quinta-feira, 5 de setembro de 2013

0 Quem é Jesus para as Testemunhas de Jeová?



O objetivo deste trabalho é examinar e comentar as divergências entre a Bíblia Sagrada e a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM), versão inglesa de 1984, editada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (STV).
Constatamos que na Tradução do Novo Mundo estão modificados quase todos os versículos que direta ou indiretamente afirmam a divindade de Jesus, bem como todos os que declaram que Jesus recebeu adoração. Em alguns casos, todavia, em razão da inequívoca exposição bíblica, não foi possível fazer qualquer mudança. Vejamos.
Jesus, o Verbo encarnado
João 1.1-4
Bíblia “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”.
TNM: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era [um] deus. Este estava no princípio com o Deus. Todas as coisas vieram à existência por intermédio dele, e à parte dele nem mesmo uma só coisa veio à existência. O que veio à existência por meio dele foi a vida, e a vida era a luz dos homens”.
Ao afirmar que a “Palavra era um deus”, as Testemunhas não dão bom testemunho, pois admitem o biteísmo, isto é, a existência do Deus Todo-Poderoso, imutável e único, e de um Deus menor, chamado a Palavra, que habitou entre os homens. Com isso, contrariam Isaías 43.10-11: “… eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador”. As peripécias feitas para mudar textos consagrados dão origem a tais inconvenientes. O que a Bíblia diz na verdade é que o Verbo que se fez carne [Jesus] é o próprio Deus, e que Ele tinha vida em si mesmo. Vejamos a opinião de conhecedores de Grego sobre essa tradução de Jo 1.1 para “a Palavra era [um] deus”:
“Uma chocante falha de tradução. Obsoleta e incorreta. Nenhuma pessoa com conhecimentos razoáveis iria traduzir João 1.1 para “O Verbo era um deus” (Dr. J.R.Mantey).
“Um espantoso erro de tradução. Errôneo, pernicioso e criticável. Se as Testemunhas de Jeová levam essa tradução a sério, elas são politeístas” (Dr. Bruce M. Metzger, de Princeton (Professor de linguagem do Novo Testamento e Literatura).
“Eu posso assegurar a vocês que a interpretação a qual as Testemunhas de Jeová dão em João 1.1 não é aceita por nenhum honrado conhecedor de Grego” (Dr. Charles L. Feinberg, de La Mirada, Califórnia).
“A deliberada distorção da verdade por esta seita é observada na sua tradução do Novo Testamento. João 1.1 é traduzido…”o Verbo era um deus”, a qual é uma tradução gramaticalmente impossível. É altamente claro que uma seita que traduz o Novo Testamento assim, é intelectualmente desonesta” (Dr. William Barclay, of the University of Glasgow, Scotland).
Jo 1.14
Bíblia: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
TNM: “De modo que a Palavra se tornou carne e residiu entre nós, e observamos a sua glória, uma glória tal como a de um filho unigênito dum pai; e ele estava cheio de benignidade imerecida e de verdade”.
Duas inverdades e duas contradições. Primeiro, Jesus é “o” Filho unigênito de Deus, e não “um” filho unigênito dum pai”. A expressão “o Filho” está escrito em dezenas de passagens da Bíblia, e como tal foi traduzido pela TNM, a exemplo de Mateus 14.33: “Tu és realmente o Filho de Deus”. Segundo, Ele não é Filho de um pai qualquer. Jesus sempre se referiu ao Pai, e assim foi traduzido pela STV, a exemplo de Mateus 11.27.
João 20.28
Bíblia: “E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu”.
TNM: “Em resposta, Tomé disse-lhe: ´Meu Senhor e meu Deus”.
Aqui a STV cochilou e deixou passar essa inequívoca declaração da deidade de Jesus. É possível que na próxima revisão façam a devida alteração. Podemos entender, também, que o “lapso” deveu-se à clareza da afirmação, impedindo traduzir de outra forma. “Deslizes” de tal ordem acontecem. Na Tradução da versão inglesa de 1961, Hebreus 1.6 está da seguinte forma: “Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, Ele diz: e todos os anjos de Deus o adorem”. Aqui a tradução está conforme a Bíblia. Mas na Tradução de 1984 foi feita a correção para: “Mas, ao trazer novamente o seu Primogênito à terra habitada, ele diz: E todos os anjos de Deus lhe prestem homenagem”. Esse revisor negligente deve ter sido severamente repreendido. Ou será que há 40 anos as Testemunhas adoravam Jesus?
