Fonte: https://portasabertas.org.br/cristaos-perseguidos/igreja-perseguida
Desde o triste dia em que Caim se levantou contra seu irmão e o matou, a perseguição tem se espalhado sobre a Terra. Do ponto de vista espiritual, os ataques são ainda anteriores aos eventos do Jardim do Éden, remontando ao tempo em que o orgulho de Satanás o fez desejar ser igual a Deus.
Nos dias de hoje, a batalha histórica entre o bem e o mal continua de maneira incessante e a injustiça se acumula, muitas vezes chocando qualquer observador da perseguição ao cristianismo.¹
Há quanto tempo os cristãos são perseguidos no mundo?
A perseguição, como temos visto, nunca se afastou da igreja. Certamente, para os que viveram durante as primeiras ondas de perseguição que varreram a história eclesiástica, ser perseguido parecia fazer parte normal da vida cristã.
De fato, a perseguição tem acompanhado a história da igreja, mas ela vem e vai como o movimento das ondas do mar. Os períodos de “tolerância” foram conseguidos a duras penas, seguidos inevitavelmente por novos ataques, tanto por forças de fora da igreja ou, tragicamente, de dentro dela própria. Nós, no Ocidente, no início do terceiro milênio, temos desfrutado de um longo período de liberdade religiosa. A história, no entanto, nos ensina que não há garantia de que essa liberdade continue.
1 Resistência cristã, de Johan Companjen, São Paulo, Missão Portas Abertas, 2002.
² A Carta de Diogneto foi escrita por volta do ano 120 d.C. Trata-se do testemunho escrito por um cristão anônimo respondendo à indagação de Diogneto, pagão culto, desejoso de saber mais sobre a nova religião que se espalhava com tanta rapidez pelas províncias do Império Romano. Esse texto é considerado a “joia da literatura cristã primitiva”. Fonte:www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 12 dez. 2016 [N.E.].
³ Tertuliano de Cartago nasceu por volta do ano 150 d.C. e é considerado um dos pais da igreja. Fonte:http://www.icp.com.br/51materia2.asp. Acesso em: 12 dez. 2016 [N.E.].
4Os valdenses são uma denominação cristã que teve sua origem por volta de 1170 [N.E.].
5Esses cristãos foram chamados de “puritanos” porque defendiam que a Igreja Anglicana, na Inglaterra, excluísse totalmente práticas do catolicismo de seus cultos, ou seja, que fosse purificada [N.E.].
6“Huguenotes” era o nome dado aos protestantes franceses durante as guerras religiosas na França (segunda metade do século 16) [N.E.].
A perseguição aos cristãos é definida como qualquer hostilidade às pessoas que se identificam como cristãs, de todas as denominações e também que não pertencem a uma denominação específica. A perseguição pode incluir atitudes hostis, palavras e ações contra cristãos. Essa é a definição dada na Lista Mundial da Perseguição, relatório anual que dá base para o trabalho da Portas Abertas.
A cada ano, a perseguição aos cristãos se intensifica no mundo todo. O número de cristãos com medo de ir à igreja, que não têm uma igreja para ir e precisam escolher entre permanecer fiel a Deus ou manter os filhos seguros só aumenta. Houve crescimento também no número de vítimas da violência extrema, que perderam familiares, casa, bens e a liberdade apenas por compartilhar a fé em Jesus Cristo.
Na compreensão clássica, a perseguição religiosa é realizada ou permitida pelo Estado. A realidade, porém, mostra que não é isso o que geralmente acontece. Nos dias de hoje, o papel de outros agentes está cada vez mais evidente — um exemplo disso são os grupos extremistas, tais como Estado Islâmico, Boko Haram, Al-Qaeda e Al-Shabaab.
Além desses, também podem ser mencionados: oficiais do governo, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, líderes religiosos cristãos, grupos religiosos violentos, cidadãos e quadrilhas, parentes, partidos políticos, grupos paramilitares, redes criminosas, organizações multilaterais e grupos de pressão ideológica.
Portanto, a perseguição ocorre de formas diferentes de acordo com o lugar onde os cristãos vivem. Conheça agora os sete casos mais conhecidos de cristãos perseguidos.
Quando os cristãos ao redor do mundo têm os direitos negados, por escolherem seguir a Jesus, eles se tornam vulneráveis a hostilidades em diferentes esferas da vida: na vida privada, na família, comunidade, na nação e na igreja. Isso faz com que eles sejam considerados cristãos perseguidos e pertençam à Igreja Perseguida.
De acordo com os dados da Lista Mundial da Perseguição 2024, mais de 365 milhões de cristãos no mundo enfrentam algum tipo de oposição como resultado da identificação com Cristo.
Essa perseguição religiosa ocorre quando alguém que se identifica como cristão, de todas as denominações e também quem não pertence a uma denominação específica, não tem os direitos de liberdade religiosa garantidos; quando a conversão ao cristianismo é proibida por conta de ameaças vindas do governo ou de grupos extremistas; são forçados a deixar as casas ou empregos por medo da violência; são agredidos fisicamente ou até mesmo mortos por causa da fé; são presos, interrogados e, por diversas vezes, torturados por se recusarem a negar a Jesus.
O número de cristãos perseguidos inclui aqueles que são confrontados com outras formas de hostilidade do que apenas a violência isolada. Também, em alguns países, a perseguição afeta todos os cristãos, qualquer que seja sua denominação. Em outras nações, ela afeta apenas uma parte da comunidade cristã, a qual se difere em algum aspecto das outras denominações. Sendo um cristão, por exemplo, menos ativo no evangelismo e/ou em outras atividades públicas que outros, chama para si menos atenção e é menos confrontado.
A perseguição também pode depender da região do país onde vivem os cristãos. Áreas dominadas pelos muçulmanos em países de maioria cristã podem exercer uma forte pressão sob os cristãos, até mesmo cometer atos de violência contra eles, mesmo que o país seja de maioria cristã.
É para socorrer e fortalecer o corpo de Cristo que a Portas Abertas atua há mais de 65 anos em mais de 60 países onde existe algum tipo de proibição, condenação, execução ou ameaça à vida de pessoas ou à liberdade de crer e expressar a fé em Jesus Cristo. A Portas Abertas está a serviço de todos que declaram crer em Jesus e são perseguidos por isso, sem fazer acepção por denominação.
O apoio vem por meio de Bíblias, materiais cristãos, treinamentos, ajuda socioeconômica e presença — dentre muitas outras maneiras — para que esses cristãos sejam fortalecidos para servir e levar boas-novas as suas comunidades.
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