) traz este verso do seguinte modo: “A Palavra [Cristo] era um deus” (a inserção do artigo ‘um’ foi feita pelos autores). A revista Torre de Vigia afirma que “pela ausência do artigo definido ‘o’ isso significa que Cristo é apenas um deus, e não o Deus”. Eles acreditam, de fato, que Jesus é apenas um ser criado, ou mesmo Miguel, o Arcanjo. O texto grego de João 1.1 “não está dizendo que a Palavra (Jesus) era como o Deus com quem Ele estava, mas, antes, que a Palavra era semelhante a um deus, divina”, dizem.
2- Para os muçulmanos Jesus é apenas um ‘enviado de Deus’: “Ó adeptos do Livro, não vos fanatizeis em vossa religião, e não dizeis sobre Deus senão a verdade. O Messias, Filho de Maria, não é mais do que um enviado de Deus e sua Palavra (Verbo, Logos) que lançou à Maria” (Sura 4.171).
3- Os espíritas dizem: “Sem nada prejulgar sobre a natureza do Cristo, cujo exame não entra no quadro desta obra, e não o considerando, por hipótese, senão como um Espírito superior, não podemos deixar de reconhece-lo com um dos Espíritos de ordem mais elevada e, por suas virtudes, colocado muitíssimo acima da humanidade terrestre… mesmo sem supor que Ele fosse o próprio Deus, mas um enviado de Deus para transmitir sua palavra aos homens, seria mais do que um profeta, porquanto seria um Messias divino” (A Gênese, Allan Kardec, cap. XV Os Milagres do Evangelho, p. 264 – www.febnet.otg.br/wp-content/uploads/2012/07/A-genese_Noleto.pdf).
Na nota explicativa de um suposto tradutor espírita do NT, que se apresenta como erudito conhecedor da gramática grega, encontramos: “A função de predicativo do sujeito, nessa oração, é exercida por um substantivo ‘Theós’, o que não altera de forma alguma sua função sintática. Nesse caso, o predicativo não pretende individualizar ‘lógos’ afirmando ser ele um Deus, mas qualificar, especificar sua natureza, indicando-lhe a natureza divina. Do contrário haveria um rompimento irreconciliável com o monoteísmo judaico, ideia difícil de ser aceita, mesmo no ambiente do judaísmo helenizado de Éfeso. A questão, posta nestes termos, nos permite concluir que a identificação de Jesus com Deus somente foi possível no ambiente greco-romano, no qual histórias de deuses e filhos de deuses que se corporificam na Terra eram muito comuns” (O Novo Testamento, Haroldo Dutra Dias, FEB, 2013, p. 393).
RESPOSTA APOLOGÉTICA: Não é correto traduzir esse verso como “a Palavra era um deus”, e também não é correto negar a divindade de Cristo. A completa divindade de Cristo é apoiada por outras referências em João (8.58; 10.30; 20.28), bem como ao longo de todo o Novo Testamento (Cl. 1.15-16; 2.9; Tt. 2.13; Hb. 1.8). Além do mais, não é necessário traduzir substantivos no grego, que não estejam acompanhados de artigos definidos, como se estivessem acompanhados por um artigo indefinido (pois não existem artigos indefinidos no grego). Em outras palavras theos (“Deus”), sem estar acompanhado pelo artigo definido “o” (hó), não deve ser traduzido como “um deus”, como as TJs fizeram quando se referiram a Cristo. É importante destacar que o termo “theos” sem o artigo definido “hó” é utilizado no Novo Testamento referindo-se ao Deus Jeová. A falta do artigo definido em Lucas 20.38, referindo-se a Jeová, não significa que Ele seja um Deus menor; assim como a falta do artigo definido em João 1.1, referindo-se a Jesus, também não significa que Ele seja um Deus menor. O fato é que a presença ou a ausência do artigo definido não alteram o significado fundamental do termo “theo”. Se João tivesse a intenção de dar à frase um sentido adjetivo (“que a Palavra era semelhante a um deus, ou divino), ele teria à disposição um adjetivo (theios) que poderia perfeitamente ter sido utilizado.
De modo contrário às alegações da STV e dos espíritas, os textos do Novo Testamento utilizam o artigo definido referindo-se a Cristo como “o Deus” (oh theos).Um exemplo disso é João 20.28,onde Tomé diz: “Senhor meu, e Deus meu!” No texto grego lê-se literalmente “O Meu Senhor e o meu Deus [hó theos]” (Mt. 1.23 e Hb. 1.8). Então não importa se João utilizou ou não o artigo definido, no capítulo 1 e verso 1 — a Bíblia claramente ensina que Jesus é Deus, e não apenas um deus.
As TJs e os espíritas têm em comum o ‘teólogo’ Johannes Greber, que supostamente teria traduzido a Bíblia guiado pelos ‘bons espíritos’. Foi ele o primeiro a acrescentar a palavra ‘um’ neste versículo, com a clara intenção de negar a divindade de Jesus (Bíblia Apologética, ICP, 2000, p. 1039). Que Jesus é Jeová (Yahweh) está claro, a partir do fato de que o Novo Testamento aplica a Jesus, de modo consistente, passagens e atributos que no Antigo Testamento eram aplicáveis apenas a Jeová (compare Êx. 3.14 com Jo. 8.58; Is. 6.1-5 com Jo. 12.41; Is. 44.24 com Cl. 1.16; Ez. 43.2 com Ap. 1.15; Zc. 12.10 com Ap. 1.7).
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Texto Base: Resposta às Seitas, Norman L. Geisler e Ron Rhodes, CPAD, 1997. Texto adaptado e compilado pelo Pr. Edison Miranda da Silva e Maria Candida Alves.


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