Como dissemos, foram alterados todos versículos em que o Senhor Jesus recebe e aceita adoração. Qual a razão? É simples. Jesus expulsou Satanás de sua presença, declarando: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10). Ao aceitar adoração, Jesus se colocou em igualdade com o Pai. Pressentindo o “perigo”, a Tradução cuidou de mudar a expressão “adorou” para “recebeu homenagem”, como abaixo exemplificado:
Jesus, digno de adoração
Mateus 8.2
Bíblia: “E eis que veio um leproso e o adorou…”
TNM: “E eis que veio um leproso e começou a prestar-lhe homenagem…”
João 9.38
Bíblia: “Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou”.
TNM: “Ele disse então: “Deposito fé [nele], Senhor. E prestou-lhe homenagem”.
Idêntica alteração se encontra em Mateus 2.2,11; 14.33; 15.25; 28.9,17. Na tentativa de adaptar a Palavra de Deus à sua crença de negação da divindade de Jesus, a STV cometeu um erro monumental. A palavra grega proskuneõ, traduzida como adorar, é usada “acerca de um ato de homenagem ou reverência” tanto a Deus (Mt 4.10. Jo 4.21-24; 1 Co 14.25; Ap 4.10; 5.14; 7.11; 11.16; 22.9), como a Jesus (Mt 2.2,8,11; 8.2; 9.18; 14.33; 15.25; 20.20; 28.9,17; Jo 9.38). Logo, quando Jesus disse que somente Deus é digno de adoração (Mt 4.10), confirmando Deuteronômio 6.13 e 10.20, foi empregado o mesmo termo proskuneõ que aparece nas situações em que Ele próprio foi adorado. A STV comete outro lamentável equívoco ao traduzir do seguinte modo Mateus 4.10: ”Vai-te Satanás. Pois está escrito: É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado”. Ora, se o emprego do verbo é o mesmo, por que não escrever que Deus é digno de receber homenagens? As pessoas que adoraram Jesus demonstraram isso não só com palavras, mas com gestos de adoração, prostrando-se aos seus pés.
Até o diabo sabe que a prostração (ajoelhar-se, lançar-se de bruços ao chão, curvar-se) é a evidência máxima, exterior, de um sentimento de adoração, interior. “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4.9), foi a condição que Satanás apresentou a Jesus. Mas é em Apocalipse que vamos encontrar com maior nitidez essa verdade. O apóstolo João relata que “prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava essas coisas, para adorá-lo, e este me disse: Não faças isso. Adora a Deus” (Ap 22.8-9). O anjo sabia que o simples gesto de ajoelhar-se significava adoração. Simão Pedro e a mulher com fluxo de sangue se prostraram aos pés de Jesus, num gesto de verdadeira adoração (Lc 5.8; 8.47). Portanto, Jesus, embora havendo afirmado que somente Deus deve ser adorado, não recusou nenhuma adoração a Ele dirigida. Assim procedeu porque se colocava no mesmo nível de autoridade, poder e divindade do Pai. E mais, “ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Fp 2.10).
Jesus, o Salvador
Tito 2.13
Bíblia: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo”.
TNM: “Ao passo que aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do grande Deus e [do] Salvador de nós, Cristo Jesus”.
A TNM enxertou a preposição “de+o” (do) com o objetivo de mostrar que o Salvador é distinto de Deus, e que não será Jesus quem se manifestará em glória. Como são muitas as evidências da divindade de Jesus, a Tradução aqui e ali deixa escapar uma. Vejam a glória de Jesus confirmada pela própria Sociedade: “…e verão o Filho do homem, vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30b). Em Tito 2.13 dizem que virão Deus e o Salvador. Aqui dizem que virá somente o Senhor Jesus. Lembremo-nos das palavras de Jesus a Filipe: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9). Mas também esta passagem foi alterada pela TNM para: “Quem me tem visto, tem visto [também] o Pai”. Aqui a adulteração não se encaixou muito bem. A declaração de divindade é tão direta e explícita que não souberam como escamoteá-la. Ao fazer a declaração, Filipe estava mesmo diante do Deus encarnado.
