quarta-feira, 17 de maio de 2017

0 Jesus era rico?




Pergunta: Alguns pregadores americanos da conhecida Teologia da Prosperidade afirmam que os cristãos prósperos são considerados espiritualmente ricos, ao passo que os pobres são tidos como miseráveis espirituais. Certo mestre da teologia da prosperidade chegou a afirmar: “Não somente a ansiedade é um pecado, mas também ser pobre é pecado”. Esse ensino encontra apoio a Bíblia?

Resposta: Não. Para justificar esse ensino de que ser pobre é pecado, dizem que Jesus era rico, e como a Bíblia diz que devemos seguir o seu exemplo (IJoão 2.6), esses pregadores dizem que todos devemos ser ricos. Os pregadores da prosperidade estão decididos a apresentar um Jesus que usa relógio Rolex, e fazem qualquer coisa para vender esse mito a seus congregados. Lemos em Lucas 2.22-24: “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor, segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor); e para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos”. José fez a oferta mais modesta estabelecida na lei, de acordo com a sua condição financeira (Levítico 12.6).

Pergunta: Como os pregadores da prosperidade justificam as palavras de Jesus em Lucas 9.57-58  onde se lê: “E aconteceu que, indo eles pelo caminho, lhe disse: Senhor, seguir-te-ei para onde quer que fores. E disse-lhe Jesus: As raposas tem covis, e as aves do céu ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Isso não prova que Jesus era uma pessoa pobre?

Resposta: É incrível, mas ouça como um desses pregadores explica essa passagem bíblica. John Avanzini explica que Jesus ia realizar um seminário em Samaria. Infelizmente, porém, sua equipe não cuidara apropriadamente dos negócios, de modo que o seminário de Jesus teve de ser cancelado. Em sua resposta ao homem que queria segui-lo, Jesus estava realmente querendo dizer: “As raposas têm covis em Samaria, mas eu não tenho onde repousar a cabeça esta noite em Samaria”, aí esclarece esse pregador: “Naqueles dias não havia hotel em quaisquer esquinas, pelo que Jesus foi forçado a voltar para sua grande e bela casa, em Jerusalém”.

Pergunta: Segundo esse pregador Jesus tinha uma casa em Jerusalém?

Resposta: De acordo com esse pregador, John Avanzini, Jesus tinha uma bela mansão em Jerusalém. Escute o que ele escreveu: “Jesus tinha uma ótima casa, uma casa grande – grande o bastante para que houvesse companhia à noite com ele na casa. Deixem-me mostrar a vocês a casa dele. Abram em João, no primeiro capítulo, e eu lhes mostrarei sua casa. Agora, filho de Deus, só uma casa grande o bastante podia permitir que algumas pessoas ali pernoitassem – esta era a sua casa”. Esse mesmo pregador fala mais o seguinte: “João 19 declara que Jesus usava roupas de corte especial (sem costura). Bem, de que outra maneira você poderia chamá-las? Roupas da moda… Isso é blasfêmia? Não, é assim que as chamamos hoje em dia. Ora, não foi por acaso que lhe tiraram a roupa. Não era uma peça de tamanho único. Fora feita sob medida. Era o tipo de vestimenta que reis e negociantes abastados costumavam usar. Apenas os reis e os comerciantes ricos é que usavam aquela roupa”.

Pergunta: Como poderíamos refutar essas ideias absurdas de que Jesus era rico?

Resposta: Encontramos Jesus sendo cobrado para pagar um imposto, e sem ter recursos, deu ordem a Pedro que lançasse o anzol, e no primeiro peixe fisgado encontraria uma moeda com a qual deveria pagar o imposto por ele e pelo próprio Pedro. Leiamos em Mateus 17.24-27. Como Jesus poderia ser rico e não ter nem dinheiro para pagar o imposto? Imagine que dizem que Jesus entrou em Jerusalém de Kadilac. Quando se pergunta: “Mas como, se não havia automóveis naquela época? Responde Kenneth Hagin que Jesus entrou montado num jumento, e o jumento era o Kadilac da época. Só que o jumento no qual Jesus montou e entrou nele em Jerusalém, era emprestado. Não lhe pertencia.

Pergunta: E o que os pregadores da teologia da prosperidade falam dos apóstolos? Falam que eles também eram ricos?

Resposta: Pois é, os pregadores não só afirmam que Jesus era rico, mas também dizem que Paulo, por exemplo, era rico. Escute só o que dizem: “Se os homens da máfía podem guiar automóveis Lincoln Continental, por que não o podem os afilhados do Rei?” Noutro lugar declara: “Você pode falar comigo tudo quanto quiser, enquanto dirijo meu Rolls-royce, que está pago, e acerca do qual não devo nada”. Afirmam que os discípulos viviam no luxo. Paulo – dizem – era tão rico que tinha recursos financeiros necessários para bloquear o sistema judiciário de seus dias. Mas, como alguém poderia ler ICoríntios 4.9-13 e ainda ser louco de sugerir que o apóstolo Paulo e seus companheiros tivessem tanto dinheiro a ponto de bloquear a justiça? Como poderiam as Escrituras articular com mais clareza a sua verdadeira condição, do que clamar que “até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa” (v. 11)? Além disso, Paulo poderia ser tão hipócrita, vivendo nababescamente, enquanto ensinava Timóteo que “os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (ITimóteo 6.9)? Finalmente, que dizer sobre a despedida de Paulo dos anciãos de Éfeso, sobre os quais Atos serve de crônica? Paulo salienta que o Espírito Santo, pessoalmente, avisou-o do aprisionamento iminente e das dificuldades (v. 23). Paulo pôs isso em perspectiva quando disse: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa” (v.24). E em Filipenses 3.7-9 fala do prejuízo que sofreu em tornar-se cristão “tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo”.

Pergunta: Quer dizer que a vinda de Jesus à terra não foi para trazer prosperidade financeira para os seus seguidores?

Resposta: Sem dúvida Jesus não veio para trazer prosperidade financeira, embora possamos ser ricos sem quaisquer problemas para a nossa fé. Os discípulos também reconheceram que aqui não era seu lugar final de habitação. Descobriram que seu destino era a eternidade. Jesus não condena a riqueza, mas o amor à riqueza. Disse ele: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladroes não minam, nem roubam” (Mateus 6.19-20). Lembremos do relato de Cristo sobre o rico e Lázaro em Lucas 16.19-31. O rico, que passou sua vida terrena no luxo, nem ao menos foi dignificado com um nome na eternidade. Mas Lázaro, que aqui viveu em condição de extrema pobreza, recebeu consolo no reino eterno (v. 25). Tiago declarou ousadamente aos ricos: “As vossas riquezas estão apodrecidas… o vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram…” (Tiago 5.2-3).

Por Natanel Rinaldi

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