12 Todavia ainda agora diz o Senhor:
Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e
com pranto.
13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas
vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e
compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
14 Quem sabe se não se voltará e se
arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de cereais e libação para
o Senhor vosso Deus?
15 Tocai a trombeta em Sião, santificai um
jejum, convocai uma assembleia solene;
16 congregai o povo, santificai a
congregação, ajuntai os anciãos, congregai os meninos, e as crianças de peito;
saia o noivo da sua recamara, e a noiva do seu tálamo.
17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor,
entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não
entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele.
Por que diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?” (Joel 2,12-17)
Introdução
– Joel cujo significado é “O Senhor é Deus”,
viveu por volta de 830 a.C. e exerceu o seu ministério profético em Jerusalém,
provavelmente no tempo do rei Joás. Quando Deus comissionou Joel à pregar, a
situação econômica, política, social e espiritual ali eram desesperadoras. A
falta de arrependimento verdadeiro por parte do povo de Deus, somando-se a
dissimulação da classe sacerdotal e o total descaso com as coisas sagradas, tinha
levado à nação de Israel a iminência de um “JUÍZO”. Pois a menos que houvesse
uma “conversão verdadeira” e um total quebrantamento da parte da “liderança” em
favor do povo eles seriam entregues ao opróbrio e a vergonha nacional.
Os dias de hoje
ante a profecia de Joel
Acredito que não vivemos dias muito
diferentes daqueles vividos pelo profeta e pela nação de Israel daquela época.
Pois a falta de compromisso com Deus, o descaso com o sagrado, o abandono da
santidade e pureza, os escândalos envolvendo até mesmo grandes nomes do povo de
Deus e a hipocrisia generalizada estão contribuindo para que a atmosfera de juízo
e punições da parte de Deus aproxime-se velozmente de nós como foi deles.
A menos que haja corações verdadeiramente
quebrantados diante de Deus (COMEÇANDO PELO ALTAR) nós continuaremos numa
situação delicada, e acreditem vai piorar e muito. Talvez eu esteja sendo até
RADICAL no que vou dizer, mas acredito firmemente que grande parte da crise
política, econômica e social que estamos vivendo em nosso Brasil, deve-se a
apatia da Igreja para com Deus e sua palavra. Não adianta fazer campanhas em
redes sociais, protestos, piquetes, manifestações etc. pois enquanto a Igreja
(principalmente alguns líderes) não se humilharem diante do Senhor e confessar
seus pecados (ganancia, avareza, desejo de poder, corrupção, desvios de
dinheiro do povo de Deus, prostituições etc) a coisa continuará a piorar no
nosso país. Não adianta ficar culpando governo X ou Y, pois a culpa da nossa
nação está entregue as mazelas e hecatombes sequenciais, na verdade é nossa
(IGREJA).
Antevendo isso e coisas ainda piores foi que
Deus enviou uma palavra profética através de Joel. Palavra essa que ressoa aos
nossos ouvidos como se fosse falada hoje dada a sua atualidade. Ninguém em são
juízo pode negar que a Igreja brasileira vive uma crise de identidade, uma
crise teológica e doutrinária como nunca antes. Denominações históricas
(tradicionais e pentecostais) estão abrindo concessões para modismos e
aberrações em nome da fé, no afã de tornar-se agradável ao mundo e como dizem
alguns, CONTEXTUALIZAR-SE.
Por causa disso é que vemos a Igreja
afastando-se cada vez mais da direção do Espírito Santo e tornando-se
secularizada e mundana nas suas decisões e deliberações administrativas e
espirituais. Coisas que antigamente o corpo ministerial buscava a direção de
Deus para deliberar (escolhas de ministros, presidentes de convenções, envio de
missionários etc), hoje é decidido por meio de eleições à moda do mundo, com
direito a insultos, provocações, falcatruas e inúmeros processos judiciais;
causando celeumas profundas no Corpo de Cristo e maculando a Noiva do Cordeiro.
É por isso que ouvimos como um som de
trombeta as palavras de Joel “Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre
o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a
tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele”.
Não é tempo de festejar, mas de chorar diante
do altar de Deus em busca de misericórdia. Pois a menos que façamos isso
devemos esperar mais lutas, dores e juízos da parte do Senhor. E ele permite
que o juízo venha não para nos destruir, mas para nos amadurecer e limpar-nos
das nossas iniquidades.
Chega de fazer campanhas de prosperidade, de
curas divinas (cura por cura simplesmente), de chaves de carros ou casas etc. É
tempo de “orar” continuamente de Domingo a Domingo em humilhação e
quebrantamento pedindo a misericórdia do Senhor sobre nós (A IGREJA) e
consequentemente sobre a nossa tão sofrida nação brasileira. Os pastores
(alguns) precisam descer dos pedestais de se acharem semideuses e fazer o que
disse o profeta (CHOREM MINISTROS ENTRE O ALTAR E O ALPENDRE E DIGAM: POUPA O
TEU POVO Ó SENHOR!).
CONCLUSÃO
– É tempo de pararmos de ser hipócritas como o fariseu que tentava se auto
justificar à Deus (O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó
Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos
e adúlteros; nem ainda como este publicano – Mateus 18.11); ao invés disso
tomar a mesma atitude do publicano ( O publicano, porém, estando em pé, de
longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:
Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! – Mateus 18.13). Pois somente assim
poderemos ter esperança de sermos justificados, perdoados e restaurados por
Deus.
Pense nisso,
João Augusto de
Oliveira
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