“A palavra grega sõter, “salvador, libertador, preservador, conservador”, é usada acerca de (a) Deus, como em Lc 1.47, 1 Tm 1.1; 2.3; 4.10, Tt 1.3; 2.10; 3.4 Jd 25; (b) Jesus, como em Lc 2.11; Jo 4.42; At 5.31; 13.23 (de Israel); Ef 5.23 (o sustentador e preservador da Igreja, Seu corpo); Fp 3.20 (na sua vinda a fim de receber a Igreja para Si mesmo); 2 Tm 1.10 (com referência à sua encarnação, “os dias de Sua carne”); Tt 1.4(título compartilhado no contexto com Deus Pai) ; Tt 2.13 (“o grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”; o pronome “nosso”, no começo da cláusula, inclui todos os títulos); Tt 3.6; 2 Pe 1.1 (“nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”; o pronome “nosso, vindo imediatamente com relação a Deus, envolve a inclusão de que ambos os títulos se referem a Cristo, da mesma maneira que no paralelo em 2 Pe 1.11, “nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”; estas passagens são, portanto, um testemunho à Sua deidade (2 Pe 2.20; 3.2,18;, 1 Jo 4.14)” (Dicionário VINE, W.E.Vine, Merril F. Unger, William White Jr., tradução Luís Aron de Macedo, CPAD, 1a edição, 2002).
Vejamos em alguns exemplos como a Tradução alterou a Bíblia para que Jesus não se apresentasse como Salvador.
Lucas 2.11
Bíblia: “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”.
TNM: “Porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo [o] Senhor”.
Pelo visto, acreditam as Testemunhas de Jeová que existem mais de um Salvador. Como a afirmação não dá margem a remendos, a única saída encontrada foi substituir o artigo definido “o”, que define e particulariza, pelo indefinido “um”. Mas não levam muito a sério isso, pois em Tito 2.13, na TNM, Jesus Cristo é chamado de “o Salvador de nós”; em Lucas 2.11, é tratado como “um Salvador”; em Lucas 4.42, é “o salvador do mundo”; em 1 Timóteo 4.10, o Salvador é “o Deus vivente”; em 1 Jo 4.14, Cristo é “o Salvador do mundo”. Não houve uma posição doutrinária definida. Toda essa ginástica, inútil, objetiva diminuir a Pessoa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
João 4.42
Bíblia: “Porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este [Jesus] é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo”.
TNM: “Porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este homem certamente é o salvador do mundo”.
Mudaram o “verdadeiramente” por “certamente” para transmitir não uma convicção absoluta, mas uma certeza relativa. Comparando com Lucas 2.11, nota-se uma incoerência. Lá, Jesus é “um Salvador”; aqui, “o salvador”. Ora, o artigo definido define como o único, e como tal deveria o título ser registrado com letra maiúscula. Na próxima revisão, é possível que corrijam esses lamentáveis escorregões. A TNM se transformou numa colcha de retalhos. Ora dizem que Jesus é “o Senhor” e “um Salvador”; ora dizem que Ele é “o salvador”; numa versão dizem que Ele recebeu adoração; noutra, dizem que recebeu homenagem. Afinal, quem é Jesus para as Testemunhas de Jeová?
1 Pedro 1.1
Bíblia: “…pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”.
TNM de 1961: “…pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”.
TNM de 1984: “…pela justiça de nosso Deus e [do] Salvador Jesus Cristo”.
1 Pedro 1.11
Bíblia: “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
TNM: “De fato, assim vos será ricamente suprida a entrada no reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
Houve situações em que a TNM não teve como escapar de registrar o que realmente está escrito, ou seja, que Jesus é Senhor e Salvador, mais do que é isso, é “o” Salvador (veja 2 Pe 2.20; 3.2,18; 1 Jo 4.14).
Ainda assim, tentaram, em 1 Pedro 1.1, como acima, repassar a idéia de que Deus nada tem a ver com o Salvador Jesus Cristo. Mas o encarregado das mudanças certamente se esqueceu de alterar versículo 11. Com relação à expressão “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”, o pronome “nosso”, vindo imediatamente com relação a Deus, envolve a inclusão de que ambos os títulos se referem a Cristo, como já dito. Não foi por outro motivo que Jesus declarou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30).
Como se vê, está claro nas traduções supra que a Sociedade admite que Jesus Cristo é Salvador. É o caso de perguntarmos se alguém fora Deus pode salvar. Seria Jesus um Salvador menor? Um Salvador de segunda categoria, um salvadorzinho? A Bíblia diz que quem salva é Deus: “O meu espírito se alegra em Deus meu Salvador” (Lc 1.47). E vimos um pouco acima que Jesus é Deus e Salvador.
