quarta-feira, 17 de outubro de 2018

0 Assembleia de Deus – Tempos que não voltam mais





INTRODUÇÃO – Não sou muito de saudosismo e sei muito bem que “águas passadas não movem moinhos”. Porém, atire a primeira pedra aquele que nunca se pegou pensando em como as coisas eram antigamente e como infelizmente estão agora... Eu mesmo faço isso as vezes e em assuntos diversos, mas principalmente nos espirituais.
                                    A Assembleia de Deus

Falo de uma igreja séria e comprometida com a sã doutrina, a vida piedosa e principalmente a santidade.

Chegou ao Brasil em 1910, conforme lemos nos registros históricos, através dos Missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, batizados com o Espírito Santo no grande Avivamento da Rua Azusa, 312 (Los Angeles – Califórnia).

Chegando em nosso país, esses missionários logo iniciaram um gigantesco trabalho de evangelização e de repente Deus começou a operar de maneira espetacular no nosso país (salvações, curas, milagres e diversos batismos no Espírito Santo).

Foi com essa dinâmica que iniciou-se em Belém do Pará em 1911 os primeiros cultos da então recém nascida denominação Pentecostal (Assembleia de Deus) em solo brasileiro. E permaneceu com esse vigor durante dezenas de anos, não arrefecendo da doutrina nem dos bons costumes; em resposta a essa dedicação, Deus operava diariamente sinais e maravilhas através da vida de nossos obreiros (assembleianos) que ganhavam almas pelo Brasil inteiro.

                                   Remoção dos marcos

Podemos classificar alguns desses marcos como a identidade assembleiana, a qual perdurou por dezenas de anos. Mas infelizmente, como em todo o movimento sadio e santo, esse não foi diferente. Homens inescrupulosos, teólogos sem conteúdo e pregadores sem unção tomaram conta dos púlpitos e da administração da nossa amada Igreja e as mudanças (em sentido negativo) começaram a adentrar nossos arraiais, mudando completamente a nossa identidade e retirando o poder e a graça de Deus, até então derramados entre nós.

Reconheço que nem tudo o que nossos irmãos do passado defendiam como verdade, era de fato. Sabemos que existiram alguns excessos na interpretação quase literal de “partes das Escrituras”, mas não podemos deixar de reconhecer que o “Poder de Deus” manifestava-se de maneira extraordinária no meio deles.

Havia uma “santa reverencia” e uma dedicação especial em buscar a presença de Deus. Nos cultos quase sempre havia conversões de almas, batismos com o Espírito Santo, curas, renovações etc. essa atmosfera de poder era comum aos nossos pioneiros na fé.

As pessoas respeitavam (ainda que algumas perseguissem) os crentes e sabiam que onde chegava um “servo de Deus”, o próprio Jesus se fazia presente. Os homens e mulheres crentes gozavam de respeito da população, pois eram (na sua grande maioria) pessoas de boa índole, de um caráter santo e reputação ilibada.

Nem posso falar em como as coisas estão hoje nesse e em vários quesitos. Salvo belas exceções que ainda existem pelo nosso Brasil afora, sabemos que a coisa está feia, ou em alguns casos horríveis. A falta de reverencia aliada a falta de temor a Deus e de respeito pelo sagrado; o descaso com a oração e a leitura da Bíblia; a propagação de falsos profetas (pregadores) que infiltraram-se em nosso meio e falsos cantores, transformaram o evangelho da graça de Deus num monstro de várias cabeças.

Isso porque eu não citei a politicagem que entrou em nosso meio. Nossos pastores venderam-se de vez a vida político-partidária e muitos perderam completamente a vergonha de misturar o “santo evangelho” com política ou até mesmo vender o voto de suas ovelhas a quem pagar melhor.

Alguns tornaram-se semelhantes aos discípulos de Balaão, vendendo-se a ganancia, sem se preocupar com o evangelho que sofre cada dia mais reveses em nosso país e é blasfemado e amaldiçoado por causa de alguns crápulas que entraram em nosso meio, mas nunca foram de fato, um de nós.

Somos culpados por ver a igreja entregue a mornidão espiritual, ao descaso com o sagrado e a introdução de músicas mundanas em lugar dos santos louvores de Deus. Não adianta dizer que a culpa é de a ou de b, a culpa é de todos nós, mas principalmente daqueles que foram incumbidos de guardar a Palavra e a Doutrina, mas em lugar de fazerem isso, a corromperam e mudaram todos os marcos que nossos antepassados nos deixaram.

Conclusão - Tenho saudades sim daqueles tempos em que Deus operava na simplicidade do louvor e da pregação da Palavra. Hoje os pregadores estão vomitando diariamente “conhecimentos humanos” na nossa cara, mas não acontece nada na esfera espiritual. As pessoas chegam frias e saem congeladas, chegam doentes e saem mortas. Isso para não falar de alguns cantores que parecem artistas mundanos, cheios de luzes e efeitos especiais, mas espiritualmente estão mais frios do que as geleiras do polo norte.

A Igreja, essa que sofre com tudo isso, enquanto um remanescente chora e ora a Deus diariamente para que ele novamente nos renove como dantes, que ele (Deus) avive a sua obra e faça parar esse cortejo fúnebre que tenta levar a Igreja até a cova.

Oremos irmãos todos os dias e peçamos a Deus que ele “derrame sobre nós o Espirito lá do Alto”, antes que nos transformemos num museu dedicado a “História morta das Assembleias de Deus no Brasil”.

     Sinceramente,

                                        João Augusto de Oliveira




Segue alguns links para consulta:

Fundação das Assembleia de Deus no Brasil:

Avivamento da Rua Azusa:

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