Postarei
para a edificação do povo de Deus uma série de cinco estudos bíblicos sobre o
risco do calvinismo exacerbado, no que concerne a soteriologia bíblica. Claro
que não concordo com Armínio em 100% nem com Calvino na mesma proporção, mas
acredito que a interpretação arminiana no que concerne a salvação, eleição, predestinação
e depravação total da raça humana é mais bíblica e aceitável do que a
calvinista.
Apreciem essa série e tirem suas conclusões. Esse estudo não é de
minha autoria, por isso estou citando as devidas fontes, como sinal de respeito
aos autores.
João Augusto de Oliveira
Introdução
Minha
esposa e eu éramos Calvinistas (ou “reformados”, como gostávamos de dizer), e
queríamos que nossos filhos crescessem assim. Participávamos de uma igreja
calvinista e ensinávamos teologia reformada para os nossos filhos. Entretanto,
a partir de 2012, começamos a ficar progressivamente desconfortáveis com os
princípios doutrinários principais desta perspectiva.
Nós
ainda respeitamos o calvinismo, e espero que possamos preservar muitos de seus
pontos fortes na nossa vida familiar. Entretanto, viemos a crer que a teologia
reformada é baseada em fundamentos não bíblicos, os quais ela adiciona ao
evangelho, e que, inadvertidamente, abraça uma série de crenças heterodoxas. Na
série de posts que se seguem, vou identificar cinco bases defectíveis do
calvinismo.
Antes
de iniciar uma discussão sobre os cinco pontos onde o calvinismo é
insuficiente, é importante esclarecer que eu estou falando aqui de “Calvinismo”
ao invés dos ensinamentos específicos do próprio João Calvino. É importante
preservar essa distinção, uma vez que é questão de debate se Calvino era mesmo
um calvinista. No entanto, eu acredito que há boas razões para afirmar alguma
continuidade entre o ensino de Calvino e os tipos de ideias que serão
criticadas, mas isso é em última instância uma questão histórica que está além
do escopo desta discussão.
Os
5 pontos que serão explorados são os seguintes:
O
Calvinismo apresenta uma Bíblia desistoricizada
O
Calvinismo destrói a justiça de Deus
O
Calvinismo desloca Deus da nossa experiência Dele
O
Calvinismo ensina a heresia do monergismo
O
Calvinismo apresenta uma Cristologia deformada
Para
este primeiro ponto de discussão, vou sugerir que a abordagem calvinista da
Escritura é radicalmente desconectada do contexto histórico em que a Bíblia foi
escrita.
Uma
Bíblia Desistoricizada
Na
segunda metade do século XX ocorreram grandes avanços em nossa compreensão do
judaísmo do primeiro século, em grande parte como resultado da descoberta dos
Manuscritos do Mar Morto e todo o conhecimento que este gerou. Estas
descobertas deram-nos uma apreciação muito melhor para os tipos de debates
teológicos que eram percolados na época do apóstolo Paulo. Isso significa que
nós estamos em uma posição melhor para reconstruir cuidadosamente os tipos de
argumentos que os opositores judeus de Paulo provavelmente vieram a fazer
contra o evangelho de Cristo.
Quando
nos envolvemos com este conhecimento, ele começa a tornar cada vez mais
evidente que os debates padrões entre calvinistas e não-calvinistas sobre temas
como predestinação e depravação total simplesmente não apareceram em parte
alguma na tela do radar nos dias de Paulo.
Quando
paramos de ler Paulo à luz de debates posteriores entre Agostinho e os
Pelagianos ou entre Calvinistas e Arminianos — mas, em vez disso, lemos Paulo à
luz do que os historiadores agora sabem sobre Judaísmo do Segundo Templo —
torna-se claro que, na maioria das passagens consideradas como textos-prova
padrões calvinistas, Paulo estava na verdade abordando as relações
judeus/gentios, e outros assuntos relacionados. Da mesma forma, muitas das
passagens que nós imediatamente assumimos tratarem sobre questões de salvação
individual, na verdade, tinham uma nuance mais da aliança, e isso inclui a
maior parte do arsenal de passagens favoritas dos calvinistas. Tudo isso surge
quando nós cuidadosamente reconstruímos o contexto histórico de Paulo à luz do
que os historiadores agora sabem sobre o Judaísmo do primeiro século.
Por Robin
Phillips
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Para
conhecer um pouco sobre o avanço da teologia e suas implicações, veja os
seguintes links:
Artigos:
1-
A contribuição dos novos estudos sobre Paulo para o entendimento de Romanos
capítulo 9, por Daniel Gouvêa
2- Romanos
e a Teologia de Paulo, por N.T. Wright
3-
Paulo em Diferentes Perspectivas, por N.T. Wright
4-
Paulo e César: uma Nova Leitura de Romanos, por N.T. Wright
Livros:
1-
A Nova Perspectiva sobre Paulo, por James D. G. Dunn
2- The Epistle to the Romans: A Gospel for All, por
Lawrence Farley
3- Paul and the Faithfulness of God, por N.T. Wright
4- Paul and Palestinian Judaism: A Comparison of
Patterns of Religion, por E. P. Sanders
5- The Climax of the Covenant: Christ and the Law in
Pauline Theology, por N.T. Wright
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Robin
Phillips é o autor de Saints and Scoundrels e um editor que tem contribuído
para uma série de publicações, incluindo Salvo Magazine, Touchstone e Chuck
Colson Center. Ele está trabalhando em um Ph.D. em teologia histórica na King’s
College, Londres e blogando em Robin’s Readings and Reflections.
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Tradução:
Samuel Coutinho
Fonte:
http://orthodoxyandheterodoxy.org/2014/01/09/why-i-stopped-being-a-calvinist-part-1-calvinism-presents-a-dehistoricized-bible/
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