Jesus, o Cristo-Deus
Atos 20.28
Bíblia: “Olhai por vós, e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (v.1Co 10.32; 11.22; 15.9; Gl 1.13; 1 Tm 3.5).
TNM: “Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, entre o qual o espírito santo vos designou superintendentes para pastorear a congregação de Deus, que ele comprou com o sangue do seu próprio [Filho]”.
Mateus 16.18
Bíblia: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja…”
TNM: “Sobre esta rocha constituirei a minha congregação”.
Efésios 5.23
Bíblia: “Cristo é a cabeça da igreja, sendo Ele próprio o salvador do corpo”. Ef 1.22-23: Ele foi constituído “cabeça da igreja, que é o seu corpo”.
TNM: “Cristo é cabeça da congregação, sendo ele salvador [deste] corpo”. Ef 1.23: “E o fez cabeça sobre todas as coisas para a congregação, a qual é o seu corpo”.
No afã de distorcer a Escritura para demonstrar que a igreja é de Deus e não do Senhor Jesus, a STV deparou-se com algumas dificuldades. Em Atos 20.28, tentou dizer que a igreja é de Deus e não de Cristo, embora este tenha pago o preço. Em Mateus 16.18, não pôde fugir à afirmação de que a igreja é de Jesus. E em Efésios 5.23 dobrou-se à irrefutável verdade de que Jesus e a igreja formam um só corpo, sendo Ele o Salvador da igreja. É compreensível a situação em que se encontra a STV. Não há mais como recuar, isto é, reconhecer seus erros e admitir a divindade de Jesus, claramente ensinada na Bíblia. Declinar, agora, seria o atestado de óbito do grupo. A única alternativa é continuar, sem nenhum temor a Deus, na adulteração das Escrituras.
1 João 5.20
Bíblia: “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”.
TNM: “Mas, sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu capacidade intelectual para podermos obter conhecimento do verdadeiro. E nós estamos em união com o verdadeiro, por meio do seu Filho Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna”.
O remendo só fez piorar a situação. O Filho de Deus é o sujeito de toda a oração. É ele que veio; que nos mostra a verdade; com o qual estamos em união; é Ele o verdadeiro Deus e a vida eterna. Daí porque não cabe a afirmação “por meio do seu Filho Jesus Cristo”. Seria o Filho do Filho? Para melhor ajustar a Bíblia à sua doutrina de negação da divindade de Jesus, a STV deveria ter colocado assim: “E nós estamos em união com Jeová, o verdadeiro, por intermédio do seu Filho Jesus Cristo”. Todavia, esse cuidado seria inútil. Mudar o pronome “este” por “esse” em nada adiantou. O título “Filho de Deus” por si expressa a deidade de Jesus. Vejam a seguinte nota: “Devemos entender que subsiste uma relação eterna entre o Filho e o Pai na Deidade. Quer dizer, o Filho de Deus, em Sua relação eterna com o Pai, é denominado ´Filho´, não porque Ele em certo tempo começou a derivar Seu ser do Pai (em tal caso, Ele não poderia ser coeterno como o Pai é (cf. Jo 14.9, ´quem me vê a mim vê o Pai´). As palavras em Hb 1.3: Ó qual [Jesus], sendo o resplendor da sua glória [de Deus], e a expressa imagem da sua pessoa [de Deus], são definições do que significa ´Filho de Deus´. Portanto, a deidade absoluta, e não a deidade em sentido secundário ou derivado, é o que se quer dizer com o título” – extraído de Notes on Galantians, de Hogg e Vine, pp. 99,100 (Dicionário VINE, p.658).
Jesus, o perdoador
Lucas 5.24
Bíblia: “Para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados, eu te digo: Levanta-te, toma a sua cama e vai para tua casa”.
TNM: “A fim de que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados, eu te digo: Levanta-te, apanha a tua pequena cama e vai para casa”.
