quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

0 A Assembleia de Deus, a Lei e o Sábado





A ASSEMBLEIA DE DEUS, A LEI E O SÁBADO
Mais um exemplo de desonestidade intelectual

Citações do livro “O despertar de um mandamento” (p. 15)
4) Precisamos de outra lei, além do Decálogo, para nos indicar o que é o pecado?
Quem responde muito bem a esta pergunta, também, é o Pr. Orlando S. Boyer, quando diz:
“Não há pecado que não é condenado por um dos Dez Mandamentos.”
Refutação da Quarta Parte
É claro que o texto visto dessa perspectiva (truncado) fica parecendo que o ilustre teólogo faz com que cada mandamento englobe todos os pecados existentes.  Se fosse este o caso, nunca poderia trilhar na mesma linha de raciocínio junto ao eminente teólogo, por razões óbvias: há pecados que claramente não estão contemplados no decálogo!
Todavia, temos boas razões para rechaçar tal perspectiva, já que o contexto nos ajuda a lançar luz no que ele disse linhas acima. Observe:  “A súmula do Decálogo é o dever para com Deus e o dever para com o próximo; melhor, é o amor para com Deus e o amor para com o próximo.” (Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Ed. Vida, 1978, p. 198)
O que Boyer afirma é que os pecados são contemplados pela quebra do princípio do amor e não dos mandamentos em si.[1] Essa é a interpretação mais sensata a se esperar, pois nem o decálogo, nem lei alguma poderia englobar todos os tipos de pecados.
Considere algumas das razões expostas sobre essa questão:
Os anjos pecaram? Sim. Mas o pecado dos anjos não é condenado pelo decálogo em parte alguma.
Adão e Eva pecaram? Sim. Mas em que lugar do decálogo estava previsto o pecado deles?
Não crer em Jesus pode ser considerado um dos maiores pecados (Jo 16.8,9), mas, no entanto, não encontramos isto em nenhum dos dez mandamentos.
Paulo ensina que “tudo que não provem de fé é pecado” (Rm 14.23). Este fato tão importante não está no decálogo. Paulo alarga de tal modo a questão que fica impossível qualificar e enquadrar as transgressões em apenas “dez palavras”.
“Toda a injustiça é pecado” (I Jo 5.17). Mesmo as injustiças que não estão previstas nos dez mandamentos. Há pecados que o decálogo não condena tais como a gula, a soberba, a fornicação, etc. Foi por isso que em outras partes do livro da Lei, Deus precisou incorporar outros mandamentos, como por exemplo, “amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lv 18.19). É relativamente fácil cumprir toda a parte do decálogo que diz respeito ao meu próximo ( do 5º ao 10º mandamento) sem a necessidade de amá-lo, por exemplo, não matar, honrar pai e mãe, etc. Todavia, o cumprimento frio da letra sem a intenção do amor, perde todo o sentido. Mas é justamente isso que o decálogo faz, ele possibilita esse cumprimento legalístico, daí a necessidade de complementação deste mandamento, fora dos dez mandamentos, resgatando seu verdadeiro espírito. O decálogo não é completo !
“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tiago 4.17). O decálogo é composto de ordens específicas. Um judeu estaria justificado, baseando-se apenas no decálogo ao deixar um gentio passar fome e sede, sem transgredir com isso nenhum dos dez mandamentos. Talvez fosse essa a lição que Jesus quisesse transmitir ao ensinar a parábola do Bom Samaritano. O sacerdote e o levita estavam justificados pela lei a não tocar em pessoa “morta” (Lv 21.1-22.4. Conf. Lc 10.30), mas perante a lei de Cristo isso era insuficiente.
“Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” (Mt 6.28). O decálogo era impotente para tratar sobre a intenção do coração. Neste pormenor, portanto, incompleto. Jesus teve de trazer isso à consciência dos judeus.

Os adventistas ignoram uma regra básica em hamartiologia, qual seja, as pessoas não são pecadoras porque quebram as leis, mas quebram as leis pelo fato de serem pecadoras. Pecado não é simplesmente desobedecer as regras contidas nos dez mandamentos, mas é não amar a Deus e ao próximo.
Quem sabe por isso que Deus, ao interpelar Caim sobre o assassinato de seu irmão, não aponta para o sexto mandamento, mas aponta a força do pecado dentro dele. (Gn 4.6-11)
Paulo afirma que “antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta.” (Rm 5.13).
E é por isso que quem ama, cumpre a lei!(Mt 22.40; Rm 13.9; Gl 5.14). Algo que um legalista nunca vai entender, mas que Boyer, notadamente, soube apontar!
[1] Há quem divida os quatro primeiros mandamentos em amor a Deus e os seis últimos em amor ao próximo. Outros dividem ao meio, cinco em amor para com Deus e cinco em amor para com o próximo.

http://www.cacp.org.br/a-assembleia-de-deus-a-lei-e-o-sabado-parte-7/ 

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