Observem que a Sociedade colocou o termo autoridade em lugar de “poder” para repassar a ideia de que Jesus não tem poder em si mesmo, mas uma autoridade que lhe foi outorgada. O Filho, enquanto Homem-Deus, na plenitude das naturezas divina e humana, experimentou as limitações naturais de todo ser humano. Por exemplo, teve fome, sede e fadiga. Na qualidade de Filho do Homem, Ele despojou-se de prerrogativas divinas, “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo [embora tivesse a forma de Deus], fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6-7). Entretanto, ao perdoar pecados, o Senhor Jesus usou prerrogativas próprias de Deus. Foi exatamente isso que causou a revolta dos escribas e fariseus, que disseram: “Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?”. Jesus pôde e pode faze-lo porque Ele é Deus. “Ele declara ser o Filho de Deus, existindo desde a eternidade, possuindo poder no céu e na terra, com direito a toda reverência, amor e obediência devidos a Deus. Os Apóstolos o adoram; chamam-no de grande Deus e Salvador; reconhecem sua dependência dele e sua responsabilidade diante dele; e esperam nele o perdão, a santificação e a vida eterna. Tais descrições conflitantes, essa constante exposição da mesma pessoa como homem e também como Deus, não admitem solução fora da doutrina da encarnação. Se ela for admitida, tudo é luz, harmonia e poder. Cristo é concomitantemente Deus e homem, em duas naturezas distintas e uma só pessoa para sempre. Este é o grande mistério da piedade: Deus manifestado em carne é a doutrina distintiva da religião da Bíblia, sem a qual tudo não passa de cadáver frio e sem vida” (Charles Hodge, Teologia Sistemática, Hagnos, Parte 3, cap. III, pg. 768).
Jesus, o Grande EU SOU
Êxodo 3.14 e João 8.58-59
Bíblia: Êxodo 3.14: “E disse Deus a Moisés: Eu sou o que sou”. João 8.58-59: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe atirarem…”.
TNM: Êxodo 3.14: “Então disse Deus a Moisés: Mostrarei ser o que eu mostrar ser”. João 8.58-59: “Jesus disse-lhes: Digo-vos em toda a verdade; Antes de Abraão vir à existência, eu tenho sido. Apanharam assim pedras pata lhe atirarem…”.
Na verdade, Jesus, em João 8.58, repete o mesmo nome usado por Deus. Trata-se de uma declaração explícita de Sua divindade e conseqüente eternidade. Quando Jesus nasceu, foi chamado Emmanuel, que significa “Deus conosco” (Mt 1.23). A Sociedade Torre de Vigia ficou em dificuldades para promover essas alterações. Se os nomes ficassem exatamente iguais na Tradução, a divindade de Jesus estaria confirmada. A saída foi mudar Êxodo 3.14 para “Mostrarei ser o que eu mostrar ser”, e João 8.58 para “Tenho sido”.
“Eu sou: no original grego ego eimi. Note-se o contraste entre os verbos ginomai e eimi, entre o ser criado e o eterno. Jesus se declara o eterno “EU SOU’. Sua vida tem a característica divina de não ser sujeita ao tempo. Os judeus compreendem o sentido da sua afirmação: pré-existência absoluta significa igualdade com Deus. Isto para eles, é blasfêmia, de sorte que pegam em pedras para matá-LO, mas Jesus se esconde e sai do meio deles” (Novo Comentário da Bíblia, vol. II, Vida, 1990).
Ao dizer “EU SOU”, Jesus declarou a Sua deidade. O nosso Senhor atribui a Si o nome incomunicável do Ser Divino (Is 43.10). A reação dos judeus, ao tentarem cumprir a lei mosaica sobre blasfêmia (Lv 24.13-16), é uma prova de que eles entenderam que Jesus reivindicava uma natureza absolutamente divina, igual a Jeová do Antigo Testamento (v.Isaías 43.10). Essa reivindicação fica explícita diante do fato de que Jesus não tentou dissuadir os judeus de suas convicções. Só a STV não entende assim. A expressão ego eimi, do grego, não pode ser traduzido com verbo auxiliar (“tenho sido”).
Assim se explica a STV: “Tradução do Novo Mundo dá atenção especial a transmitir o sentido da ação dos verbos gregos e hebraicos. Ao fazer isto, a Tradução do Novo Mundo se esforça de preservar a graça, a simplicidade, a força e a maneira de expressão peculiares dos escritos da língua original. Tornou-se assim necessário usar verbos auxiliares para transmitir com cuidado os estados reais das ações”.
“As Testemunhas de Jeová transmitiram com cuidado sua crença peculiar, e os verbos auxiliares serviram de recursos para essas adaptações. É a TNM um instrumento usado pela organização para justificar o credo doutrinário inventado por Russell. É, pois, uma obra espúria e não merece confiança. Aqui, o objetivo dessa tradução é dissociar Jesus do Grande “EU SOU” de Êxodo 3.14” (Revista Defesa da Fé, Ano 2, nº 12, maio/junho 1999).
João 10.30,31,33
Bíblia: “Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram outra vez em pedras para o apedrejarem. Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”.
TNM: “Eu e o Pai somos um. Mais uma vez, os judeus apanharam pedras para o apedrejarem. Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus”. Na versão de 1967: “te fazes deus”.
Embora a STV tenha alterado a Palavra para “um deus”, a fim de inferiorizar a Pessoa de Cristo, não pôde mudar o pensamento dos judeus, pois consideraram que Jesus estava se igualando ao Pai. Logo, a tradução certa, pela lógica, é a que está na Bíblia Sagrada: “Porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”. Lembramos que a blasfêmia devia ser punida com o apedrejamento (Lv 24.16).
João 14.9
Bíblia: “Quem me vê a mim, vê o Pai”.
TNM: “Quem me tem visto, tem visto [também] o Pai”.
Tentaram, mas não conseguiram mudar a explícita afirmação da divindade do Senhor Jesus, aqui declarada de forma clara, direta e objetiva. Apesar da mudança do tempo verbal e da inserção do advérbio, não conseguiram produzir mudança substancial.
Jesus, o Criador
Colossenses 1.15-17
Bíblia: “O qual [Jesus] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis…tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”.
TNM: “Ele [Jesus] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque mediante ele foram criadas todas as [outras] coisas nos céus e na terra… Todas as [outras] coisas foram criadas por intermédio dele e para ele. Também, ele é antes de todas as [outras] coisas vieram a existir por meio dele”.
Ao alterar o texto para “todas as outras coisas foram criadas por intermédio dele e para ele”, a Sociedade deseja vender sua tese segundo a qual Jesus foi inicialmente criado e, depois, como principal Agente de Deus, criou as outras coisas. Que Deus pouco poderoso é esse que, em vez de Ele mesmo criar, transfere a responsabilidade para uma criatura, um deus menor, um deus de segunda categoria? Mas não é isso o que diz a Bíblia. Vejam: “No princípio, criou Deus os céus e a terra. E disse Deus: Haja luz. E houve luz. Haja separação entre águas e águas; produza a terra ervas; haja luminares; produza a terra alma vivente conforme sua espécie; façamos o homem” (Gn 1; v.Is 42.5). A expressão “façamos o homem” demonstra que não houve uma delegação de poderes. A Trindade estava ali presente (Pai, Filho, Espírito). E quando a Bíblia diz que tudo foi criado por Ele (v. 16), está colocando o Filho em igualdade com o Pai.
A STV se defende dizendo que a expressão “primogênito de toda a criação” afirma que Jesus foi o primeiro a ser criado. Entretanto, primogênito, nesse contexto, não significa exatamente isso. Basta verificar que “Ele é ANTES de todas as coisas” (v.17), e não “antes de todas as outras coisas” como foi traduzido. Se Ele fosse criatura, e não Criador, faria parte das coisas criadas e não poderia ter vindo ANTES. Se todas as demais coisas foram criadas por Ele, então o Filho também criou o homem. E não o fez como Agente de Deus, mas como Deus-Criador (“Façamos”). Vejam acima que a STV admite que todas as coisas foram criadas “para Ele”, para o Filho. A Bíblia diz que todas as coisas foram criadas [por Deus e] para glória de Deus (Is 43.7). Vejam: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca” (Sl 33.6). “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados” (Hb 11.3). Mas quem criou mesmo “as outras coisas”? A STV diz que foi pelo Filho e para Filho; a Bíblia diz que foi por Deus e para Deus. A verdade é que o Filho é o Criador de todas as coisas, “pois nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). A STV tentou distorcer esta explícita declaração da deidade de Jesus, traduzindo assim: “Porque é nele que mora corporalmente toda a plenitude da qualidade divina” (Cl 2.9). Ficou no mesmo.
Jesus, em forma de Deus
Filipenses 2.6-7
Bíblia: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.
TNM: “O qual, embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus. Não, mas ele se esvaziou e assumiu a forma de escravo, vindo a ser na semelhança dos homens”.
A TNM diz que Jesus considerava uma usurpação vindicar para si prerrogativas da divindade. Ou seja, em nenhuma hipótese Jesus desejava ser igual a Deus, e até considerava isso uma apropriação indevida. Todavia, o texto diz que Jesus, embora sendo Deus, não se utilizou em seu ministério dos atributos da divindade. Mas, apesar das interpolações, a TNM deixou escapar uma afirmação essencial. O texto diz, e a TNM confirma, que Jesus “esvaziou-se a si mesmo”. Esvaziou-se de quê? Das prerrogativas da divindade. Reparem nessas duas expressões: “forma de Deus” e “forma de escravo”. A STV admite que “forma de escravo” significa ser escravo, servo, homem. E “forma de Deus” não significaria ser Deus, divino, eterno? A STV diz que não. Aí estamos diante de uma insuficiência de massa cefálica, ou simplesmente de má fé. Vejamos o seguinte comentário:
“Morphe (gr) denota “a forma ou traço especial ou característico de uma pessoa ou coisa. É usado com significado particular no Novo Testamento, somente acerca de Cristo, em Fp 2.6,7, nas frases: “sendo em forma de Deus e “tomando a forma de servo”. Definição excelente da palavra é a que Gifford oferece: “O termo morphe é, portanto, a natureza ou a essência, não no abstrato, mas como subsistindo na verdade no indivíduo, e retido, contando que o indivíduo exista. [...]. Assim, na passagem diante de nós morphe theos é, de fato, a natureza divina e inseparavelmente subsistente na Pessoa de Cristo… inclui toda a natureza e essência da deidade, e é inseparável delas”. O verdadeiro significado de morphe na expressão ´forma de Deus´ é confirmada por seu reaparecimento na expressão correspondente, ´forma de servo´. É universalmente aceito que as duas frases são diretamente antitéticas, e que, portanto, a palavra ´forma´ tem de ter o mesmo sentido em ambas” (Dicionário VINE, 1a edição/2002, pg. 664).
Jesus, o Deus do Antigo Testamento
Hebreus 1.8
Bíblia: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos. Cetro de equidade é o cetro do teu reino”.
TNM: “Mas, com referência ao Filho: Deus é o teu trono para todo o sempre, e [o] cetro do teu reino é o cetro de retidão”.
O escritor de Hebreus está afirmando que o Filho é o mesmo Deus citado no Salmo 45.6; “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade”. A STV diz que Deus é o trono do Filho. Porém, a adulteração não foi perfeita porque o Filho é apresentado como rei. Já apresentaram dois salvadores, como vimos anteriormente; agora, dois reis. Vejam o que disseram: “Com referência ao Filho…o cetro do teu reino é o cetro de retidão”. Para que o texto se harmonizasse com o pensamento da STV deveria ter sido assim construído: “…o cetro do SEU reino é o cetro de retidão”. Ou seja, Deus é o trono do Filho e o cetro do seu (dele) reino é o cetro de retidão. Fiquemos de olho na próxima “revisão” da TNM. Na verdade, o título de Rei se aplica tanto ao Deus do Antigo Testamento (Sl 5.2; 47.7), quanto ao Filho (Lc 19.38; Jo 12.15). Não pode haver um reinado com dois reis. Leiam: “Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.11). A TNM registrou este versículo da mesma forma. Um descuido? Como já visto, a STV admite que Jesus é Senhor, Salvador, Perdoador e Rei, mas não admite que Ele seja o Deus encarnado.
Muitas outras passagens bíblicas que falam direta ou indiretamente da divindade do Filho de Deus foram modificadas pela STV, por subtração, acréscimo ou substituição de palavras. Há salvação para as Testemunhas de Jeová? Jesus responde: “Se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados” (Jo 8.24). Esta verdade foi assim alterada na Tradução do Novo Mundo: “Se não acreditardes que sou eu, morrereis em vossos pecados”. “Sou eu” e “Eu sou” têm significados diferentes. Ao dizer “Eu sou”, Jesus afirmou sua eternidade (veja João 8.58-59, e comentários acima). Ao efetuar a alteração, a STV desejou transmitir a sua tese de que Jesus era apenas ele mesmo, sem qualquer igualdade com Jeová. Mas, se não é e nunca foi Deus encarnado, como explicar a necessidade de crermos nEle para sermos salvos?
Extraído do site www.palavradaverdade.com em 02/09/2013

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